Hoje estamos fazendo um post duplo com o Saudades do Rio, que no domingo, dia 25 publicou uma foto da Praia do Diabo, nos anos 70 ( http://fotolog.terra.com.br/luizd:1899 ).
Para compor um post, trazemos uma foto da Life, um pouco mais fora de foco que as habituais da revista, mas que mostra uma praticamente desabitada Av. Francisco Bhering, inclusive sem as instalações do exército, que foram demolidas no final dos anos 70 para a construção do Parque Garota de Ipanema.
Algumas casas se espairam envolvidas por terrenos baldios, no extremo esquerdo da imagem, terrenos esses com muita areia, vegetação rasteira, mas já com calçadas, que aparentemente faziam parte do urbanismo da orla de Ipanema, pois desconheço fotos sem calçada na orla de Ipenema, mesmo em imagens do início do séc XX. É curioso ver o grande número de automóveis parados em contrapartida ao pequeno número de banhistas. Será que todos vieram nos carros ? O que dá como verdadeira a afirmação de Ruy Castro, que nessa época o Arpoador era uma praia praticamente desconhecida, frequentada em sua maioria por gente de “bem” mas que não fazia questão de aparecer e muitos estrangeiros.
Ao fundo vemos a pedra e a Praia do Diabo, que certamente ganhou esse nome em virtude do visual árido e pedregoso e do sempre perigoso mar, que afastava os banhistas. Sendo a preferida por muitos anos a preferida dos jogadores de frescobol.
Chama a atenção o tamanho do complexo radio-telegráfico, com duas enormes antenas, mais umas 4 menores e uma construção que estranhamente parece maior que a que muitos de nós chegou a conhecer no mesmo local, em um estilo flertando com o art-déco, da qual aparece um pequeno pedaço da imagem do Saudades, já sem uso e com suas janelas emparedadas. Dela até hoje parte do piso com ladrilhos hidráulicos teima a aparecer no calçadão. Essa que aparece na imagem, possivelmente era a original, contruída pelos ingleses, quando da chegada do cabo submarino. Aliás um deles pode ser visto, abandonado, na praia de Copacabana logo depois de fortes ressacas entre as ruas Rainha Elizabeth e Joaquim Nabuco.
O fim da Francisco Bhering, totalmente em asfalto permaneceu assim até o início dos anos 70, quando houve a construção de um prolongamento do calçadão perto da pedra.
O calçadão ainda era de cimento áspero, e arrematado por uma fortíssima muralha de cantaria reforçada, com um robusto arrocamento, construída nos primeiros anos do séc XX, que vem resistindo, a todas as investidas do mar, com pouquíssimos danos, até hoje, ao contrário da velha muralha de Copacabana que foi sendo aperfeiçoada a cada ressaca, até desaparecer, sepultada pelo aterro da orla.
O situação atual, com o trecho fechado aos veículos e com pedras portuguesas, me parece bem menos simpático do que o que vemos acima, com asfalto e acesso para os carros.
Era um programaço ir de carro até o Arpoador e estacionar ali para ver o por do sol lá no final do Leblon.
Hoje isso seria impossível. Simplesmente tem gente demais no mundo.
Caro Luiz, o espaço está cada vez degradado pela interferência do gestor público, pelaram totalmente a pedra, as árvores plantadas no passeio que “morreram” não foram replantadas, e o piso está horrível. É o gestor público, na verdade nosso inimigo, infelizmente.
Apesar de tantos carros estava razoavelmente vazia…
A foto parece ter sido tirada daquele prédio da esquina da Francisco Bhering.
Este estacionamento era, nos anos 70, excelente local para corrida de submarinos. Quem participou delas jamais esquece.
O lugar que o fotógrafo estava é esse mesmo, Victor
Essas fotos da Life são demais!
André,
Recentemente comecei a frequentar o rioquepassou. Muito bom.
Também inaugurei um blog onde pretendo comentar sobre o Rio de Janeiro e outros assuntos.
Coloquei um link para o rioquepassou, que sugiro aos meus 2 visitantes diários frequentar também.
Caso não seja apropriado este link por favor me avise.
Não era nem nascido nos anos 30 quando foi tirada esta foto, mas me angustia a quantidade de pessoas que vem do subúrbio e as que dessem os morros para sujar as praias, o que provavelmente não acontecia naquela época.É o homem destruindo a natureza.
Deviam ser bons tempos!
Deviam ser bons tempos!
Embora a cidade sempre apresentasse caos…
Fui pouco ao ARPOADOR. Ia bem mais em IPANEMA e LEBLON (onde morei). E este último nem essa coisa toda não.
Uma coisa que achava bárbara era o tal EMISSÁRIO. Um avanço para a época.
Imagino como seja o transito na cidade/aqui em POA em determinado horário o caos mesmo (como dizem ‘engarrafamento’ aki: TRANQUEIRA, risos).