Linha 1-A, a constatação da verdade

Não gosto de ser profeta do apocalípse, mas há quase dois anos estamos batendo da tecla que a Linha 1-A era um atentado ( na realidade um engodo)  à boa gerência de um sistema metropolitano de massa, e passados mais de 15 dias do desastroso dia seguinte da inauguração da gambiarra, muita pouca coisa melhorou, e o que era razoável piorou.
O sistema nunca operou tanto no limite como essas semanas de final de Dezembro e início de Janeiro, atrasos, intervalos absurdos nas pontas das linhas, diminuição física dos carros na Linha 1, seguidas paradas do freio do piloto automático durante a viagem, esperas nas estações para “normalização do tráfego à frente”, decadência galopante do equipamento rodante, mini-tumultos constantes e logicamente muito marketing….
Andar de metrô nos últimos dias vem se transformando em castigo, a espera nas pontas da Linha 1, é absurda, e a viagem nos trens começa a realmente ser digna de um parque de diversões, se igualando aos piores trens fantasmas. Os carros estão cada vez mais depalperados e nem a limpeza é feita com constância. O que se imaginar de uma composição cheia de areia dois dias depois do último dia de sol, aliás porque ela está cheia de areia, as pessoas não deveriam entrar “enfarofadas” estações !!!!! Se nem uma vasoura se passa como será que está a revisão do sistema hidráulico e das pastilhas de freito, por exemplo????? A imagem de vidros quebrados, lâmpadas apagadas, carros encardidos, com folhas das portas amassadas, pisos imundos, intercomunicadores de emergência arrebentados, portas paralizadas vem se avolumando e se tornando uma constância no filet minghon do sistema, como será que está o parque rodante da Linha 2 ???
Das nossas previsões o que até agora não ocorreu foi um acidente no AMV da saída das Oficinas, hoje junção das linhas, ou um grande quebra-quebra, pessimistamente estou aguardando os dias e não passo mais da estação Central, pois considero viagem de alto risco o trecho seguinte.
Temos agora que impedir a construção da LINHA 4, na realidade LINHA 1-B como pretendem a concessionária do Metrô e o atual governo do estado, pois esse projeto é ainda tecnicamente mais inviável que a verdadeira gambiarra que estamos vendo, onde se gastará ainda mais dinheiro ! Pra produzir mais caos…..
A foto de hoje é um postal de 1979, quando o Metrô ainda era comandado por técnicos e não por marqueteiros falaciosos……
Posts sobre o assunto, direto de nossos arquivos:
http://www.rioquepassou.com.br/2008/04/01/
http://www.rioquepassou.com.br/2008/11/03/
http://www.rioquepassou.com.br/2009/06/29/
http://www.rioquepassou.com.br/2009/07/01/
http://www.rioquepassou.com.br/2009/11/06/

15 comentários em “Linha 1-A, a constatação da verdade”

  1. Quando a Linha 1-A começou a operar, chamou a atenção os problemas ocorridos. Li comentários do Eng. McDowell sobre o assunto mas torci para que fosse apenas o caso de adaptação a um sistema novo. Infelizmente não é o que acontece. Além disso colocaram aquele viaduto na entrada da Francisco Bicalho que, no meu entender, é parte da propaganda a que vc se refere. Comentei sobre o monstrengo em:
    http://cariocadorio.wordpress.com/2009/12/27/da-pavuna-a-ipanema/

  2. Que bom que vc voltou a tocar neste assunto, Andre! Alguém poderia me explicar por que o trem que sai da Pavuna só vai até Botafogo??????
    Ainda não achei uma matéria que falasse sobre o assunto!

    1. A linha 1 A só vai até Botafogo porque segundo pesquisa que a concessionária realizou, 78% dos usuários da linha 2 desembarcam até esta estação, a partir da baldeação que era feita em Estácio.
      Como logo após Botafogo, no sentido Copacabana eles tem um AMV com parada de composição, eles definiram esta estação como limite para circulação dos trens vindos da Pavuna.
      Outro detalhe é que Botafogo é uma das poucas estações do sistema com 3 plataformas (duas laterais mais a plataforma central) e isso facilita muito o embarque/desembarque dos usuários (cada um feito por um lado do trem).
      Não foi a toa que escolheram Botafogo como ponto final da nova linha 2.
      Ricardo Lafayette

  3. As “cartas dos leitores” dos jornais estão abarrotadas de queixas dos usuários. As reportagens mostram o problema mas, na minha opinião, ainda são tímidas ao formular perguntas para a Empresa.
    As entrevistas do engenheiro Fernando MacDowell não foram respondidas.
    A quem interessa este estado de coisas?
    Como é possível que os trens só cheguem em 2011? Não houve planejamento?

