Praça do Lido, início dos anos 30

O amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva nos brinda com essa foto da Praça do Lido tirada de um ângulo pouco comum às imagens mais conhecidas da praça, normalmente do mar para dentro, ou então da Rua Belford Roxo para a Rua Ronald de Carvalho.
Na nossa foto de hoje temos o inverso, o fotógrafo possivelmente estava no balcão que existia na sobre-loja do Ed. Ribeiro Moreira, desaparecido com as predatórias reformas e “modernizações” feitas na loja que abrigou o restaurante OK ( http://www.rioquepassou.com.br/2009/04/10/bar-e-restaurante-ok-lido-anos-30/ ), ele foca o movimento da praça e também a massa de casas que existia nos últimos quarteirões ocupados antes da grande área em litígio, que permaneceu desocupada até o meio dos anos 20, e que criou um hiato na ocupação do bairro, da Rua Belford Roxo até a Rua Inhangá.
Vemos muitas casas da segunda onda de ocupação de forte influência normanda, como alguns telhados e torretas da primeira onda após Túnel Velho, de um eclético forte ora flertando com castelos ora com villas meditarrâneas.
Em primeiro plano temos o prédio do Restaurante Lido, que acabou dando nome a praça, que já tem a sua segunda urbanização feita pelo indiscutível bom gosto da Adm. Prado Júnior, vemos os dois laguinhos com repuxos desaparecidos já nos anos 50, e uma curiosa “parada de cavalos”, que eram alugados para passeios no interior dessa parte do bairro ainda praticamente vazio.
Vemos também o movimento de pedestres, chama a atenção o elegante casal, ela arrumadíssima ele de cabelos lustrosos, que vem andando pela Av. Atlântica.
Ao fundo vemos os tapumes que isolavam um terreno no qual a Light pretendia erguer um gigantesco cinema, que inclusive teve obras de fundação, reforço elétrico na rede com “volts” subterrâneos, tudo documentado por Malta, mas que nunca saiu do chão. Nos anos 40 seu terreno ainda vazio juntamente com a casa dos Irmãos Bernardelli foi amealhado pela Construtora Corcovado que comprou também mais dois imóveis na Av. Atlântica para erguer o único lado feio da Praça do Lido.
Fechando o horizonte o Morro da Babilônia com suas trilhas de observação originadas do Forte do Vigia e incorporadas pelo Duque de Caxias, e o Ed. Casa Rosada.

5 comentários em “Praça do Lido, início dos anos 30”

  1. A foto é excelente, com muitos detalhes. E a exemplo de parte das praças da Zona Sul, como a Serzedelo Correia, a do Bairro Peixoto, a do Jardim do Alá, havia cavalos de aluguel para a criançada, algo impensável nos dias de hoje.

  2. Essa foi a melhor fase da Praça do Lido.
    Urbanização perfeita, bonita e útil devido ao belo restaurante…
    Devia ser uma delícia tomar um chope aí do lado de fora.

  3. Um charme só! Igual a essa aí não existe mais!!
    Fico imaginando se a grande maioria dos morros do Rio não fossem ocupados, teríamos a cidade mais ecológica do mundo, com vários parques dentro do município.

  4. Eu ia falar, mas o texto se antecipou: este único edifício da foto é o Casa Rosada, onde viveram meu avô, meu pai, e onde tenho até hoje o apartamento que recebi de herança, he, he! Deus do Céu, eu daria uma fortuna para ter conhecido o Lido como ele era nesta época!

  5. Há tempos atrás, fiz comentários sobre o Restaurante LIDO e sua importância em Copacabana, que acabou dando o nome popular à Praça,e, mesmo àquele pedaçinho de Copacabana.
    O Restaurante foi construído, tendo sido contratado pelo Prefeito em 1928, o seu primeiro e único Concessionário, a Empresa de Turismo SARTI, de propriedade de Frederico Burlamaqui, meu avô, que deu o nome LIDO. Em início de 1960, o então Prefeito terminou o contrato do Restaurante, alegando que era para instalação de uma Escola Municipal. Isto foi feito, mas irônicamene a área que era ocupada pelo Restaurante não foi ocupaada pela Escola, só tendo sido utilizada para a Escola a área onde estava instalado um Posto de Salvamento para Afogados, bem em frente à Av N.S. Copacabana.
    Principalmente desde o início da década de 30 até meados da década de 50, o Restaurante LIDO e a Praça foram pontos de atração turística importante em Copacabana, não só pelo Restaurante, como pela praça, pelos seus jardins gramados e fontes luminosas de dois pequenos lagos que alí exitiam. O Restaurante tinha também em sua parte de frente para a Av. Atlçântica, um quadrilátero de cimento, que servia de Bar externo e muito agradável. Vale mencionar que o Restaurante tinha música ao vivo, todas às noites, de 21 horas à 4 horas, com orquestra que durante muito tempo foi regida pelo Maestro Colman, que também era da então Rádio Nacional. Muitas vezes, Arí Barroso, Mário Reis e Vadico deram canja, tocando e cantando no Restaurante. Vale lembrar também que o Restaurante promovia bailes de Carnaval infantís.bem como bailes noturnos. O Restaurante também teve ocasião de receber no fim da década de 30, o Príncipe Herdeiro da Inglaterra, além de outras personalidades conhecidas.
    O que me intriga é que um local que teve tanta projeção turística no Rio de Janeiro, em Copacabana, com um passado tão atraente, seja hoje esquecido ou mesmo desconhecido dos cariocas de hoje.
    Já tive ocasião de fazer comentários a respeito ao André Decourt, pessoa que conhece bem este tipo de assunto.

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