Nessa foto de 1981 vemos o trecho do lado do Grajaú ainda em obras de duplicação.
No final dos anos 70 a velha estrada já demonstrava sinais de saturação, ainda mais com a não construção da na época planejada Linha Amarela, a baixada de Jacarepaguá crescia, tanto em população, como também em indústrias e serviços com a consolidação do pólo industrial na estrada dos Bandeirantes.
Era necessário por em prática um projeto dos anos 60 de aumentar a capacidade da velha estrada, na vertente de Jacarepaguá as dificuldades foram pequenas, pois nos anos 50 os engenheiros do DER-DF deixaram em muitos trechos áreas já terraplanadas e cortadas prontas para a duplicação.
Já no trecho do Grajaú que foi construído anteriormente foi necessário uma intervenção muito maior, com o emprego de enormes cortinas de concreto por entre as gargantas da serra.
O resultado foi que enquanto a parte de Jacarepaguá já estava pronta em 1981 a parte do Grajaú teve 3 etapas de entrega das obras devido a sua complexidade, só sendo totalmente entregue no final de 1982.
Nessa foto vemos uma das grandes cortinas ainda em construção e o mais chocante, não há uma só favela nas encostas, nesse mesmo lugar hoje o cenário é bem diferente.
Comments (16)
Este trecho é um dos mais perigosos da cidade.
Não tanto pelas curvas mas pelas numerosas favelas nas suas encostas.
Um exemplo típico da desgovernança!
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Usei e uso pouco a Estrada. Me lembro bem de um churrasco na casa de amigos que tinham um sitio próximo a Cabana da Serra (que também freqüentei).
Hoje deve ter sido engolido pelas favelas.
Ainda peguei essa época que era de mão dupla… uma ia outra voltava… perigoso a vera…
Ótima SEX-ta pra ti…
Ué, gente… Mas as favelas não são parte da cultura da cidade, não têm que ficar onde sempre estiveram, segundo nosso alcaide? Outro dia vc colocou uma do Dona Marta, sem nada. Uma do Pavãozinho, sem nada. Que cultura é essa que surgiu em 30 anos? Uma cultura mais nova do que os frequentadores do fotolog do André. Bem, acho que, pela opinião do Cesar Maia, esse fotolog tem que ficar onde sempre esteve, faz parte da cultura da cidade, pela idade dos participantes…
Ê, mundo… André, conhece algum terreno que possamos invadir e lotear? Estou cedendo ao Império dos Fatos.
Vamos invadir a Prainha !!!!
Sempre sonhei em ter um encantador Bungalou na beira do mar !!!
As encostas estão completamente desmatadas nessa foto… bem, não sou conhecedor profundo do local (ainda bem), mas pelo que sei, o que não é favela é mata…
:-))
82?!?! Época do Brizola…
Modestamente, conheço essas seqüências de curvas de cor e salteado – já papei muito carro mais potente (mesmo ao volante de Santana a GNV, Corcel com pneu diagonal e Fusca…).
Na descida para Jacarepaguá, tem duas curvas traiçoeiras, com direito a tampa de bueiro no meio da trajetória. Jogam muita gente boa no mato.
Divertida essa serrinha.
Grajaú-Jacarepaguá …por aqui tem um grupo de “exilados”… do Velho Cardozo 🙂
A favela até pode fazer parte da cultura da cidade… mas sua ocupação por senhores feudais fortemente armados definitivamente não faz.
Se houve alguma favela que “faz parte da cultura da cidade”, seria aquela cantada por Herivelto Martins e outros, bucólica, poética, apenas um lugar de “Gente Humilde” vivendo em contato com a natureza. Lugares pobres, mas não perigosos. Infelizmente isto não existe mais (se é que já existiu algum dia).
Amanhã vc vai brincar com aquele brinquedinho amarelinho ???
Com o aumento do perigo de violência, ao longo do seu curso, e a construção da Linha Amarela a Grajau-Jacarepagua está condenada ao abandono. Só um exemplo : o Posto de Gasolina (ali proximo ao Hospital)vende hoje 10% do que vendia no inicio dos anos noventa.
Nao tem a ver com a Grajau-Jacarepagua, mas tem a ver com a arquitetura e urbanismo da cidade, entao la’ vai. Para quem nao leu, esse obituario saiu hoje no Globo Ha’ 50 Anos. Cheio de mensagens nas entrelinhas…
MORREU ONTEM , em São Paulo, um dos homens que mais contribuíram para dar ao Rio de Janeiro a sua atual feição de cidade verdadeiramente moderna: o Sr. Antônio Prado Júnior. Não é exagero afirmar-se que o período administrativo desse ilustre extinto prefeito carioca, durante o governo do presidente Washington Luiz, em todo o decorrer da história da cidade só encontra termo de comparação com o de Pereira Passos, ao iniciar-se o presente século. Homem inteligente, esclarecido e de largo descortino, Prado Júnior, ao ocupar a prefeitura do Distrito Federal, só tinha uma preocupação: a de fazer do Rio uma cidade que não temesse confronto com as maiores capitais do mundo, que ele conhecia perfeitamente. Espírito de bom gosto, evidentemente, não pensava em fazer desta cidade, por assim dizer, uma cópia das maiores urbes da Europa e dos Estados Unidos. Sabia que seria lamentável que o Rio perdesse as suas características para dar a impressão de ter sido feita rigorosamente à semelhança de Paris, Londres ou Washington. O Rio ficou devendo-lhe muito e jamais deixará de lhe reverenciar a memória.
Muitas entrelinhas…
Já o nosso alcaide quer fazer o Rio a imagem e semelhança de Bangladesh, sem os elefantes é claro, esses ele constrói no autódromo.
O Rio vive na dicotomia entre a África e a Europa, entre a Zona Sul e a favela.
Um choque antropológico também vivido pela Paris, ou pela Europa do início do século XXI. Imagine o que seria da Europa se abrissem as fronteiras ?