Av. Atlântica – Ressaca de 21


Nessa foto de Malta vemos os danos causados pela violenta ressaca de 1921 na recém duplicada Av. Atlântica.
A velha Atlântica era uma realização incompleta da Adm. Serzedelo Correia que não havia realizado a totalidade do planejado por Passos em 1904, nos planos do grande prefeito além da pistasde rolamento de o6 metros de largura haveria um calçadão de 02 metros mais amurada que nunca foi realizado, assim a avenida teria aproximadamente 09 metros, contando com a calçada junto aos imóveis. Sem o calçadão e sem a amurada logo após sua inauguração, em Novembro de 1910, um trecho do Leme perto da Rua Anchieta já estava intrafegável e com as tubulações expostas como já noticiava o Jornal O Copacabana em Março de 1911, em virtude da força do mar em uma tempestade naquele mês e logo após todo um quarteirão ficaria inservível por mais de ano.
A velha avenida aguentou aos trancos e barrancos até a violenta ressaca de 1919, que praticamente a varreu do mapa, em muitos lugares o mar chegou nos terrenos das casas, reclamando o que era seu, pois pelo projeto original de arruamento do bairro pela Cia de Construções Civis a Av. Atlântica simplesmente não existiria.
Frontin como grande engenheiro que era e também reconhecido como um prefeito de intensidade máxima pelo grande volume de obras executadas e entregues nos seus pouco mais de 06 meses de mandato além de recuperar a destruída avenida a duplicou extendendo em mais de 3 metros o imaginado por Passos. Mas mais uma vez subestimou-se a força do mar, as muralhas executadas sobre o risco de Frontin não eram tão profundas como deveriam, sendo que na violenta ressaca de 1921, uma das mais fortes que a cidade conheceu por décadas, causando danos extremos inclusive dentro da baia, como já tinha acontecido com a de 1919, de praticamente igual intensidade, a nova Av. Atlântica ruiu em vários trechos, do Leme ao Posto V.
Na nossa foto vemos a região do Posto IV, em destaque temos o prédio do Hotel Londres ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/03/06/1545/  http://www.rioquepassou.com.br/2008/10/20/posto-iii-e-iv-inicio-dos-anos-30/  http://www.rioquepassou.com.br/2006/01/13/av-atlantica-1919-2/ ) na época o melhor e maior estabelecimento hoteleiro do bairro. Mais a frente vemos uma casa de vida curta pois foi demolida no final dos anos 30 para a construção do Ed. Petrópolis e nas construções mais ao fundo identicamos a casa de James D’arcy, uma das pioneiras na via, localizada na esquina da rua Figueiredo Magalhães.
Na época desta imagem o bairro começava a ficar famoso, mas seu principal ícone não havia ainda sido concluído.

5 comentários em “Av. Atlântica – Ressaca de 21”

  1. Fico imaginando se meu tio teria ficado na janela olhando preocupado para a fúria do mar.
    Copacabana devia ser um espetáculo naquela época, ainda com tantos espaços livres e pouca gente.

  2. Devia ser mesmo preocupante ficar olhando da janela o mar mordendo a Avenida até quase chegar nas casas… acho que os caraas nem dormiam.

  3. Nos dias atuais tenho amigas que não dormem de forma alguma quando o mar está em ressaca, pois elas ficam com medo de tsunamis!

  4. Fantastica a foto!
    Obrigado por torna-la acessivel
    Vc por acaso teria alguma informação sobre as pedras colocadas no fundo da enseada de Copacabana? Estas impedem que o mar leve o aterro embora…

    1. Não há pedras no fundo, há o arrocamento, tímido junto ao calçadão e o shore-break na ponta do forte, construído nos anos 10 do séc. XX.
      Como formação natural há uma pequena lage em frente ao Posto V que forma o famoso baixio nas ressacas.
      Portanto não há nada que impeça o transporte de areia pela força do mar, como aliás já vem acontecendo no Posto V e VI onde a faixa de areia vem diminuindo ano a ano.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

+ 16 = 17