Restos do Convento da Ajuda, 1909

andredecourt's Foto von 14.08.04

Hoje na coluna do Ancelmo Góis se falou que a prefeitura irá tombar o convento da Ajuda em Vila Isabel, isso realmente é uma boa notícia.
Mas a coluna publicou uma informação imprecisa dizendo que o convento foi demolido na administração Pereira Passos, ela não é correta, o convento começou a ser demolido em 1911, no mandato do General Bento Ribeiro.
Pereira Passos já não era prefeito desde o ano de 1906, tendo sido a única obra Colonial de vulto demolida por ele a Igreja de São Joaquim, que ficava na altura do colégio Pedro Segundo unidade Centro, e segundo consta com lamento, pois ele entortou o traçado de vias para salvar igrejas como foi o caso da igreja de Santa Rita.
O Convento da Ajuda foi demolido inicialmente para a construção de um grande hotel, mas o empreendimento não logrou êxito, ficando a área abandonada até praticamente os anos 20, quando começou a ser levantada por Francisco Serrado a Cinelândia.
Espero com esse post consertar o erro da coluna, que colocou a culpa de um ato idiota à um dos maiores administradores que essa cidade já teve, onde podemos ver o teatro Municipal concluído em 1909 e o convento ainda sendo demolido.

Comments (23)

