A imagem já mostra a área com aterros consideráveis, sendo o primeiro realizado ainda nos anos 20 para a construção do Jockey, mas inúmeros outros foram sendo nas décadas seguintes para a retificação do litoral bem como a construção do Estádio de Remo e dos clubes do Flamengo e Piraquê.
Junto aos muros do Jockey vemos a pista única que se espremia entre os muros e as irregulares margens, apelidada pelos Cariocas à época de Belém-Brasília, e aparentemente nessa época ainda não estava pavimentada.
Junto ao desemboque do canal da Rua Gal Garzon, uma das inúmeras favelas que se instalavam pelas margens da Lagoa, essa era uma favela bem nova, surgida de aterros e aluvião da Bacia do Rio dos Macacos nas décadas de 40 e 50, e foi removida no final dos anos 60 sem se alterar muito de tamanho.
A foto nos mostra na sua extremidade inferior esquerda que o Clube Piraquê já tinha efetuado alguns aterros, que aproximavam a ilha do clube ao continente, para a instalação de mais quadras de tênis, mas ainda muito longe da atual forma da ilha, conseguida por inúmeros aterros no final dos anos 60 até o final dos anos 70, época da ditadura militar.
A evolução dos aterros da Ilha Piraquê, feitos pelo Clube Naval podem ser vistos aqui: http://www.rioquepassou.com.br/2004/02/12/1465/
Mais ao fundo, ainda do lado esquerdo da imagem, vemos que o Clube do Flamengo já tinha mais ou menos o espaço que possui hoje, mas ele está completamente vazio, só o campo de futebol e a arquibancada, sobra do inviabilizado estádio do clube, quando do novo PA da Av. Mário Ribeiro ainda nos anos 40.
A piscina olímpica só seria inaugurada no ano de 1965, e na nossa foto não vemos nem obras nem movimentação de operários na área do clube, o que nos dá para nossa imagem o período abaixo de 1964. A foto nos mostra de relance uma nesga da bela estrutura das arquibancadas do estádio de remo.
Após o terreno do Flamengo vemos a favela da Praia do Pinto, uma das maiores da região, também removida no final dos anos 60, que alem dos barracos mais próximos a Rua Humberto de Campos possuía uma vila proletária provisória criada na remoção da Favela da Memória, ainda no primeiro período Vargas, e que aguardava a conclusão das obras do Parque Proletário da Gávea, obra essa que nunca foi concluída por pressões inclusive da igreja. A foto mostra que os terrenos da Cobal do Leblon estavam vazios, embora cercados pela favela e pela vila proletária que ia até a esquina das Ruas Humberto de Campos com Cupertino Durão, com ainda inúmeros terrenos particulares vazios, certamente desvalorizados pela presença da favela.
Na parte superior central da imagem temos o Leblon já ocupado, mas ainda sendo um bairro notadamente horizontal com muitas casas e prédios baixos que se destacavam na paisagem.
Na parte superior direita temos o Bairro da Gávea ainda tomado por casas, com prédios só na parte inicial da Marquês de São Vicente e no extremo direito superior temos o edifício serpentina do Parque Proletário da Gávea, ainda em obras, sendo o único prédio realizado do que seria um brilhante conjunto de habitação popular projetado por Reydi.
Comments (6)
Excelente a série sobre o Clube Piraquê (não tinha visto a publicação de 2004).
Na época, no Flamengo, funcionava uma pista de equitação ao lado do campo de futebol, que seria substituída mais tarde pelo parque aquático e quadras de tênis.
Nesta pista de equitação se destacava o cavaleiro José Mario Guimarães que, anos depois, viria a falecer vítima de um acidente quando praticava hipismo na Sociedade Hípica Brasileira, salvo engano.
Temos esta vista nessa mesma época e quase diametralmente oposta no filme “Roberto Carlos e o Diamante cor de Rosa”.
EXCELENTE MATERIAL André ! Precisamos de você no Terra….
Sai daí , sai.
Oi sou a Everjoy, agora tenho uma nova pagina, de uma olhadinha
www.fotolog.com/tarotcarmem
boa foto, bons tempos
uma boa semana
Carmem
Nossa!!!! Seu fotolog é show!!!
Belíssimo trabalho!
Parabéns!
Sandro