Em mais uma foto encaminhada pelo amigo Jason Vogel vemos Copacabana no início dos anos 70, mais precisamente na esquina da Av. Copacabana com Rep. do Perú.
A foto tem vários detalhes interessantes que mostram o mobiliário urbano da época da Guanabara bem como a ambiência da avenida mais movimentada do bairro mais adensado da cidade à época.
E algumas nuances chamam muito a atenção, a começar pelo asfalto, liso, sem emendas e com uma cara muito melhor dos recentes recapeamentos feitos na cidade, o ambiente também parece muito mais limpo, os postes estão sem cartazes, apesar de já bem desgastados, afinal estavam ali desde 1941 quando os canteiros centrais foram retirados, não há uma só pixação ou grafite, resultado da fortíssima fiscalização implementada pelo EGB a partir de Lacerda e mantida com Negrão.
Bem na borda direita da foto vemos um pirulito, ainda padrão da GB com o anúncio da Churrascaria Jardim, estabelecimento que ficava pouco mais a frente na República do Perú e que até hoje deixa saudades em muitos frequentadores de churrascarias. Vemos que também não havia faixa de pedestres a marcação ainda era feita por discos metálicos engastados no pavimento, vemos um no pé da imagem junto ao casal de idosos.
A iluminação pública já estava modernizada para as luminárias da marca Thonson com lâmpadas de vapor de mercúrio, suspensas, nos mesmos lugares das luminárias padrão Light e em pouco menos de 4 anos o sistema da Av. Copacabana seria modernizado de novo, ganhando postes padrão rio de 9 metros, como as outras ruas do bairro.
Além da agência da Caixa, com seu letreiro antigo o comércio da região era focado para lembranças e souvenirs, fomentado pelos vários hotéis da região, comércio esse que permaneceu forte na região até o meio dos anos 80, quando começou a entrar em decadência.
Em relação aos prédios podemos também tecer comentários, quase todos em primero plano foram construídos no auge da especulação imobiliária dos anos 50, de projetos mediocres que contrastam com os edifícios dos anos 40, de balcões abaulados como vemos mais a frente.
Os carros são um capítulo a parte, todos são taxi e todos são VW Zé do Caixão, o preferido da praça, em relação aos ônibus temos diversos modelos se destacando um Mercedes Monobloco, e alguns outros de encarroçadoras como a Metropolitana.
As árvores são Mungubos, uma das tentativas de se rearborizar a Av. Copacabana, desde que suas cássias começaram a morrer devido a poluição dos veículos, os Mungubos vão desse trecho até a praça Serzedelo Correia e apesar de resistentes se mostraram pouco adequadas pois suas folhas largas e escuras apagam a iluminação pública a noite, mas são numerosas nesse trecho até hoje,
André, ótimo texto. Só mesmo de quem conhece muito bem o Rio.
Caminho obrigatório ao sair do Ricamar e ir comer uma pizza no Corujinha, ali na Serzedelo Correa. Aos domingos à tarde as calçadas ficavam quase desertas.
O que não me dá saudade desse tempo são os sinais de pedestres que não davam aviso que iam abrir e surpreendiam a gente no meio da travessia.
Emoções fortes.
Isso quando eles existiam nas esquinas 90% dos cruzamentos não tinham sinal de pedestres
A substiuição das tipicas propagandas redondas pelas quadradas foi a coisa mais ridícula, entre muitas que aconteceram em Copa.
Um dos sócios da Churrascaria jardim era amigo de meu pai. Íamos muito lá. Lembro da bela casa que ficava no terreno.
😀
puxa, passo por aí quase todo dia !!!! na verdade, tirando as modernizações, tá tudo a mesma coisa !! e emocionante ver o anúncio da Churrascaria Jardim ! fui lá algumas vezes, e naquele lindo casarão q deveria ter sido preservado !
Notar também o sobrado da Escola Santo Antônio, que também continua a mesma coisa!
e mais um pouquinho para a esquerda, se veria o bueiro da CEG que explodiu há poucos dias , na outra esquina da Rep. do Peru, e por cima do qual eu passei menos de 24 hs antes dele explodir ! ( será que bueiros iam pelos ares naquela época ??? )
Andre! Tu sabia dessa história da Exposição de Automóveis de 1925 e não contou nada pra gente! Só você e o Jason tricotando isso tarde da noite? Egoístas! RSRSRSRSR!
Prezado amigo, esta matéria, desculpe usar este espaço para isso, espero que suscite ainda mais histórias como as que publica aqui. Aguardo ansioso seus posts!
Abraço, Nik.
Perú com acento agudo? isso é uma mensagem subliminar?
Do lado esquerdo da foto , na calçada , vemos uma seta branca de madeira ,muito usada na época pelo Touring Club , para sinalizar logradouros . Essas placas eram espalhadas pela cidade , principalmente em monumentos e lugares turísticos . .
aquela galeria da CAIXA ECONOMICA eh aonde hoje tem a MARIUZINN?
Não lembrava que a Aletex anteriormente localizava-se neste trecho da N.Sra. de Copacabana. Hoje ela encontra-se na esquina com a Figueiredo de Magalhães. Ela sobrevive há bastante tempo. Então, parabéns a seus proprietários. os Wlkswagen 4 portas dominavam a praça, já que na época os carros americanos que dominavam este serviço saíam rapidamente de cena e a indústria nacional produzia 90% de seus carros com apenas duas portas.
Vemos o ônibus da CTC linha 911 Usina-Forte, que usei muito quando em 1966, aos 9 anos, morei na casa de meus avós na Usina, enquanto o apartamento do Leblon passava por obras.
Muito bacana essa foto. Notem também que o número tanto de carros nas ruas quanto de pessoas nas calçadas é talvez 3 vezes menor que o atual. A década de 1970 é o Rio da minha infância, e essa foto é pré-superpopulação descontrolada da cidade , consequência em parte de dois eventos, 1) a fusão da Guanabara com o antigo Estado do Rio em 1975, ano este que também marca 2) o início da grande especulação imobiliária da segunda metade dos anos 1970.
Com certeza esta é rua paula freitas……
Pelo menos parece