  4. André meu camarada!
    Hoje peguei o trem pra Pavuna só pra ver como tinha ficado a tal da linha 1A, a gambiarra a que você tão bem se refere.
    Esquecem de dizer que não foi construção de linha coisa nenhuma. Duplicaram o acesso do pátio de manobras para a linha 2 e meteram uma estação no meio (Cidade Nova, ainda em construção). Em miúdos, trocaram uma estação pronta (Estácio, nível inferior, linha 2) por outra (essa cidade Nova). Além disso modificaram completamente o desenho do pátio de manobras (Meu Deus, o MacDowell se ver isso vai ficar doido…). Uma maluquice sem tamanho! Uma enganação só.
    Mais. O cáos da linha 1A do metrô tá só começando, pois os trens para amenizar isso só vem em 2011. Como foi comprado agora na China. Não virão os Alstons que o Marcello Alencar adquiriu em 1996/1997 para operarem na linha 2. Vão vir uns Chong miangs (nem sei se o nome é este mesmo), que nunca vi circularem por aqui ! Será que trem chinês é melhor que os franceses? Ou são iguais a eletrônicos que tem meia vida!
    Além disso, deve se registrar o que vem ocorrendo no metrô do Rio de Janeiro desde a inauguração da estação General Osório, dia 21 de dezembro e a entrega da prometida “solução” por parte da empresa, para acabar com a baldeação na estação Estácio – esta linha 1A, que liga a estação Pavuna à Botafogo, na Zona Sul.
    Primeiro porque, como dito, não fizeram linha coisa nenhuma. Duplicaram o acesso do pátio de manobras do metrô à linha 2 e permitem agora que os trens da linha 2 passem a circular também por parte da linha 1, entre Central e Botafogo.
    Só, que para executar essa manobra, e pela demanda reprimida existente ao longo de toda a linha 2, a direção do metrô optou por retirar toda a frota de trens que circulava na linha 1, com 6 carros cada – já que o tamanho das plataformas em cada estação da linha 1, de Saens Peña à General Osório, comporta trens de 6 carros – e colocá-la circulando na linha 2.
    Com isso, fizeram o oposto também. Retiraram os trens que circulavam na linha 2, e tinham apenas 5 ou 4 carros e os colocaram para circular na linha 1. Nota: A linha 2 tem as plataformas maiores nas suas estações, para comportarem trens de até 8 carros, mas os trens que circulam tem apenas 4 ou 5 carros.
    Isso ocorre propositalmente, para não sobrecarregar a estação Estácio e piorar o gargalo no sistema, já que 90% dos usuários da linha 2 vão para o Centro e Zona Sul, e não para o Estácio.
    Com a nova linha – linha 1A – eles mudaram esse sistema, fazendo os trens não mais pararem em Estácio, seguindo as composições para a linha 1, à partir de Central, indo até Botafogo.
    Mas dessa forma, para anteceder algo que eles só poderiam operar da maneira como que pretendem em 2011, quando chega ao Brasil parte da nova frota de trens compradas na China, a direção do metrô optou por diminuir a oferta de lugares nos trens da linha 1, que, DESDE A INAUGURAÇÂO DO METRÔ DO RIO EM 1979, CIRCULAVAM COM TRENS DE 6 CARROS, colocando em circulação na linha 1, entre as estações de Saens Peña e General Osório, trens de 5 carros, com menos 100 lugares, numa oferta que antes era de 600 lugares.
    Pioraram a linha 1, para tentarem garantir a antecipação da operação da linha 1A.
    Mais um absurdo desta Companhia, que, sob a passividade de uma Agência reguladora que nada fiscaliza (talvez nem saiba que isso está ocorrendo) e de um Governo do Estado que mais uma vez mostra que de transporte público não entende nada!
    2010 será terrivel para nós que usamos o metrô!
    Abração do amigo,
    Ricardo Lafayette.

  5. E eu continuo sem saber por que cargas d’água o metrô da linha 2 só vai até Botafogo, E NÃO IPANEMA QUE É ONDE ESTÁ A PORRA DO FINAL DA LINHA HOJE!!!!!

