Nessa foto de média resolução vemos a região do Lido, por volta de 1925 que apesar de não permitir um mergulho profundo na imagem nos mostra detalhes fantásticos da ocupação do bairro.
No pé da página temos a parcial de um típico “mafuá”, reparamos no topo da roda gigante, certamente ainda de madeira, e várias lonas que abrigavam as outras atrações, esse pequeno parquinho estava erguido numa área, que nunca foi ocupada por construções e que ficava entre a Praça Demétrio Ribeiro e a Ministro Viveiros de Castro, onde no final desta década o Botafogo ergueu suas quadras de tênis, tal área nunca foi edificada pois no final desta mesma década, nos primeiros projetos de melhoria dos acessos de Copacababa era ali que a via elevada entre a Av. Pasteur e Copacabana teria sua rampa final.. Com as seguidas mudanças de planos a área foi absorvida em sua totalidade para a quadruplicação da velha rua Salvador Correia transformada em Av. Princesa Isabel.
Portanto a rua que vemos na extrema direita inferior é a Rua Barata Ribeiro em sua esquina com a Av. Prado Júnior, a Ministro Viveiros de Castro corta a foto na altura do meio da imagem e a Av. Copacababa parte da esquerda inferior rumo ao bloqueio causado pelos Morros do Inhangá nos fundos do Copacabana Palace.
Nessa época o litígio possessório que travava a ocupação de uma grande área de terra, do mar, indo até as encostas junto a Praça Cardeal Arcoverde, e entre as Ruas Belford Roxo até os lados impar da Rua Inhangá e par da Rua República do Peru praticamente havia terminado depois de quase 100 anos de contestação e mais 40 de litígio judicial, e finalmente, a área começava a ter ocupação, diversa do resto do bairro, já bem ocupado e que ironicamente lhe selou o destino no imediato pós-guerra, pois serviu não só de exemplo mas também foi símbolo do progresso e da sofisticação, embora 90% dos prédios levantados no período de especulação imobiliária sequer chegavam aos pés dos pioneiros, em luxo, bom gosto e qualidade de projeto.
Junto à Praça do Lido, já com o seu Sauvatage que havia sido construído em 1922, depois de mais de 10 anos de reivindicação dos moradores do bairro, sobe o primeiro prédio, que junto com o Copacabana Palace iria modificar drasticamente e ocupação do bairro, o Palacete São Paulo, que através desta imagem pode ser considerado, de forma definitiva, com seus originais 6 andares, o primeiro “rasga céu” de apartamentos do bairro. É surpreendente relembrar que em poucos anos toda essa região estaria verticalizada com os prédios pioneiros do bairro, incialmente em estilo eclético e depois em art-déco
Que pérola! Nunca tinha visto esses morros no meio de Copacabana… eram morros mesmo, ou grandes dunas?
Na verdade, estes morros vistos no meio da foto são as três cúspides da Pedra do Inhangá. A da direita, mais extensa, ainda existe, praticamente intacta, sob os prédios da Rua General Barbosa Lima. A da direita, que na maré alta, antes da construção da Avenida Atlântica dividia a Praia de Copacabana em dois, foi arrasada para a construção da piscina do Hotel Copacabana Palace. A do meio foi bastante reduzida, mas ainda há vestígios dela no interior do quarteirão delimitado pelas ruas República do Peru e Fernando Mendes e as Avenidas Atlântica e Nossa Senhora de Copacabana.
Raul a primitiva Av. Atlântica, de 6 metros, por volta de 1911 ainda circulava a pedra, mas as ressacas obrigaram ao primeiro corte na rocha, o que selou a existência dessa parte do Inhangá foi a construção do Ed. Chopin, mas pequenos pedaços dela ainda existem por de trás dos prédios da Ferando Mendes
Bela foto.
Eu não fazia ideia de que em 1925 já tivesse tantas construções assim em Copacabana. Todas as outras que vi até agora, mostrava somente o Hotel e as imediações.
Todos os sobrados que vemos aí deviam ser moradias de comerciantes que tinham a loja embaixo.
Gosto de imaginar meus avós passeando por aí. Que tranquilidade.
Como o Pantaleão eu tambem não imaginava, tantas construções
nessa época.1950 pra mim foi a época da grande explosão imobilia-
ria.
Me impressionou a quantidade de empenas cegas, mostrando as novas construções não mais em centro de terreno e posicionadas muito mais próximas das vias.
Em outros tempos, muita gente iria localizar seu imóvel nesta foto.
Imagina como seria belíssima Copacabana se em torno da pedra do Inhangá houvesse um enorme parque arborizado do mar até a encosta da serra que divide Copacabana de Botafogo. só em sonho mesmo. Muita grana rolou com a construção absurda dos edifícios que ocupam cada cm2 de Copacabana.
A mesma grana que está rolando na Barra e vai rolar no Porto, ou seja, a especulação imobiliária vem destruindo nossa cidade há século
Desses morros, existe pedaço/rochas de um, entre as Ruas Fernando Mendes e Rua Republica do Peru. Um outro, urbanizado, fica atras do antigo Cine Ricamar, atual sala Baden Powell, da prefeitura, aonde tem uma escada ao lado. Existe um acesso pela rua Barata Ribeiro, rua Gal Barbosa Lima, acabando num pequeno largo, sem saída. Morei ali. Mistérios de Cpacabana.
#ola Carlos, como é morar na Barbosa Lima? Vi um apto la. É seguro? Quais os pontos ruins e positivos? Agradeço desde já.
o inicio do processo de urbanização da praia de Copacabana se inicia após a abertura do túnel velho, há 120 anos. O bairro de Copacabana iniciou-se na altura do bairro Peixoto.
Porém a verticalização da orla se inicia exatamente no ponto retratado na imagem, no início dos anos 1920, no Lido, então final da praia do Leme, que tem a sua extensão reduzida com o arrasamento do morro do Inhangá e incorporação do Lido ao bairro de Copacabana.
O morro do Inhangá era um conjunto de elevações de sentido transversal à orla. Partia do morro da Babilônia, um dos que separa Copacabana do Botafogo, e atingia as areias da praia. Na verdade o Copacabana Palace se localizava no final da praia do Leme que ia do morro de mesmo nome até o morro do Inhangá. A partir de seu outro lado é que de fato começava a praia de Copacabana.
Aliás, arrasamento de morros é que não faltou no Rio de Janeiro. O do Castelo e Santo Antônio foram os maiores responsáveis por quase toda a orla aterrada, desde a av. Perimetral, no centro da cidade, junto aos morros da Gamboa e Providência que eram praticamente ilhas dentro da baía da Guanabara, até o penedo da Urca, que também mergulhava nas águas da baía, justo onde hoje se encontra o pitoresco bairro de mesmo nome.