Hoje vamos fazer uma viagem ao passado industrial do Jardim Botânico e Horto.
Na foto, infelizmente pouco nítida vemos o corpo central da Villa Arthur Sauer, construída pela Fábrica Corcovado para resolver os problemas de residência de seu proletariado.
Construída em 1891, ela fazia parte de um projeto mais ambicioso de Arthur Sauer que queria levar esse modelo para toda cidade erradicando os cortiços, mas para isso queria isenção dos tributos de importação dos caros materiais, principalmente os hidráulicos e a isenção do IPTU das Villas Proletárias por 20 anos fora redes de água para as mesmas, logicamente tudo negado pelo poder público. Tendo o empresário construído apenas essa e mais uma. Sendo essa a que servia a sua fábrica, sem nenhuma isenção.
A vila era composta por 89 casas e 22 cômodos para solteiros, algumas das casas possuiam dois andares, mas não eram as preferidas, pois as donas de casa reclamavam das escadas, tendo depois a companhia dividido as casas em duas.
A Arthur Sauer cumpriu seu fim de vila operária até o fechamento da Corcovado, tendo permanecida ocupada por famílias de ex funcionários, embora tenha entrado em decadência e muito de sua estrutura ter desaparecido. Mas até hoje várias das casas estão de pé, muitas quase sem modificações nas ruas Mestre Vitalino, Alberto Ribeiro, Abreu Fialho e Caminhoá.
Foto da Revista Renascença n 13 de 1905
Comments (14)
Quantas iniciativas inteligentes não tiveram o necessário apoio governamental.
A falta de visão de futuro, que se perpetuou nestas terras, é impressionante.
Tal como nos dias de hoje.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
É impressionante constatar que falta só vontade política pra fazer desse um grande país… podia ter começado nessa história aí.
É… uma m… mesmo!
O poder público é tacanho, preguiçoso e despreparado.
Existem também umas casas em frente ao Toalheiro Brasil. Quando trabalhei lá me disseram que também foram construídas para operários. Sabe de algo à respeito? O que teria funcionado antes do Toalheiro Brasil?
Estas vilas se fossem disseminadas pela cidade, seriam bem melhor que as atuais favelas, e acredito que o governo teria feito um bom negócio se tivesse permitido na época…
Boa tarde,André.
Passando rápido no cyber antes de voltar para o trabalho.
Hoje em dia,o que restou destas vilas operárias ali no Horto é disputado por ateliers,restaurantes chiques e casas noturnas.
Mas esta maior eu acho que não existe mais.
Sergio, aonde fica a sede do Toalheiro Brasil ???
ops
André,
No alto do Horto, antes da Dona Castorina, numa rua à direita.
Usa alguma água de nascente para a lavagem de roupas e é talvez a última indústria da região.
Então o vila que o Sergio nos fala tb é um pedaço não só da Arthur Sauer como tb da própria Corcovado
Se essa iniciativa tivesse sido apoiada pelo governo do DF,talvez o centro nao tivesse perdido o Morro do Castelo,já que a infestação de moradias insalubres tão próximas do centro de tomada de decisões do país não era algo bem visto.De fato,muitas iniciativas interessantes para a cidade a curto,médio e longo prazo são desprezadas ou até mesmo prejudicadas pelo poder público.E isso não é de hoje,como nos mostra André no seu post de hoje
Dura realidade!! Nada se investe para o povo,e quando acontece tem por traz perniciosos interesses, onde quem mais ganha são os politicos e empresas estrangeiras. Não perco a esperança de algum dia ver “UM BRASILEIRO VERDADEIRO” no governo.
As casas da Vila Sauer foram construidas pela direção da Fábrica Carioca – que deu origem do clue, Carioca Esporte Clube e não Fábrica Corcovado, e que ficava perto do Parque Lage. Antes do Toalheiro Brasil existia a Lavanderia Gloria, de propriedade do grupo do Copacabana Palace.