Vemos numa foto não muito boa devido à precariedade da impressão e papel de onde foi escaneada o jardim do Valongo, mais uma das obras criadas por Pereira Passos na tentativa de civilizar o Rio.
Foi constituído no melhor estilo romântico numa das encostas do morro do Valongo, e por entre sinuosos caminhos, cercados por rochas artificiais, jardins e até uma pequena cascata, pode-se sair da rua Camerino e chegar até ladeira do morro do Valongo.
Foi construído um grande muro de arrimo e aproveitadas as antigas estátuas francesas do cais da Imperatriz, compradas pelo Império para decorar o cais, feito por Grandjean de Montigny onde desembarcou a imperatriz Teresa Cristina mulher de Pedro II, o cais em péssimo estado desapareceu com as obras de construção do porto e alinhamento do litoral. As estátuas representam divindades romanas, Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte .
Além do jardim em si, havia um chalet para a residência do zelador e guarda de ferramentas, além de completa infra-estrutura.
Mas os anos foram ingratos com ele, foi completamente abandonado, os postes e arandelas do início do século XX foram roubados, as estátuas, que já eram réplicas colocadas nos anos 60, pois as originais estão no museu da cidade, vandalizadas e decapitadas, o mato tomou conta de tudo, grandes árvores alienígenas aos jardins (acredito que fícus) nasceram entre as rochas artificiais e as deslocaram, a criminalidade invadiu o local e a casa do zelador foi ocupada e transformada em cortiço.
A última notícia que tive é que o jardim estava sendo restaurado, mas de que adianta restaurar um ponto de um bairro que se encontra nas trevas como a região da Gamboa, Santo Cristo e Saúde, a cidade clama por uma intervenção macro, mas quem será o topetudo político que enfrentará o populismo, e a demagogia estatal, “ongal”, associativa, e privada reinantes hoje ???
Foi constituído no melhor estilo romântico numa das encostas do morro do Valongo, e por entre sinuosos caminhos, cercados por rochas artificiais, jardins e até uma pequena cascata, pode-se sair da rua Camerino e chegar até ladeira do morro do Valongo.
Foi construído um grande muro de arrimo e aproveitadas as antigas estátuas francesas do cais da Imperatriz, compradas pelo Império para decorar o cais, feito por Grandjean de Montigny onde desembarcou a imperatriz Teresa Cristina mulher de Pedro II, o cais em péssimo estado desapareceu com as obras de construção do porto e alinhamento do litoral. As estátuas representam divindades romanas, Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte .
Além do jardim em si, havia um chalet para a residência do zelador e guarda de ferramentas, além de completa infra-estrutura.
Mas os anos foram ingratos com ele, foi completamente abandonado, os postes e arandelas do início do século XX foram roubados, as estátuas, que já eram réplicas colocadas nos anos 60, pois as originais estão no museu da cidade, vandalizadas e decapitadas, o mato tomou conta de tudo, grandes árvores alienígenas aos jardins (acredito que fícus) nasceram entre as rochas artificiais e as deslocaram, a criminalidade invadiu o local e a casa do zelador foi ocupada e transformada em cortiço.
A última notícia que tive é que o jardim estava sendo restaurado, mas de que adianta restaurar um ponto de um bairro que se encontra nas trevas como a região da Gamboa, Santo Cristo e Saúde, a cidade clama por uma intervenção macro, mas quem será o topetudo político que enfrentará o populismo, e a demagogia estatal, “ongal”, associativa, e privada reinantes hoje ???
Comments (23)
soul_captives 22.05.04 11:40 …
lindo d+!
é uma merda nosso povo nao ter memória e nao aprender a preservar as coisas…
espero q isso mude..
abraçao
lindo d+!
é uma merda nosso povo nao ter memória e nao aprender a preservar as coisas…
espero q isso mude..
abraçao
andredecourt 22.05.04 11:42 …
Incrível pela primeira vez até hoje que uma foto melhora aqui no fotolog !!!
Incrível pela primeira vez até hoje que uma foto melhora aqui no fotolog !!!
cochesdecuba 22.05.04 14:44 …
Estimado amigo,
Cuba no és el Sahara, donde casi todo es arena y algunas rocas…
Un fuerte abrazo.
