Cidade Nova, anos 50


Nossa foto de hoje infelizmente foi escaneada de uma péssima publicação e não tem boa nitidez, embora seja relativamente grande.
Mas mesmo sendo mais ou menos precária mostra já nos anos 50 o bairro que sumiu do mapa a partir dessa época, embora já estivesse condenado, em compasso de espera desde o decreto de criação do Bairro Cidade  pelo govenro do Estado Novo. Era uma região ainda com vida, mas com todos os imóveis gravados como de “utilidade pública para fins de desapropriação” e por isso congelados e sem liquidez, aos proprietários restava mantê-los conservados, sem investir grandes somas, ou esplora-los até o bagaço, como aliás foi feito por muitos.
A densidade do casario, inclusive com prédios de 3, 4 e 5 andares, imóveis comerciais e residenciais nos faz imaginar como seria essa região antes da destruição da Praça Mauá, logo ali atrás e a desarticulação das duas metades do bairro para os lados da R. Marquês de Pombal, embora fisicamente, pelo menos até aí esa parte tenha sido fisicamente a menos atingida, mas iniciava-se a sua forçada decadência.

23 comentários em “Cidade Nova, anos 50”

  1. Mesmo assim dá pra ver como era essa parte da cidade antes de ser destruída e desvalorizada. Era muito arborizada pelo que eu posso ver. Andre, porque naõ cobriram todo o canal ?
    Fizeram esse tipo de obra aqui na Av. Maracanã ( uma parte)
    mas a obra executada em frente ao Shopping Tijuca foi malfeita e ele está constantemente alagado no seu subsolo.

  2. Me lembro bem e cheguei a entrar aí várias vezes… do lado esquerdo e direito.
    Gostava de passar de bonde aí e ver os anúncios antigos, de lojas que não existiam mais, feitos de azulejo num muro que havia do lado esquerdo da foto, já quase chegando na Ponte dos Marinheiros.

  3. A ponte bem abaixo, na foto, sobre o Canal é ligação da Rua Carmo Neto que segue até lá pelos lados do Estácio. À esquerda o prédio, hoje, da Estácio e que foi da Telerj (isso?) e margeando a Carmo Neto as instalações da Companhia de Gáz (CEG). Voltei no tempo. Muito bom!

  4. Caro André Decourt,
    a propósito das mudanças sofridas pelo nosso querido Rio, recomendo o link do YouTube http://www.youtube.com/watch?v=B4zWhg6zOwk. Contém um pequeno trecho de “Lábios sem beijos”, filme de 1930 dirigido por Humberto Mauro. O título pode nos soar hoje risível, mas o clipe vale duplamente. Pela beleza da paulista Didi Vianna, estrela da época – e pelas cenas maravilhosas do nosso Rio de então.
    Ao som da “Valsa de uma cidade”, ganham vida as fotos que temos visto no seu e nos outros blogs que fazem esse trabalho fabuloso de culto à memória carioca. Reparando a cena em que o vento leva o chapéu palhinha do galã, vê-se que o asfalto da Avenida Rio Branco já exibia remendos.
    Abraços a todos.

    1. Isso é que dá beber vinho no almoço.
      Há um momento em que o carro passa por uma estrutura com 2 arcos,
      muito parecidos com os que existem naquela ladeira de Botafogo para a Toneleiro/Copacabana.
      Dejá vú?

  5. André,
    ainda sobre o clipe “Lábios sem beijos”, me permita recorrer a sua expertise em postes de iluminação da nossa cidade. Numa das cenas aparece a Vieira Souto, com o Dois Irmãos, não muito nítido, ao fundo. Os postes são do mesmo tipo daqueles decorados com o fascio romano que ainda cercam o Palácio Tiradentes? Se forem, isso não indicaria uma inspiração fascista anterior à ditadura Vargas?

    1. O único lugar da cidade que os postes tem fascios em sua base são os de volta do Pal. Tiradentes, que aliás são exclusivos do prédio. Os postes da orla Ipanema Leblon era o padrão light com globo a meia altura

  6. Derani eu me lembro desse muro com propaganda em azulejos coloridos que você se refere. Era no muro que cercava instalações da Central já perto do fim da Presidente Vargas à direita de quem ia ao suburbio. Se não me engano fazia propaganda de um remédio ou coisas de farmácia. Ainda nos anos 70 eu fiz uma foto do que ainda havia (muitos azulejos haviam sumido) e, que pena, não consigo localizá-la. Parece que curtimos aquele muro, hein! Abraços daqui de Curitiba.

  7. Tb vi esses anuncios de ladrilhos.Lembro-me bem de um deles o do GUMEX todo em azul. Ficou por lá ate o fim da decada de 70

  8. A imagem pode ser melhor, precisa ser escaneada com uma resolução mais alta (e redimensionada para menor depois) para eliminar a interferência de moiré, essas linhas na diagonal que aparecem na digitalização e não fazem parte da imagem real.
    Era de fato uma cidade, integrada à área urbana. Parece que era um lugar com clima e movimento parecidos com São Cristóvão, ali perto.
    Às vezes parece que os brasileiros têm inveja da destruição causada pelas guerras na Europa e resolvem replicar isso aqui.

    1. Rafa, já está mais que melhorada, o problema é que ela é de uma publicação governamental dos anos 50, em papel brilhoso e´pessimamente impressa, e ainda por cima de pequeno tamanho. Fizemos o possível com ela e as outras do livro, que já foram publicadas aqui no site desde 2005.

      1. Não sei se você está usando scanner/software da HP, mas nesses casos ele induz o usuário a “fazer errado”. Se não me engano escaneia por padrão a 150 ou 200 dpi que é insuficiente para esse tipo de imagem. É preciso forçar 300 ou 600 dpi, mas quando você faz isso ele reclama, e a opção que faz efetivamente o que a gente quer é contra-intuitiva.

        1. Sempre escaneio com mais de 600 dpi, sempre, e não uso nenhuma ferramenta de ajuda do scanner. Uso depois da imagem escaneada, sem nenhum recurso programas de edição de imagem

          1. Eu não sei se o seu scanner é HP, mas nele, se você escolhe 600 dpi, não usa essa resolução óptica e sim reescalona a imagem, tenta te convencer que a resolução automática é a melhor para a foto. Pelo menos o que eu tinha era assim. Não tenho certeza mas acho que também é preciso mexer em uma outra configuração para que ele realmente escaneie a 600 dpi reais em vez de reescalonar.

  9. O que não foi devastado na década de 40, foi na de 70, para implantação do Metrô.
    Boa parte do que se vê à direita, é hoje o deserto do Terreirão do Samba, depois de ter virado um malfadado camelódromo

  10. Muito interessante o clip , Andre. Mas voltando a falar no anuncio da Gumex, existia um outro que se via tambem da
    Av.P.V. e de outros locais próximos que era o de um comprimido para dor de cabeça Alka… não me lembro bem do nome que ficava em cima de um morro acho que Gamboa ou Santo Cristo.

    1. Tenho muitas recordações dessa época.
      Falava-se muito que a gastrite deixa o estômago do Eno muito!
      Pode ser!!

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