tumulos 14.08.04 11:46 …
Sensacional! Esta foto é um registro belíssimo da nossa história!
Parabéns!
jro 14.08.04 12:11 …
André, a memória que anda, e ainda corrige !!
JRO :-))))
eduardo bertoni 14.08.04 12:44 …
O que havia nesse enorme espaço à esq. onde hoje é a cinelândia?
É lá que existiam as casas de ópio? Por falar nisso o que se sabe sobre as tais casas?
andredecourt 14.08.04 13:09 …
Era o convento da Ajuda, o original 😉
As casas de ópio ficavam no bairro da Misericórdia lá pelos lados onde hoje está o Forum e o museu da Imagem e do Som
eduardo bertoni 14.08.04 13:12 …
Sorry, but eu não tinha entendido direito a foto…
[email protected] 14.08.04 14:05 …
Grande, André ! Dar nome aos bois deveria ser a tarefa de muita gente boa da imprensa; principalmente quando se diz informativa. Depois reclamam quando vêm aí uns caras (que até já foram perseguidos) querendo através de criação de “consêlhos” voltar disfarçadamente ao tempo da censura em Pindorama. ç
andredecourt 14.08.04 14:36 …
Alvaro erros acontecem, ainda mais num jornal como o Globo, onde a pauta tem que ser fechada, a gráfica tem que imprimir..etc….
Ainda mais em história do Rio, tão confusa por falta de fontes e das autoridades que fazem questão de esconde-la em empoeirados arquivos, eu mesmo as vezes dou a minha versão para determinados fatos por achar que é a mais plauzível, mas a verdade pode estar com a outro historiador que eu não tenha concordado.
Mas o erro tem que ser corrigido através de uma errata ou retratação, e rápido, essa é a falta na minha opinião que muitos da imprensa vem praticando, erram e não se corrigem depois ficando o dito pelo não dito.. isso é muito feio !
Luís Felipe Pires 14.08.04 15:21 …
Casas de ópio ??fala, André, o que eram elas ??
heilborn 14.08.04 16:00 …
Cof cof cof … Haja poeira na cabeça do André!
Ópio, absintho, o povo carioca sempre foi chegado em aditivos. Tem sempre um na moda. Alguém poderia fazer um trabalho sobre os aditivos através dos séculos versus modelos e crises econômicas.
analyzator 14.08.04 17:46 …
Além do Teatro Municipal, qual outra construção visível/identificável na foto ainda sobrevive?
Vê-se uma linha de bonde na via pública entre o terreno do convento e a praça, que pelo traçado devia vir pela rua 13 de maio. Na Av. Central não havia linhas de bonde ainda, ou já havia, mas só em parte da via?
O Morro de Santo Antonio, lá no fundo da foto, tinha alguma construção no seu topo, ou só havia mato, construções só nas encostas?
(Pela resolução da imagem acima, não dá para identificar de havia algo ou não no topo.)
andredecourt 14.08.04 18:21 …
Bem primeiro as casas de ópio, eu só li sobre elas em livros de Luiz Edmundo, elas ficavam no bairro da Misericórdia que hoje não mais existe, a Misericordia era a parte mais velha da cidade fora o topo do morro do Castelo, com sombrias ruelas que muitas vezes não passavam de 3 metros de largura.
Por ser perto do cais Pharoux, era o lugar ideal para os recém desembarcados, loucos para uma pitada na droga feita com a Papoula.
Segundo as discrições feitas pelo historiador as casas em nada diferiam das suas congeneres espalhadas pelo mundo….
eduardorj 14.08.04 18:21 …
Fala André!
Grande foto e brilhante informação.
Rica em precisos detalhes, parabéns
abs
Eduardo
andredecourt 14.08.04 18:24 …
…. os “chinas” eram os proprietários do estabelecimento, ajudados por escravos, que tinham a função de mater os clientes confortáveis e com os cachimbos cheios.
Os velhos sobrados profundos também eram os ideiais pois muitas vezes na frente se mantinha um negócio legal, mas ao se embrenhar na construção a situação mudava.
Haviam casas para todos os bolsos, muitos dos viciados faziam o downgrade terminando muitas vezes depois de dias de entorpecimento no meio da rua quase sem roupa e esmurrando a porta da última que o enxotou por falta de fundos……
andredecourt 14.08.04 18:28 …
… o interessante era a simbiose dessas casa com a cidade, nesse ponto ocupada por imigrantes, “cabras”, e portugueses tentando a sorte na antiga colônia, e a inércia da polícia em fazer algo, não sei quando elas desapareceram desa região, mas bem possível que tenha sido no período Passos, onde boa parte do venho e infecto tecido da Misericórdia foi abaixo com a construção do novo Mercado Municipal, praticamente todo arrazado nos anos 60 p[ara a passagem do elevado da Perimetral, só sobrando o restaurante Albamar
andredecourt 14.08.04 18:32 …
Quanto a foto, das visíveis só o Municipal ainda resiste de pé, a rua que vemos realmente é a 13 de Maio que teve seu traçado retificado, ainda duas vezes no sec. XX, uma quando da construção da Cinelândia e outra nos anos 40 na administração Dodsworth, quando a velha Imprensa Nacional foi demolida, e a rua entre o Largo da Carioca e a Cinelândia alargada e prédios como o edifício Darke de Matos construídos.
O morro de Santo Antônio era ocupado por construções, em estado precário, fora o Convento, todas invadidas, e moradia de gente muito pobre, mas não era uma favela propriamente dita
tumminelli 14.08.04 18:54 …
Eu qd li hj eu tb achei estranho, mas como estava meio de ressaca e com um sono danado, o tico e o teco não estavam acordados… deixei pra lá.
:-))))
heilborn 14.08.04 19:47 …
Uau! Parecia o roteiro de um filme. Ruelas escuras, pessoas entorpecidas pelo ópio ou enlouquecidas pela abstinência forçada…
Quanta política e quantas alianças escusas (quase a mesma coisa, não fosse por uma fina linha ética) não devem ter sido feitas aí, under the influence?
Sabe onde ainda tem um resquíciozinho dessa paisagem? New Orleans, uma das minhas cidades favoritas. Principalmente, se for lua cheia.
vodca 14.08.04 20:23 …
Foto sensacional. Impressionante o seu arquivo pessoal de informações sobre nossa cidade.
vodca 14.08.04 20:40 …
Não, ipanema fim de tarde em abril. Choveu logo depois.
sabcunha 14.08.04 21:30 …
André, adorei lhe conhecer e seu fotolog é uma aula de história e cultura… Valeu Beijos
Luís Felipe Pires 14.08.04 22:49 …
André, obrigado pelas informações sobre as casas de ópio ! Nunca tinha ouvido falar nelas ! Pensava que “bocas de fumo ” eram coisas da modernidade !!
PS- vocês já checaram o site da revista O Cruzeiro”” , divulgado por alguém aqui no seu flog, q não lembro o nome, e que vale à pena uma visita, uma volta ao passado !(www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro)
PS2-Vocês já foram no “Scenarium”na Rua do Lavradio ? É um passeio por um mundo antigo e surrealista, uma volta ao Rio Antigo.Imperdível !
Antolog 16.08.04 11:55 …
Como diria o próprio Ancelmo Gois: Deve ser duro viver numa cidade dominada pelo “narcotráfico”…
faberpaganoto 18.08.04 11:36 …
mais um show!

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