Aérea, Centro, anos 20

foto de andredecourt en 8/12/06

Para mantermos a recente tradição das sextas feiras posto hoje mais um detalhe das excelentes fotos do CAN.

A foto de hoje mostra outro tecido urbano literalmente varrido do mapa por reformas urbanas implementadas na cidade. De todas as construções mostradas na foto só podemos identificar duas que sobreviveram até os dias de hoje, embora vários dos pequenos sobrados ainda existam, encobertos pelos grandes prédios.
A foto mostra um trecho do Centro, que na época dava destaque a única via larga notada na foto, a Av. Rio Branco, que corta a foto diagonalmente, das ruas Buenos Aires até Teófilo Otoni .
No extremo esquerdo inferior da foto, temos a cúpula da Igreja da Candelária, que ocupava toda a largura do quarteirão entre as ruas Gal. Câmara e São Pedro, a estreita via que parte a direita da igreja e vai até a extremidade superior direita da foto. Em sua esquina com a Rua dos Ourives, hoje Miguel Couto, que também é bem notada na foto numa cidade ainda sem construções altas, tínhamos a Igreja de São Pedro uma pequena jóia barroca, de nave redonda, da qual podemos apreciar a cúpula e as suas duas torres de formato cilíndrico, que pela cor clara se destacam da massa das construções da foto.
No extremo inferior direito da foto, temos a grande rotunda na Av. Rio Branco que sinalizava o encontro da avenida com as ruas Visconde de Inhaúma e Marechal Floriano, todas as três conhecidas como hoje graças a Passos.
Na esquina da avenida com Teófilo Otoni temos um dos sobreviventes o velho prédio que hoje abriga o IPHAN, recém restaurado, que mostra a sua elegância das linhas ecléticas num trecho tumultuado da Rio Branco.
Pouco menos de 20 anos depois de tirada essa foto, essa região seria rasgada pela incoerente Av. Pres. Vargas, construída a toque de caixa e sem os cuidados tidos quando a Av. Central rasgou a cidade colonial. Na imagem podemos perceber como a avenida aberta por Passos foi bem assimilada pela cidade, menos de 20 anos após ela ter sido aberta se encontrava perfeitamente inserida na cidade. Já a Pres. Vargas, mesmo nos anos 60 se mostrava pouco inserida no conjunto do Centro, e ainda hoje cada vez mais que vamos nos afastando desse ponto chave, a gigantesca avenida vai negociando cada vez de mal a pior com o resto da cidade que a envolve até a devastação total da Cidade Nova.

Comments (13)

lerfamu 8/12/06 11:39 …
de longe, parece aquela fenda na Estrela da Morte.
caucaia1 8/12/06 12:12 …
Como diriamos em MG : Nó !
Derani 8/12/06 12:15 …
Linda imagem!
A Pres. Vargas é uma grande cicatriz na malha urbana do centro. Um verdadeiro sacrifício passar por ali, secciona a cidade em duas.
É impressionante notar a harmonia do conjunto urbano na foto.
Toda imagem, toda forma, provocam uma impressão profunda nas pessoas e essa é das boas…
Evelyn 8/12/06 13:56 …
Ali na esquina com Buenos Aires seria a edificação do Café Simpatia, da primeira geração da Avenida?
Evelyn 8/12/06 14:21 …
Andre
Da direita para esquerda, a ordem então seria:
Visconde de Inhaúma
Teóphilo Ottoni
Alfândega
Buenos Aires
Rosário
E a Casa Simpatia seria a segunda edificação que vemos,da esquerda para a direita,é isso?
andredecourt 8/12/06 14:49 …
Na foto aparecendo, Teófilo Otoni, São Pedro, Gal Câmara, Alfândega e Buenos Aires, sendo essa não tendo a sua esquina com a Rio Branco aparecendo na foto
Evelyn 8/12/06 15:14 …
Certo, agora me situei direitinho, obrigada!
rodperez 8/12/06 15:49 …
incrível!
alo_helo 8/12/06 17:30 …
Acho incrível com os visitantes, seua amigos, conhecem tanto este Rio antigo, como era bonito tudo “baixinho”!!!!
A foto é linda. Que ângulo incrível.
jban 8/12/06 17:42 …
Foto Sensacional…. Perdemos muito !
Ivan Baldoino 8/12/06 20:13 …
Foto perfeita, muito boas essas fotos aéreas..
Tem todas elas emalta resolução?
www.flickr.com/photos/baldoino
Rafael Netto 8/12/06 20:47 …
A antiga cidade colonial tinha seu charme e sua história, mas devia ser um tanto abafada e insalubre, com todas essas casinhas coladas umas às outras, sem ventilação. Essa tradição urbanística, associada à especulação imobiliária, gerou a forma de ocupação que toma grande parte do Rio hoje em dia e criou absurdos como Copacabana: massas de grandes edifícios colados uns aos outros. Em outras cidades grandes do país, em especial São Paulo, isso não acontece.
Foi junto a essas casinhas que menos de 10 anos após a foto foi construído o Ed. A Noite, monstro de 30 andares que esmagava a “pequena cidade” ao seu redor.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto

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