Copacabana jovem

Em relação à foto de ontem, temos apenas uma pequena mudança de ângulo, que interfere basicamente na parte inferior direita das imagens num comparativo direto, além de perdermos a visão da Rua Ministro Viveiros de Castro.
Mas mesmo assim podemos ver as gritantes transformações de um bairro em pouco mais de 15 anos de uma foto para a outra.
Estamos agora por volta de 1923/26, e vemos um bairro já composto, urbanizado e bem mais ocupado.
A larga trilha que era a Av. Copacabana se transformou num boulevard arborizado, calçado, iluminado e com canteiro central. As construções antes esparsas se avolumaram, ainda horizontais, algumas ainda são as mesmas como a casa na esquina da Av. Copacabana com a Rua Salvador Correia, no extremo direito da nossa imagem e personagem da foto de ontem. A casa dos irmãos Bernardelli que reinava sozinha em uma grande extensão de terra na região da futura Praça do Lido, na foto de hoje apenas suas duas torretas podem ser vistas na massa de casas que ocupava a região da Rua Prado Júnior. Embora depois vemos um grande vazio até o Copacabana Palace, vazio este que entrava para dentro do Bairro até as fraldas do Morro de São João, resultado de uma contenda judicial que se arrastava desde a metade séc. XIX, e que em breve seria resolvida.
A foto é representativa, pois em 1927 seria construído o Ed. Guarujá no Posto IV, e na região do Lido a partir deste mesmo, com o fim da demanda possessória, que liberaria a grande extensão de terra englobando vários quarteirões no Posto II, os prédios Art Noveu e Déco tão característicos dessa região começariam a ser construídos dando início a verticalizão do bairro, que ficou sob controle até o fim da segunda guerra mundial, quando se transformou em especulação imobiliária, e no final dos anos 50 e incorporação predatória.