Na nossa imagem de hoje, gentilmente enviada pelo amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva, vemos um pedaço do bairro de Copacabana que fotografado à exaustão, mas que sempre revela, pela sua importância social desde o início do bairro as transformações ocorridas em cada época.
Estamos no período imediato ao fim da Segunda Guerra, possivelmente entre 1947 e 49, enquanto meio mundo se reconstruia o Rio se demolia, numa velocidade nunca vista.
O postal em ótima resolução nos permite ver com clareza toda a orla até a altura do Posto V, e a quantidade de prédios em construção é assustadora. Mas nem é preciso esticar a vista no horizonte, na nossa foto em primeiro pelano temos uma festival de tapumes e janelas com fitas, indicando prédios no acabamento.
No primeiro quarteirão que vemos, entre a Rua Ronald de Cavalho e a Duvivier, onde antes haviam um terreno baldio e uma casa, subiam entre os edifícios, Evans ( dos anos 30 ) e Palacete Atlântico ( dos anos 20 ) os prédios dos Hotéis Ouro Verde e Lancaster, praticamente juntos. No quarteirão seguinte, a casa da Família Duvivier, desde os anos 10 na praia, já tinha ido ao chão e todo o quarteirão, até o edifício Continetal ( do meio dos anos 30 ) está cercado de tapumes, ou seja todos os prédios foram construídos juntos.
Mais ao longe vemos que prédios do final dos anos 40 como o Goldem Gate de 1948 ainda estava com os apara-lixo e andaimes na fachada e o Ed. Camões ainda não tinha começado a ser construído estando a esquina da Av. Atlântica com Rua Figueiredo Magalhães ainda emoldurada com cnstruçoes do início do séc. XX como a casa de James D’arcy de o palacete da família Guinle.
Mas mesmo com essa verticalização muitos quarteirões ainda timham o predomínio de construções baixas como o entre as Ruas Santa Clara e Constante Ramos, onde apenas o Ed. Albion estava sendo construído. Situação esta que se modificaria em menos de 7 anos.
Uma mulher interessante vem caminhando em nossa direção pelo calçadão…
Aqueles barracões de obras eram o que mais havia durante a minha infância em Copacabana.
Da janela de casa acompanhei a construção de um sem número de edifícios vizinhos.
Desde a demolição da casa original (que na época não me dizia muito, ao contrário de agora), passando pela escavação do terreno, a chegada do material de construção (os tijolos passados de mão em mão, dois a dois), as longas peças de ferro, o bate-estacas, o caminhão de areia, de pedrinhas, a feitura da massa com cimento e água, tudo me encantava.
Geralmente algum dos operários (que acabavam ficando “amigos” pois trabalhavam durante 2 ou 3 anos ali na vizinhança) acabava por se tornar o primeiro dos porteiros do novo prédio.
Era uma época de grandes transformações em Copacabana.
Essa é para todos que possam me dar alguma sugestão: tenho uma curiosidade monstruosa em ver uma foto da(s) casa(s) que, suponho, existia(m) no lugar onde meu prédio foi erguido (Av.Copacabana, entre Miguel Lemos e Djalma Ulrich, lado ímpar) ou até mesmo, do próprio prédio em fase de construção. Segundo o carnê do IPTU, ele tem 52 anos. Qual seria o lugar mais apropriado para eu tentar consegurir isso? Algum arquivo da Prefeitura?
Em tempo: também gostaria de ver fotos antigas das Ruas Miguel Lemos, Djalma Ulrich, Ayres Saldanha, Bolívar, e Xavier da Silveira, enfim, da “minha área”. Desde já, agradeço a colaboração e a atenção de vocês todos.
Abraço.
Desaculpa a preguiça mas, Luiz, vou botar minha assinatura em baixo de tudo que você escreveu.
Reduto do art déco.
O restaurante na foto é o OK?
🙂
É sim, com direito a letreiro de neon e tudo
O postal é batido, mas as explicações e comentários foram supimpas !
Salve, André
Parabéns pelo material, sempre.
Enquanto garimpo alguma possível contribuição, gostaria de saber se o amigo possui algum registro do Cosme Velho, especificamente da Ladeira do Ascurra ou da Rua Tobias do Amaral; e, no Flamengo, do primeiro quarteirão da Paissandu, quase esquina com Senador Vergueiro.
Abraços,
André, se aquela foto do posto de gasolina publicada no O Glono é onde hoje está o ex-Meridien (atual Iberostar), onde ficava então aquele prédio que tinha uma placa de publicidade imitando uma cauda de avião da Varig?
Publicada no O Globo, corrigindo.
…Vendo relíquias assim dão uma coisa até inexplicável!
Não sou desse tempo, onde imagino que deva ter sido mara: alias meus pais pegaram tal época.
Frequentei muito COPA & LEME quando menor. Tinha algumas fotos de BEM MENOR no final da avenida.
E muitos dos prédios devem ser antigos mesmo. Aparecem já na imagem.