Vemos na foto de hoje que a cidade colonial resistia mesmo em ruas urbanizadas por Passos, como é o caso do Largo da Sé, onde o piso de paralelepípedos, os chapéus de palinha e os sobrados com suas fachadas se transformando para ecleticismo e o asfalto fronterio na novíssima Rua Uruguaiana convivem com uma das tradições coloniais.
A pequena rua conhecida hoje como Praça Monte Castelo, mesmo com alguns sobrados já com as fachadas ecléticas, misturadas com casas térreas de uma só água, ainda guarda muito do velho Largo da Sé, nome primitivo, que aliás sobreviveu até alguns anos após a Segunda Guerra Mundial.
Nesse largo até poucas décadas atrás era comum o comércio de artigos como ervas, guentos medicinais, aves cantantes e ornamentais, animais de estimação e artigos de miuçalhas, inicialmente vendidos por escravas e negras libertas, que traziam seus produtos cultivados desde os sertões de Inhaúma até nas encostas dos Morros de Santo Antônio e Castelo.
A tradição desde mercado permaneceu por séculos, e até hoje há algumas lojas que resistem vendendo animáis de estimação e produtos ligados a eles, que são descendentes diretos das pretas velhas que vendiam seus produtos, muitas vezes milagrosos numa época de medicína precária.
Comments (10)
Mas isso era um mafuá !
Mas continua um mafuá!
Esse lugar é horrível hoje em dia. Fizeram uma urbanizaçãozinha Rio Cidade com canteiros, cercaram de grades, mas os prédios estão todos caindo aos pedaços (um deles só tem as ruínas da fachada, e uma favelinha embaixo).
Mas tirando os sobrados mais próximos, demolidos pelo Metrô, e aquele atrás da Igreja, que deu lugar ao Ed. Patriarca, o restante acho que permanece tudo igual.
E a Medicina continua precária, se formos basear nos serviços públicos. Melhor ainda é ungüento, dá menos trabalho e risco.
Sensacional,impressiona a quantidade de pessoas na rua naquela época,o centro do Rio era referência de comércio para todo o Brasil,O que hoje acontece com São Paulo.
Concordo com Jiban, um mafuá. E ainda o é hoje em dia
Voltei para ver se já tinham organizado tudo, mas continua um mafuá…
Nessa esquina à direita ficava a Casa Progresso, uma loja de animais que vendia inclusive jaguatiricas, como tive oportunidade de ver.