Depois com esboços do plano Agache, e sonhos mais concretos nos anos 50.
Mas foi com o estado da Guanabara que o projeto conseguiu andar com a criação da Cia do Metropolitano.
Hoje eu e Roberto Tumminelli ( http://www.flickr.com/photos/carioca_da_gema/34571599/ ) faremos um post duplo com base em dois mapas, publicados com apenas 5 anos de diferença, o dele de 1970 constando no livro RIO 2000, e o meu publicado na Revista de Engenharia e Arquitetura da Guanabara em 1975.
O ideal seria que vocês abrissem os dois sites e fizessem suas comparações.
Os mapas são muito parecidos, e abordam a linha 1, mas há nos dois diferenças, partindo do bairro do Flamengo, inicialmente a estação Flamengo se chamaria Marquês de Abrantes, nada mais lógico pois ela está nessa rua, mas o mais impressionante é que o bairro de Botafogo contaria com duas estações, uma localizada certamente na Praça Jóia Valansi, que fica entre as ruas Muniz Barreto e Visconde de Ouro Preto, e outra, chamada de Mourisco no leito da rua Fernandes Guimarães.
No mapa que vocês estão vendo Botafogo só conta com uma estação, embora o traçado permaneça o mesmo, embora difrente da realidade atual, pois a partir daí os trilhos fariam uma grande curva em arco se dirigindo para Copacabana por baixo no morro da Babilônia.
Novamente temos diferenças, no mapa de 1970 a primeira estação seria na praça do Lido, nesse que vocês vêem aqui ficaria no entrocamento da Av. Princesa Isabel com Av. Nossa Senhora de Copacabana e aliás seria por ela, no sistema Cut and Cover que o metrô caminharia pelo bairro sendo então construídas as estações Siqueira Campos, na praça Serzedelo Correia, Constante Ramos ( na realidade na esquina com a rua Dias da Rocha, certamente nos terrenos do Cine Copacabana ), Sá Ferreira ( possivelmente na praça Sarah Kubitschek ) e apartir dali iria rumo à Ipanema rasgando pelo meio de dois quarteirões, Souza Lima, Av. Copacabana, Francisco Sá, Raul Pompeia, Júlio de Castilhos e Conselheiro Lafayette. até chegar a praça General Osório e dali por Cut and Cover pela rua Visconde de Pirajá até a praça Nossa Senhora da Paz.
Os traçado nos dois mapas é igual, mas as estações de Copacabana foram reposicionadas ou apenas renomeadas, Miguel Lemos para Sá Ferreira embora ficassem no mesmo lugar.
O mais impressionante é que nesse mapa havia traçada uma linha prioritária, para estar pronta até o final dos anos 70, ela atrasou alguns anos mas em 1983 ela já estava concluída, mas o resto era para estar finalizado até os anos 90, o impressioanante é que não aconteceu, Copacabana só agora tem sua última estação em obras e terá apenas 3, no fundo do bairro e não 4 em regiões centrais como seria.
Pode-se até perguntar, o que seria do comércio de Copacabana com uma obra dessas, certamente entraria em decadência, mas entrou sem ela, hoje o comércio da outrora chique Av. Copacabana se iguala ao comércio da rua do Catete e da rua Uruguaiana ruas que tinham comércio chique que minguou por causa dos tapumes vários anos lá instalados, até o cinema possivelmente demolido não é mais cinema.
O que muitos poucos sabem é que Botafogo tem uma estação, lacrada esperando ser colocada em operação, chamada Morro de São João, muito proxima da projetada estação Mourisco no mapa do Roberto.
Comments (20)
Um dos principais problemas (se não o principal) do Metrô do Rio se resume nessas três palavrinhas em inglês: “Cut and Cover”.
Como estamos à beira-mar, é a única forma de construir metrô na maior parte da cidade: arrasando tudo por cima e cavando o buracão. E tome transtornos de todo lado, antes (desapropriações), durante (ruas fechadas e tapumes) e depois da construção (terrenos inaproveitáveis).
Em São Paulo, no alto da serra, a maior parte do metrô foi construída com o “tatuzão”, cavando por baixo da cidade, sem interditar ruas, com intervenções mínimas na superfície apenas para os acessos e respiradouros. Atualmente está em andamento a construção da Linha 4 que seguirá pelas movimentadas Consolação e Ipiranga – uma obra como essa no Rio, com “cut and cover”, seria impensável hoje em dia.
Cadê o post do Tuminelli ?
:-)))
Tá lá, deixa de ser impaciente !
Eu pensei em fazer um post triplo tirando uma foto do mapinha que existe hoje nas estações… mas ele já está disponível em melhor resolução no site do Metrô:
http://www.metrorio.com.br/Estacoes/images/mapao_completo.jpg
A perspectiva do mapa, evidenciando Ipanema e Leblon (onde os trens não chegam) e literalmente jogando a Linha 2 pra escanteio deixa bem claro quais são as prioridades da operadora.
Rafael, amanha vou postar o mapa de toda a trakma ferroviaria do metro, que era pra estar pronto em 1990… é inacreditavel.
:-))
pow, tô monopolizando isto aqui…
Uma coisa que eu não entendo é que existe um prédio na rua Paissandu, construído aparentemente bem antes de 1970, que foi feito com o recuo exato para passar a linha do Metrô, no trecho que ela corta o quarteirão entre a Paissandu e a São Salvador. A fachada do prédio inclusive é enviezada acompanhando a curva do túnel.
Isto mostra que os planos do Metrô, já com esse nível de detalhamento, eram muito mais antigos.
Outra coisa que vi recentemente foi um título de dívida pública da Cia. do Metropolitano do Rio de Janeiro, bastante antigo (anos 30 ou 50).
Agora explica o porque do natimorto nome MORRO AZUL?
