Uma visão da chegada ao porto do Rio, tirada a bordo do navio SS Southern Cross, na década de 40, o edifício A Noite ainda o mais alto da América do Sul domina todo o horizonte, à esquerda vemos o Arsenal de Marinha e o Mosteiro de São Bento, na água um grande navio de guerra, me parecendo um cruzador.
O A Noite tem seu projeto do mesmo arquiteto do Copacabana Palace e do Glória, Joseph Gire, e ao contrário de seu mais conhecido projeto em terras cariocas possui linhas mais limpas, flertando com o estilo moderno, embora possa ser considerado um prédio decô, apesar de sua sóbria decoração.
Utilizou a então avançada tecnologia do concreto armado, que foi calculada numa época onde processadores matemáticos e até meras calculadoras eram exercícios de futurologia por Emílio Baumgarten, com muita competência.
O prédio foi durante os anos 40 e 50 um dos endereços mais míticos da cidade, inclusive com a presença da Radio Nacional em seus últimos andares, e nos dias de tempo bom e céu claro havia filas para se acessar o mirante em seu terraço, de onde se tinha uma vista de 360 graus do centro e da baia da Guanabara.
Nos anos 70 já todo ocupado por órgãos governamentais foi cogitada sua demolição para o alargamento das vias ao redor, idéia sem sentido, e descartada
Ao lado do A Noite a pequena torre é da estação de passageiros do porto construída pelo Touring Club do Brasil em 1926 para dar mais conforto aos que usavam os navios de passageiros, separando-os do resto das atividades portuárias, o prédio existe até hoje com mesma função, mas o viaduto da Perimetral deixou-o escondido de muitos cariocas.
O A Noite tem seu projeto do mesmo arquiteto do Copacabana Palace e do Glória, Joseph Gire, e ao contrário de seu mais conhecido projeto em terras cariocas possui linhas mais limpas, flertando com o estilo moderno, embora possa ser considerado um prédio decô, apesar de sua sóbria decoração.
Utilizou a então avançada tecnologia do concreto armado, que foi calculada numa época onde processadores matemáticos e até meras calculadoras eram exercícios de futurologia por Emílio Baumgarten, com muita competência.
O prédio foi durante os anos 40 e 50 um dos endereços mais míticos da cidade, inclusive com a presença da Radio Nacional em seus últimos andares, e nos dias de tempo bom e céu claro havia filas para se acessar o mirante em seu terraço, de onde se tinha uma vista de 360 graus do centro e da baia da Guanabara.
Nos anos 70 já todo ocupado por órgãos governamentais foi cogitada sua demolição para o alargamento das vias ao redor, idéia sem sentido, e descartada
Ao lado do A Noite a pequena torre é da estação de passageiros do porto construída pelo Touring Club do Brasil em 1926 para dar mais conforto aos que usavam os navios de passageiros, separando-os do resto das atividades portuárias, o prédio existe até hoje com mesma função, mas o viaduto da Perimetral deixou-o escondido de muitos cariocas.
Coleção Desmond Cole
Comments (9)
Luiz D´ 19-5-05 14:04 …
Seus 21 andares faziam-no imponente na época.
E a Rádio Nacional, a correspondente da TV Globo em meados do século XX, transformou este edifício em lugar muito conhecido.
Os programas de auditório de Cesar Ladeira e Cesar Alencar, as “brigas” de Emilinha e Marlene, os grandes cantores da época, as novelas radiofônicas que mobilizavam multidões, os humorísticos, foram um fenômeno de audiência, inimaginável para a geração acostumada à TV.
Baumgarten, diga-se, foi o realizador de uma autêntica revolução no cimento armado, ao empregar pela primeira vez lajes de 6 centímetros, com ferro fino sem gancho.
Hoje a região da Praça Mauá, como boa parte da cidade, está deteriorada.
http://ludaol.multiply.com/
Seus 21 andares faziam-no imponente na época.
E a Rádio Nacional, a correspondente da TV Globo em meados do século XX, transformou este edifício em lugar muito conhecido.
Os programas de auditório de Cesar Ladeira e Cesar Alencar, as “brigas” de Emilinha e Marlene, os grandes cantores da época, as novelas radiofônicas que mobilizavam multidões, os humorísticos, foram um fenômeno de audiência, inimaginável para a geração acostumada à TV.