    1. Diogo,
      Respondi ali em cima, mas estou reiterando.
      A linha 1 A só vai até Botafogo porque segundo pesquisa que a concessionária realizou, 78% dos usuários da linha 2 desembarcam até esta estação, a partir da baldeação que era feita em Estácio.
      Como logo após Botafogo, no sentido Copacabana, eles tem um AMV (Aparelho de Mudança de Via), com parada de composição (ou seja, o trem sai da via principal e fica parado entre as duas vias – mete a cara no vidro e olha quando o trem passar entre Botafogo e Cardeal Arcoverde). Por causa disso eles definiram esta estação como limite para circulação dos trens vindos da Pavuna.
      Outro detalhe é que Botafogo é uma das poucas estações do sistema com 3 plataformas (duas laterais mais a plataforma central) e isso facilita muito o embarque/desembarque dos usuários (cada um feito por um lado do trem).
      Não foi a toa que escolheram Botafogo como ponto final da nova linha 2.
      Ricardo Lafayette

  6. Justiça seja feita. As previsões foram de caos certo e riscos nas vias. O caos certo concretizou. o outro segue o risco. Quanto às características das vias, principalmente a característica de velocidade, nota-se que os 13 minutos a menos de viagem prometidos não devem ser realidade. A via do Centro de Manutenção foi projetada para baixa velocidade e até os trens da Supervia, que passam ao lado, fazem uma velocidade reduzida (porém maior que a dos trens do metrô no mesmo trecho).
    E mais justiça ainda seja feita, os burburinhos que eu ouvia antes da inauguração eram quase todos e apreensão, e quase nada de ansiedade.
    Ainda sobre as questões do AMV, vale lembrar que o da estação Cantagalo vivia dando problema na época em que era estação terminal. Não duvido muito que isso aconteça no AMV usado pela linha 1A. Mesmo o da Cantagalo não havia sido pensado para uso constante. O uso constante foi “no sacrifício” enquanto a General Osório não entrasse no sistema. Esse susto já passou, mas nada que não se possa reviver…

  7. Obrigado pela resposta, Ricardo!
    Mas sinceramente, acho uma péssima justificativa por parte deles. O trem não vai pq as pessoas descem antes? Descem pq o trem nao vai até lá!!!! Põe o trem até Ipanema que passarão a ir!

    1. Na verdade, por se tratar de um esquema comercial, há uma “perda de eficiência” quanto mais se afasta do Centro. Retornando de Botafogo, ao invés de buscar passageiros em Copacabana, busca-se mais passageiros no Centro. Assim sendo, como não se dobra a quantidade de trens, mas com o pleno funcionamento haveria um aumento significativo, então esse foi o jeito de aumentar a capacidade, aumentando a oferta de trens no trecho de maior demanda.

  8. As palavras do Decourt também são minhas. Como ele disse aguardamos apenas o dia em que haverá um acidente na subida após a Central, que fatalmente paralisará o sistema por pelo menos um dia inteiro, com previsíveis quebra-quebras e consequências irreparáveis para o Metrô.
    Neste dia, a cúpula da Rio Ônibus deverá se reunir para degustar o estoque de Blue Label guardado especialmente para comemorar o sucesso do plano.

  9. Já procurei na internet e não achei dois dados importantíssimos, por favor me respondam se puderem:
    1. Qual o custo de manutenção do metrô(por Km ou por nr. de passageiros transportados ou seja lá qual métrica existir)
    2. Qual a capacidade máxima de passageiros que o metrô pode trasnportar por hora ou minuto? De quais fatores isso depende? O nr. de vagões certamente é um fator, e este nr. pode ser aumentado até qual limite?
    Obrigado!

    1. Para cada carro do metrô, estima-se que lotado caiba 375 passageiros num carro tipo B (sem cabine) e um pouco menos num carro tipo A (com cabine). Tenho ouvido falar em 400 passageiros encaixados por carro ultimamente, mas sei que em estimativas, usa-se 1200 ou 1800 passageiros. No segundo caso, entende-se que o metrô carrega o mesmo que 1200 automóveis particulares.
      Se considerar a construção e a operação, diretamente no sistema há prejuízo. Isso explica porque apenas a operação é concedida. Isso não é mal nenhum se houver fiscalização. Mas ao observar a quantidade de automóveis que o metrô consegue tirar da ruas, verifica-se que há retorno até econômico para o bem público.
      Se São Paulo não tivesse metrô, não conseguiria produzir e seria uma cidade inviável para qualquer tipo de geração de renda. Vai ver isso explica a decadência econômica do Rio ao longo das últimas décadas…
      De resto, estou tão curioso quanto você sobre os dados do metrô.

  10. Meia boa notícia… O [des]governo do estado anuncia o início das obras da linha 4 cada vez mais adiado. O atual anúncio é ara o mês de maio. Mas por conta da lei de responsabilidade fiscal, não se pode fazer nenhuma obra depois de abril se não tiver todos os recursos destinados. O que não é o caso. ou seja, neste mandato a linha 1B não sai. De certa forma é triste não ter a linha nem obra, mas é melhor começar em 2011 a obra certa do que a errada agora…

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