Posto II, anos 20

foto de andredecourt em 20/12/06

Posto II início dos anos 20

Em mais uma foto do acervo de Gilberto de Souza Amorim e Gabriel Amorim a mim encaminhadas pelo Raphael Vinagre, vemos uma Av Atlântica poucos anos depois da sua duplicação.
A foto por ter sido tirada de uma casa possui um ângulo muito estreito não permitindo nos dar o exato quarteirão no qual o fotógrafo estava, mas a foto mesmo assim nos mostra bons detalhes de um tranquilo bairro.
No canto inferior direito da foto, um guarda civil caminha calmamente; sem dúvida verificando se ninguém descumpria a legislação de costumes de praia, como não sair sem roupão da areia nem tomar banho de mar nos horários não estabelecidos. A desobediência desses preceitos significava cana na hora e uma visita ao distrito para o pagamento de multa.
No meio da avenida vemos entre os postes de iluminação as pequenas ilhas do canteiro central onde haviam palmeiras, que foram plantadas muito pequenas, quando da duplicação e logo sucumbiram. Logo depois os canteiros vazios foram retirados para facilitar o estacionamento de automóveis alinhados no meio da pista.
Junto ao pequeno grupo que se diverte na areia e na beira d’água bem no meio da foto, temos na linha de arrebentação siluetas que parecem não ser de pessoas, mas sim da estrutura do casco de algum barco.
Pela localização do nosso fotógrafo arrisco a especular, com muita convicção ser os restos do cargueiro Saint Martin, encalhado na praia na década de 10.
Willian Nelson Huggins foi destemunha ocular do encalhe e produziu ótimas fotografias do fato, muitas postadas pelo seu bisneto Roberto Tumminelli, como essa: http://www.flickr.com/photos/carioca_da_gema/37404862/in/set-1421535/
No fim da praia junto a Pedra do Leme podemos ainda ver a silueta do Bar da Brahma, um dos primeiros pontos de encontro de toda orla e cujo o prédio sobreviveu como sede da Sociedade Pestalozi até os anos 70.
Foto de autoria possível de Geraldo Augusto Cunha Pires de
Amorim
Acervo: Gilberto de Souza Amorim e Gabriel Amorim

Comments (12)

Rafael Netto disse em 20/12/06 06:31 …
Será que a foto não é um pouco mais recente? A construção do canto direito parece ser reta e alta demais pra ser uma casa. E os restos do San Martin já estavam assim no início da década de 20? Achava que ainda tinham alguma “forma de navio”.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
andredecourt disse em 20/12/06 06:43 …
Rafael meu datador são os canteiros das palmeiras, que aliás não existem mais na foto.
Eles ficaram por pouquíssimo tempo, fotos já do meio dos anos 20 já mostram a Atlântica sem eles.
O mar era muito bravo, e em fotos pouco posteriores ao encalhe, do bisa do Tumminelli, o navio já estava partido em dois.
Certamente o casco não devia ser muito forte em em algo aproximado a 5-6 anos o navio virou um grande escombro, certamente a área ficou cheia de destroços, mas só a parte mais forte, a “espinha” do casco é que deve ter ficado íntegra.
Sim Rafael haviam casas nesse estilo e bem debruçadas na avenida
caucaia1 disse em 20/12/06 06:58 …
Andre, agradeço por esta foto. Quanta lembrança boa. Mais uma vez : Parabéns.
violetamafalda disse em 20/12/06 09:18 …
eu juro que em 20 EU AINDA NÃO TINHA NASCIDO, MAS, AMO, ADORO AS FOTOS DA EPOCA DO DEBRET.
LINDAS AS TUAS FOTOS.
BOM FIM DE SEMANA.
BEIJO
edubt disse em 20/12/06 09:42 …
Aquela mancha ali proximo à arrebentação é o San Martin?? Nessa resolução não dá para perceber…
Linda foto!
:-))
Derani disse em 20/12/06 10:13 …
É impressionante como se vê em muitas fotos do Rio Antigo tantos guardas-civis.
O contigente devia ser grande, ou no mínimo deviam sempre estar todos na rua trabalhando e não dentro dos “quartéis” (se é que se podia chamar assim).
Waldenir disse em 20/12/06 10:20 …
Boa tarde,André.
A foto foi tirada de um segundo andar de casa ou de um pequeno prédio.É provável que seja o mesmo cuja sacada aparece à esquerda.
Interessante o fato de haver apenas um pequeno grupo de pessoas,concentrado em um trecho bem estreito da areia.Como a maioria deles está junto à arrebentação,não duvido que estejam observando o cargueiro,ou o que sobrou dele.
A propósito,restos da quilha ainda devem existir sob as pistas da Atlântica.
Também é possível ver um pedaço pequeno do Forte do Leme,pois a vegetação era bem menor naquele tempo.
Luiz D’ disse em 20/12/06 10:57 …
~
Considerando que Debret nasceu em 1768 e faleceu em 1848, quais seriam as fotos que a ilustre comentarista acima ama?
Esta foto mais que merecia uma fotoxopada!
andredecourt disse em 20/12/06 11:42 …
Hahahahahaha !!!!!!
Ze Rodrigo disse em 20/12/06 12:29 …
Todas as fotos do André merecem um fotoxopada.
Quem é este Debret???
:))))))))
jban disse em 20/12/06 13:25 …
É um amigo do Rouen.