Baumgarten, diga-se, foi o realizador de uma autêntica revolução no cimento armado, ao empregar pela primeira vez lajes de 6 centímetros, com ferro fino sem gancho.
Hoje a região da Praça Mauá, como boa parte da cidade, está deteriorada.
http://ludaol.multiply.com/
leflaneur 19-5-05 15:24 …
O edifício A Noite é assombrado, sabia? Está no roteiro dos prédios assombrados do Rio. Parece que no estúdio as pessoas vêem coisas, pessoas desencarnadas, almas escorregadias, seres gasosos…
O edifício A Noite é assombrado, sabia? Está no roteiro dos prédios assombrados do Rio. Parece que no estúdio as pessoas vêem coisas, pessoas desencarnadas, almas escorregadias, seres gasosos…
AG 19-5-05 15:41 …
…espíritos trevosos, alminhas torturadas.
Estou acrescentando mais algumas espécies do mundo desencarnado ampliando a lista do Leflaneur. Evidentemente, o Cesar de Alencar deve ser o capitão do time.
Mas falando em Rádio Nacional dessa época, há uma historinha notável.
Contam que certa noite, Jorge Goulart, casado com Nora Nei, duas das mais potentes vozes do Brasil, estava no palco, diante do microfone, aguardando o término da introdução do maestro Radamés Ingnatali. Ao faltar uns dois ou três compassos para a deixa do cantor, apitou um navio lá fora. Jorge Goulart, distraído, entrou no tom do apito desmantelando por completo o arranjo da orquestra.
Não sei quem ajustou-se ao tom de quem no desenvolvimento do número. Acho porém, que foi a orquestra visto que o artista, segundo dizem, é mais cabeça dura que Cid Moreira lendo texto no Fantástico.
como essa gente de rádio fala mal uns dos outros, benza-deus.
…espíritos trevosos, alminhas torturadas.
Estou acrescentando mais algumas espécies do mundo desencarnado ampliando a lista do Leflaneur. Evidentemente, o Cesar de Alencar deve ser o capitão do time.
Mas falando em Rádio Nacional dessa época, há uma historinha notável.
Contam que certa noite, Jorge Goulart, casado com Nora Nei, duas das mais potentes vozes do Brasil, estava no palco, diante do microfone, aguardando o término da introdução do maestro Radamés Ingnatali. Ao faltar uns dois ou três compassos para a deixa do cantor, apitou um navio lá fora. Jorge Goulart, distraído, entrou no tom do apito desmantelando por completo o arranjo da orquestra.
Não sei quem ajustou-se ao tom de quem no desenvolvimento do número. Acho porém, que foi a orquestra visto que o artista, segundo dizem, é mais cabeça dura que Cid Moreira lendo texto no Fantástico.
como essa gente de rádio fala mal uns dos outros, benza-deus.
gerard_3 19-5-05 16:41 …
Caramba esse relato do Mauro me deixou com medo…buuuuuuuuuuuuuuuuuu!
:)))
:))))
Tudo bem ?
Bjócas!
De
Caramba esse relato do Mauro me deixou com medo…buuuuuuuuuuuuuuuuuu!
:)))
:))))
Tudo bem ?
Bjócas!
De
leflaneur 19-5-05 16:45 …
Não diga benza-deus, pois haverá corre-corre de espectros pelos corredores da rádio…
Não diga benza-deus, pois haverá corre-corre de espectros pelos corredores da rádio…
tumminelli 19-5-05 19:15 …
Foi nesse predio que minha avó materna levou 3 tiros no seu escritorio do ministerio da educação, vindo a falecer poucos dias depois. Um crime com uma estranha versão oficial.
:-(((
Foi nesse predio que minha avó materna levou 3 tiros no seu escritorio do ministerio da educação, vindo a falecer poucos dias depois. Um crime com uma estranha versão oficial.
:-(((
jban 20-5-05 1:42 …
Bela foto, tirada de um angulo pouco usual.
Bela foto, tirada de um angulo pouco usual.
leflaneur 20-5-05 9:43 …
Roberto, que história é essa???
Roberto, que história é essa???