Leme, Bar da Brahma e Av. Atlântica, 1915

Nossa foto de hoje remonta aos primórdios da ocupação de Copacabana, quando o bairro deixava de ser apenas um distante arrabalde, frequentado por romeiros e pescadores, ou então um aprazível passeio de bonde um um arruado areal para ser um bairro cosmopolita e habitado por uma nascente burguesia do séc. XX.
Nessa época o bairro começava a se consolidar, a Av. Atlântica, planejada 11 anos atrás e só inaugurada há menos de 3 anos era uma realidade, ainda incompleta, e as vezes danificada pelo mar em sua precariedade, mas que permitia ir de automóvel por um pavimento de uma ponta a outra do do bairro. Famílias fixavam residência cada vez em maior número, alguns convertendo antigas casas de veraneio em moradia definitiva, outros construindo nos ainda fartos terrenos, embora na beira mar estes começavam a se tornar raros e caros.
Para diversão restaurantes, bares e até mesmo cinemas surgiam, dando lazer a estes novos residentes e aos que ao bairro se dirigiam para se divertir, como é o caso da construção da direita, o famoso Bar da Brahma, construído pela Jardim Botânico no final da sua linha do Leme para ser  um mecanismo de atração ao bairro, oferecendo uma programação de dia inteiro, como podíamos ver nas publicações da época. Até mesmo um rinque de patinação existia no bar.
Em primeiro plano vemos o primeiro sistema de iluminação  da avenida, ainda misto, postes padrão light de braço curto com luminárias de arco-voltáico se distribuiam intercalados, uns só com luz elétrica outros com luz elétrica e dois combustores a gás a meia altura, arranjo este que deixou de ser utilizado por volta de 1917/18.
A ausência de prédios nos permite visualizar todo o contra-forte do bairro, notadamente a Agulinha do Inhangá, o Morro do Pavão e no Leme o Morro da Babilônia.

10 comentários em “Leme, Bar da Brahma e Av. Atlântica, 1915”

  1. Até “stand” de tiro ao alvo havia aí.
    Um fato curioso é que no dia da inauguração do “ramal do Leme”, com a sociedade musical “Flôr de Botafogo” tocando para um grande baile popular, houve um espetáculo de fogos de artifício. Como alguns moradores acenderam fogos tipo “cabeça de negro”, o que era proibido pelas posturas municipais, o Prefeito Pereira Passos, presente à cerimônia, não teve dúvidas em mandar multá-los em 50 mil réis.
    Outros tempos!
    PS: Andre, favor eliminar o comentário anterior, pois saiu “empastelado”.

  2. No canto esquerdo, parece que tem uma torre de igreja que até se destaca na paisagem, mas nem de longe agride o local como os prédios altos de hoje!

  3. Devia ser uma delícia tomar um chope aí nesta época.
    Boa parceria (como chamamos hoje) essa da Cia. Jardim Botânico com a Brahma.. hoje as companhias só fazem parceria pra ferrar a gente.
    Essas mesas e cadeiras de ripas com ferro eram muito comuns nos pontos turísticos até a minha infância.
    No Hotel Paineiras tinha uma bar com elas, que cheguei a ir quando criança.

  4. Bom dia a todos deste importantissimo FOTOLOG.
    Gostaria de pedir que a ¨ EQUIPE DO FOI UM RIO QUE PASSOU ¨.
    fotografa-se algumas imagens historicas nos bairros da Saude e Gamboa (Regiao Portuaria do Rio).
    Existe um riquissimo acervo artistico-arquitetonico imobiliario, nestas regioes, datas dos Seculos: XVII – XVIII – XIX. Exemplos: Moinho Fluminense S.A. / Predio do 5° BPMERJ / Pedra do Sal / Fortaleza do Morro da Conceicao / Centro Cultural Municipal Jose Bonifacio, etc… Na verdade sao mais de 40 estruturas entre casas, casarios, predios, galpoes e monumentos historicos tombados ao longo de mais de 450 anos de historia do nosso Brasil Colonial Escravocrata, Republicano e Pre-Modernista.

  5. ola!
    Me parece que esse otimo blog nao esta sendo atualizado…
    Gostaria muito de encontrar alguma foto de um “rinque ” de patinaçao que existiu no Posto 6 nas decadas de 50_ 60.
    Vc sabe onde poderia consegui_la?
    Ja procurei na hemeroteca da Biblioteca Nacional mas so encontrei uma mençao.
    Obrigada, att

    Andrea Canto

  6. …como diz: QUE PASSOU. Alias deveria ter parado no tempo até!
    Onde as coisas deviam ser bem mais fáceis (embora sem tanta tecnologia).
    Nem sabia que havia uma fábrica de uma marca famosa no bairro.
    Familiares meus viviam neste e num adjacente/confesso que prefiro este.
    E lembro de transitar pela marca registrada ATLANTICA e ver construções quem nem têm +.
    Como resido fora da cidade e não retorno há tempos, muita coisa mudou: estou mais para TURISTA mesmo (rs).

    * DECOURT seria parente de uns que mora(va)m no JB?! Vizinhos na época.

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