Bela tomada aérea entre as ruas Paula Freitas e Figueiredo de Magalhães.
Vemos com destaque a Praça Serzedelo Correia, com seu primeiro urbanismo, algumas das árvores que compunham esses jardins ainda sobrevivem até aos nossos dias.
Nas duas esquinas da praça com a Av. Nossa Senhora de Copacabana tínhamos duas construções de extrema importância para o bairro e já demolidas, na rua Hilário de Gouveia a Igreja de Copacabana, dedicada ao Nosso Senhor do Bonfim, demolida nos anos 70 e na Rua Siqueira Campos, a garagem e estação de bondes, o famoso ponto de 100 réis, demolido nos anos 50 para em seu lugar ser construído o Centro Comercial de Copacabana.
Outro ponto interessante é reparar que quase metade do quarteirão entre as ruas Siqueira Campos, Domingos Ferreira e Figueiredo Magalhães e Av. Atlântica ainda se encontrava vazio.
o interessante é notar que não há mansões faraônicas neste trecho do bairro, existem casas grandes, em terrenos idem, mas muito longe do exagero da Av. Atlântica e algumas ruas como a Rainha Elizabeth, 5 de Julho e Saint Romain que concentravam grandes casas no bairro.
Foto da coleção do Sr. Carlos Dufriche
Comments (27)
O que significaria “ponto dos 100 réis”? Alguma gíria da época? Ouvi dizer que em Niterói havia um lugar com o mesmo nome, onde hoje está a cabeceira da Ponte.
A igreja ocupava apenas uma pequena parte do terreno do prédio enorme que construíram lá. Quais são as outras construções? Provavelmente também pertenciam à Igreja. Algum colégio?
E também já vi um mapa da época sobre o episódio dos 18 do Forte, em que aparecia uma pequena rua entre a praia e a praça, entre a Hilário e a Siqueira (então Barroso). Não se vê essa rua na foto.
Era a complementação da tarifa dos bondes, das linhas principais para as que serviam os arrabaldes
Naquela época era um bairro maravilhoso. Engraçado mesmo como eles evitavam construir perto da praia na época.
Abçs.
Luiz.
E lá na esquina da Figueiredo Magalhães com Av. Atlântica, a casa de meu tio, James Darcy, na Figueiredo Magalhães nº 1.
Ela, que já fez parte da exposição do André e do Roberto, vai ser postada novamente neste fim de semana lá no http://fotolog.terra.com.br/luizd
Esta é a verdadeira Copabacana.
Uma pena não ter sido possível manter uma configuração parecida com esta.
Jro 🙂
Assumo que sou curioso:
“te mandei um email; assunto Variant azul”
Manda esse e-mail prá mim também????
:-))))))
Bacana… A praça Malvino reis (atual Serzedelo Correia) tem uma urbanizaçao interessante. Olha a Igreja. Era bonita… Virou aquele horror que tá lá.
Essa é uma foto que merecia alta resolução, Pena que aqui não dá, por isso to pensando seriamente em migrar pro Flicekr. Esse fotolog ja deu o que tinha que dar. Ontem qd vi que os comentarios daqui tinham sumido, achei o fim da picada.
:-))
Linda foto. Aliás, lindíssima.
Dizer que isso é Copacabana é até maldade.
Este mesmo trecho, visto hoje, pelo msmo ângulo, vai parecer um filme de terror.
Algum morador que sonhasse com a realidade de hoje naquele tempo (premonição), procuraria imediatamente um manicômio para se internar.
Como a qualidade de vida no Rio se inverteu.
O engraçado é que todo mundo reclama da floresta de edifícios, dos paredões de concreto, da desumanização da cidade nas últimas décadas… mas na hora em que o César Maia baixa o projeto das APACs, para preservar um pouquinho de qualidade de vida, todo mundo chia para ter direito de vender sua ca$a para uma construtora de arranha-céu$!
A gente do Leblon me dá nojo e ódio.
Concordo com vc, o pessoal reclama dos prédios quando não interferem no seu direito de ganhar um dinheirinho com a casa da vovó que acabou de falecer !!!!
Mas a grande tragédia da chamada elite brasileira é exatamente isso que o Jason falou.
Vale o que me interessa; o que interessa aos outros é crime.
Parece que foi Unamuno que disse: Eu sou eu e as minhas circunstâncias”.
Mas o brasileiro diz: “Eu sou as circunstâncias e, se sobrar espaço, um pouco d’eu”
Em Botafogo, após devastarem a Visconde de Silva, estão promovendo uma limpa na Rua da Passagem. Há vários terrenos recém-demolidos ou em início de construção na rua, inclusive onde estavam as duas casas da madeireira Gales.
Justamente ontem, quando um infrequente post sobre os suburbios aparece, houve comentarios desaparecidos, inclusive um longo que eu tinha mandado. Enfim, vida que segue, voltemos `a Zona Sul, que ja’ foi um paraiso. Contemplando essa foto, quase consigo sentir o cheirinho de areia e maresia.
E saiu no Ancelmo Gois hoje… a casa do antigo Chapeuzinho Vermelho não resistiu, foi destombada pela prefeitura e dará lugar a mais um prédio naquela região valorizadíssima.
