Transito do Rio, anos 50, o "açougue" !

Há alguns anos um amigo dos FRA, reporter de um grande jornal fez uma pesquisa em seu órgão de comunicação sobre o assunto “carro” nos arquivos do mesmo. E falou, como se morria nos anos dourados de carro no Rio, lotações, ônibus e carros de passeio promoviam um massacre diário muitas vezes com dezenas de vítimas, muitas fatais.

Qual seria a fórmula para tal explosiva realidade, veículos inseguros, imperícia e irresponsabilidade dos condutores, sistema viário ultrapassado, falta de manutenção generalizada da frota…… acredito que era uma combinação de todos os fatores além de uma cidade que se motorizava rapidamente no pós guerra e que mantinha seu traçado viário básico do período Passos, as vezes com pontos não projetados para prevenir os acidentes.
Nas fotos que apresentamos hoje vemos que a grande maioria se concentrava no eixo Botafogo-Flamengo, notadamente na Av. Beira Mar, a época o ponto principal de ligação dos bairros da Z. Sul, com o Centro e Z. Norte e como eram vias sem o tráfego de bondes certamente os veículos imprimiam maiores velocidades, sendo os acidentes mais feios também.

Três imagens de acidentes na Praia do Flamengo, em pontos diversos, do choque de veículos em um cruzamento ( notem o poste exclusivo para sinais de transito, e as luminárias mais a frente já trocadas para as de mercúrio), passando pela violenta colisão de um coletivo com um poste e uma árvore do canteiro central da via e terminando com um capotamento de coletivo.

Colisão em off-set entre um caminhão de areia e um bonde na Praia de Botafogo na altura da Rua Marquês de Abrantes, reparem na verdadeira figura que é o guarda de transito, afastando a garotada. A cabine do caminhão está destruída dentro do bonde.

Capotamento de um Camões na curva da Ruy Barbosa, até hoje um lugar com muitas colisões, reparem que o teto do ônibus foi praticamente arrancado na capotagen e possível colisão com a árvore na calçada.

Choque entre uma caminhonete e dois carros de passeio em uma rua interna do Bairro de Copacabana.

16 comentários em “Transito do Rio, anos 50, o "açougue" !”

  1. Nossa Senhora !!!! Não imagina que houvesse tanta desgraça no trânsito daquela época como há hoje. Impressionante essas fotos.

  2. Desde sempre os motoristas cariocas são despreparados. Poucos conhecem as regras de trânsito e muitos não respeitam os princípios básicos. Estamos, infelizmente, numa terra em que vale tudo.
    Viaje num ônibus numa cidade européia e veja como os motoristas dirigem: é totalmente diferente da maneira selvagem com que o fazem aqui no Rio.
    PS: não faltam fotografias de desastres…

  3. Ou seja, é desde sempre que o carioca faz questão de dar o pior exemplo possível no trânsito, não? E ainda acha bonito.

  4. O problema é que todo brasileiro (não só o carioca), se acha “piloto”, habilíssimo ao volante, e despreza as mais elementares regras de segurança. A ultrapassagem “cega” nas estradas, coisa muito comum, é uma prova disso e punida muitas vezes com a morte.
    Realmente somos um povo muito burro cujo resultado negativo sempre se volta contra nós.

  5. A aparência do guarda dá bem a dimensão do que é povo brasileiro e do que, com seu subdesenvolvimento, é capaz de fazer ao volante.

  6. Na foto do bonde, não estou reconhecendo o local. Parece que há um morro ao fundo, e um sobrado de esquina em 90 graus próximo. Na esquina da Marquês de Abrantes há um sobrado que “faz a curva”.

  7. Provavelmente muito influia para os acidentes o hábito de beber (e muito) e dirigir. Muitos acidentes ocorreram na madrugada. A lei seca incomoda aos que “bebem um pouquinho só” mas tem sido importante para reduzir o número de acidentes. É como usar cinto de segurança, que todos usam hoje, as pessoas se habituam com o que é correto na base da punição.

  8. Acredito que os carros dessa época eram bem mais “robustos” do que os de hoje, que têm itens de segurança impensáveis para os anos 50. Quanto aos ônibus, não vejo muita diferença, pois continuam a ser feitos com chassis de caminhões. Acho até que involuímos, pois haviam ônibus com estruturas melhores que os de hoje.

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