Jro :-)))
Acho que o metrô é uma das pouquíssimas coisas que funcionam bem nessa cidade. Faço uso dele todos os dias, há anos, e conto na metade dos dedos da mão direita, as vezes que o metrô me deixou irritado.
Aliás, irritado, isso sim, me deixa algumas pessoas mal educadas que viajam trancando as portas, com as pernas esticadas nos bancos laterais, ecostadas egoísticamente nos ferro verticais de sustentação.
O Metrô é a única solução de transporte de massa que realmente funciona; o resto é transporte coletivo precário, sujo, poluidor, atravancador de ruas. Uma perversa demonstração disso é a esquina de Rio Branco com Nilo Peçanha, em frente ao Ed Av. Central. Às três da tarde, dezenas de ônibus e táxis, a maioria vazios, atravancam o pedaço, fecham o cruzamento, impedem que as pessoas atravessem a faixa de pedestres em segurança. Mas a máfia dos transportes, mancomunada com as “assembléas gaiolas de ouro legislativas”, breca qualquer tipo e solução que faça cair suas receitas mensais.
Enquanto não acabarmos com os Jimmy Hoffa (ou caricaturas dele) que comandam nosso submundo dos transportes, o inferno vai continuar. Inclsuive com atrasos, empecilhos, sabotagens nas obras do metrô.
Uma pegunta que não quer calar: Será que eu vou ver quando o metrô vai chegar em Jacarepaguá e Barra?
Abraços
Uma obra com pelo menos 60 anos de atraso.
E a omissão dos governantes quanto à expansão para a Barra, Recreio e Jacarepaguá, quando estes bairros estavam iniciando o desenvolvimento há 20/30 anos atrás também foi um crime.
Concordo com o AG: acabo de ir de Ipanema ao Largo da Carioca em menos de 35 minutos, com ônibus e trem com ar condicionado, com todo o conforto e segurança.
Endosso o dito por aqueles que elogiam.
Uso diariamente de Ipanema e/ou Leblon para o centro, ida e volta.
Outro dia levei meu carro para uma oficina em São Cristovão e quando fui embora fiquei a espera de um taxi, mas antes que ele aparecesse, para a minha surpresa, passou um daqueles ônibus cinzas do Metrô que me deixou na estação ao lado do Sambódromo.
Uso também o sistema de integração que nos leva até o Cosme Velho.
Enfim, me confesso dependente do Metrô.
:-))))
PS – O QUE ERA AQUELE NOME MORRO AZUL?????
JRO, nunca entendi o Morro Azul, mas era sem duvida uma otima maneira de evitar de pronunciar “aquele nome” desagradavel que acabou sendo usado no seu lugar. ;)))
O Morro Azul tem favela Zé Rodrigo, aí a comunidade do Flamengo pediu prá trocar, mas cá entre nós o nome Marquês de Abrantes seria o mais certo !!!
Interessante lembrar que a obra da antiga linha ferroviária, do final do século XIX, foi até iniciada, entre o Largo da Carioca e Sancta Thereza, segundo Relatório Anual do Ministério da Agricultura. Não tendo prosseguimento.
E pelo visto a conclusão deste mapa ainda vaidemorar muuuuuiiitos anos, nem mesmo a proximidade dos jogos Pan-Americanos, é motivo suficiente para a conclusão e melhoria do Metro do Rio. Isto pra não falar da linha 2, affff.
{:^)
André,
Tenho em algum lugar aqui em casa um livro distribuido na inauguração do Metro em 1979, com os projetos do Metro para o Rio de Janeiro, inclusive com a chegada a Niterói em 2000. Já dei duas buscas e nada. Mas eu vou encontrar. É material para uma belíssima serie !!
Uma das provas do planejamento inadeqüado da Barra da Tijuca, que para mim é um desastre, foi a “não reserva” uma faixa de terreno para implantação do metrô em superfície.
Como puderam conceber um bairro gigantesco sem o serviço de transporte de massa !
Mesmo no século XIX havia um casamento entre infra-estrutura de transportes (bondes) e novos loteamentos. Será que não tinham apreendido a lição no momento da concepção do projeto em 1969 ?
Hoje pagamos o “pato” de um planejamento inadeqüado. Um bairro sem pé nem cabeça.
Concordo com vc, Marcelo !!!
André,cá estou eu de volta,após 1 afastamento,desde os posts do plano agache…
Concordo com o que foi dito acima,o sistema de transporte público no Brasil parece(sim,estou sendo eufemista)ser feito pra não funcionar,é incompreensível como um país com as dimensões do nosso privilegia o transporte rodoviário em detrimento do ferroviário.Países muito menores(Japão é 1 exemplo)têm um sistema eficiente de transporte pelo fato de se privilegiar o transporte ferroviário(há até 1 elefante branco no japão relacionado à isso,uma linha de trem que liga 1 ilha japonesa à outra,teve a obra atrasada por dificuldades de passar por baixo do mar,demorou tanto que quando foi inaugurada,teve menos usuários que o previsto,pelo fato de a passagem aérea já estar acessível-coisa impensável no início da obra-porém fez-se o esforço de criar 1 transporte de massa eficiente,isso não aconteceu por dificuldades técnicas)que tem como transportar mais gente e polui muito menos que um sistema rodoviário que,muito mal feito(de propósito,acredito eu),leva à ruas congestionadas,carros e ônibus disputando espaços de maneira feroz,e poluição muito maior do que deveria ser.
Moro em jacarepaguá e perco 3 horas por dia no deslocamento daqui até minha universidade,no da cidade,e diariamente faço uso de transporte ônibus,graças à desorganização e ao desgoverno.
Peço desculpas se me alonguei muito.Cada vez me surpreendo com os posts,sempre excelentes!!
Um abraço,André