A elite brasileira não é tão má assim, afinal quem foi que trouxe da europa o futebol e o carnaval pras massas se divertirem ? Quem foi que fundou o Fluminense, o Flamengo ? Esse papo de dizer que todo “rico” é mal e todo pobre é bonzinho não cola não. Existe gente chata e interessante em todas as classes sociais, em todos os lugares, infelizmente. Sem falar que Ayrton Senna, “herói nacional”, também não pertencia à “elite” ? O Tom Jobim não era de família de classe média alta ? O Vinícius Embaixador, o Oscar Niemeyer de família de Laranjeiras … E o Rio Branco, filho do Visconde …
Fantástica foto, André!
Vc tem em alta?
Abração,
Bertoni
Excelente dado documental, meu amigo André!
Foi bom revê-lo nesta quarta de meet-up entre uns chopinhos e outros com o restante dos amigos!
Grande abraço!
A ocupação do bairro está diretamente ligada ao desenvolvimento das linhas de bonde. A primeira linha chegou ao bairro em 6 de julho de 1892, passando pelo Túnel velho, Siqueira Campos, até a Praça Malvino Reis, sendo inaugurada a estação de bonde provisória na mesma praça. No mesmo ano é inaugurado o primeiro trecho dessa linha para o centro da cidade, entre o Largo da Carioca e o Largo do Machado.
No dia 8 de abril de 1894, inauguração do ramal de Barão de Ipanema em Copacabana da Companhia Jardim Botânico, com 1,112 km de extensão, ligando a Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correa) até a esquina da Rua Barão de Ipanema, passando pela avenida Nossa Senhora de Copacabana. Junto é inaugurada nova estação de passageiros na rua Barão de Ipanema. No dia 15 de abril é inaugurada a extensão até a Igrejinha (atual Forte de Copacabana), com 1,848 km de extensão.
No dia 15 de abril, inauguração do ramal do Leme, ainda em tração animal, com prolongamento da linha a partir da Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correa) até o final da Rua Gustavo Sampaio.
No dia 28 de agosto de 1901, prolongamento da linha da Companhia Jardim Botânico, ainda em tração animal, entre a Igrejinha e a rua Bulhões de Carvalho, passando pela rua Francisco Otaviano.
No dia primeiro de novembro de 1901, inauguração da eletrificação da linha de bonde da Companhia Jardim Botânico para Copacabana, via Túnel Velho, desde a rua Voluntários da Pátria até a Praça Serzêdelo Correa.
No dia 24 de junho de 1902, prolongamento da linha da Companhia Jardim Botânico, ainda em tração animal, desde a rua Bulhões de Carvalho até a Praça General Osório, passando pelas ruas Francisco Otaviano, Vieira Souto e Teixeira de Melo.
E FINALMENTE, a Eletrificação:
No dia 14 de junho inauguração da eletrificação dos ramais do Leme e de Ipanema (até Gal. Osório), a partir da Praça Malvino Reis.
www.rota.notlong.com
Correção, no primeiro parágrafro: É inaugurado o primeiro trecho eletrificado entre o Largo da Carioca e o Largo do Machado em 1892.
O fotógrafo mirou na praça e acabou revelando um ângulo diferente na Copacabana dos anos 20. Diferente no sentido de revelar o bairro do dia-a-dia, fugindo da grande sedução dos fotógrafos: a praia e a atlântica, de preferência mostrando o recém inaugurado Hotel Copacabana Palace. Aliás, o hotel inaugurou também a super-valorização dos terrenos de frente para a praia, onde as tais mansões faraônicas expulsaram as casinhas de veraneio a partir dessa época.
O destaque da foto para a Praça Serzedelo Correia é mais uma oportunidade para falar sobre a Igreja de Copacabana e sobre o absurdo feito em nome da arrecadação. A tradicional igrejinha demolida e, em seu lugar, um grande edifício comercial tomando todo o terreno de propriedade da Igreja, com um supermercado no sub-solo, o Pão de Açúcar.
No térreo do edifício comercial, bem na esquina da Av Copacabana x Rua Hilário de Gouveia, o inquilino mais querido de seus santos proprietários: a loja Miami Video, especializada em shows eróticos com prostitutas de terceira categoria. Essa loja fica exatamente no lugar ocupado pelo altar da antiga Igreja, numa espantosa precisão geográfica. Já falei disso num post anterior e nunca vou perder a oportunidade de falar sobre isso novamente.
É interessante registrar também que a casa que aparece na esquina da Rua Siqueira Campos x Rua Domingos Ferreira permanece lá até hoje, talvez a única sobrevivente de todas as que aparecem na foto. Na imagem, vemos três casas geminadas, coladas uma na outra. A que sobreviveu é a que fica mais na esquina. Atualmente pintada de azul claro, é ocupada por um típico botequim no térreo e um prostíbulo (claro, estamos em Copacabana!) no andar superior.
O livro “Imagens da Aviação Naval”, elaborado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha, credita essa foto a Jorge Kfuri, fotógrafo aeronáutico do Jornal A Noite e contratado da Marinha do Brasil na década de 20.
Tenho certeza que os mesmos hipócritas que hoje botam faixas nos prédios antigos protestando contra a Apac do Leblon olham para essa foto e comentam:
– Como era bonito…
– Como destruíram o Rio…
Ou seja: a culpa é sempre dos outros.
incrivel, inacreditavel…
o que a “evolucao” faz com um lugar que seria perfeitamente o paraiso!
abracos