Estimado amigo,
Cuba no és el Sahara, donde casi todo es arena y algunas rocas…
Un fuerte abrazo.
zipper 22.05.04 16:25 …
a tosquera de ter machucado a pé foi minha mesmo…como dissemos lá no sul, foi uma “bocaberteada” minha(de “boca aberta”, “moscão, “tonto” mesmo) …lesionei os ligamentos…mas acredito que em 3 semanas eu já esteja bem!
abs
abs
eduardo bertoni 22.05.04 17:00 …
ontem o Jô entrevistou o Joaquim, chefe do dpto. de fotografia da biblioteca nacional ( se não me engano) que está lançando um livro sobre a fotografia na imprensa brasileira do século 19. Bem interessante. Também interessante o fato lá veiculado que diz ter o nosso Imperador chorado compulsivamente no desembarque de D. Tereza Cristina, não de emoção, e sim de tristeza ao ver o trubufú que ela era…
ontem o Jô entrevistou o Joaquim, chefe do dpto. de fotografia da biblioteca nacional ( se não me engano) que está lançando um livro sobre a fotografia na imprensa brasileira do século 19. Bem interessante. Também interessante o fato lá veiculado que diz ter o nosso Imperador chorado compulsivamente no desembarque de D. Tereza Cristina, não de emoção, e sim de tristeza ao ver o trubufú que ela era…
tumminelli 22.05.04 17:05 …
Uma pena mesmo que aquela região esteja abandonada…
valeu pela foto e historia!
Abs
Roberto
Uma pena mesmo que aquela região esteja abandonada…
valeu pela foto e historia!
Abs
Roberto
andredecourt 22.05.04 17:09 …
Essa história do choro é ótima, enganaram o jovem imperador, com pinturas que melhoravam a aparência da futura imperatriz, coisas de antes da fotografia, talvez por isso PII tenha sido um dos grandes incentivadores da fotografia, pois com ela fica mais difícil de mentir, isso é antes do photoshop
Essa história do choro é ótima, enganaram o jovem imperador, com pinturas que melhoravam a aparência da futura imperatriz, coisas de antes da fotografia, talvez por isso PII tenha sido um dos grandes incentivadores da fotografia, pois com ela fica mais difícil de mentir, isso é antes do photoshop
eduardo bertoni 22.05.04 17:19 …
é isso aí…
Andre, se vc tem o e-mail do Jason pede a ele que veja o carro no flog do tumminelli pois eu já estou ficando louco tentando descobrir.
abs
é isso aí…
Andre, se vc tem o e-mail do Jason pede a ele que veja o carro no flog do tumminelli pois eu já estou ficando louco tentando descobrir.
abs
andredecourt 22.05.04 17:28 …
Já mandei a foto prá ele, deve estar sem tempo …
Já mandei a foto prá ele, deve estar sem tempo …
hiedra 22.05.04 17:39 …
Encantadoras estas fotografias, aprecio bastante es fotografias P&B… e muito boa a história do Pedro II e sua esposa também…há alguns meses atrás, falando sobre fotografia, teve uma exposição em SP que mostrava a paixão do Imperador pela Fotografia, gostaria de ter ido.
Um abraço e parabéns pelo trabalho.
Encantadoras estas fotografias, aprecio bastante es fotografias P&B… e muito boa a história do Pedro II e sua esposa também…há alguns meses atrás, falando sobre fotografia, teve uma exposição em SP que mostrava a paixão do Imperador pela Fotografia, gostaria de ter ido.
Um abraço e parabéns pelo trabalho.
Jason 22.05.04 18:22 …
Aqui estou, desculpem a demora. O carro parado na frente do Castelinho é um Imperial de 1957 – como diria Nelson Rodrigues, um daqueles automóveis irreais, com cascata artificial e filhote de jacaré.
A Imperial era a marca de carros de altíssimo luxo do grupo Chrysler – e fazia barcas gigantescas, com todo o respeito.
O modelo da foto tinha um motorzinho V8 de 6,3 litros e 325 cavalos. Câmbio por botões no painel…
Aqui estou, desculpem a demora. O carro parado na frente do Castelinho é um Imperial de 1957 – como diria Nelson Rodrigues, um daqueles automóveis irreais, com cascata artificial e filhote de jacaré.
A Imperial era a marca de carros de altíssimo luxo do grupo Chrysler – e fazia barcas gigantescas, com todo o respeito.
O modelo da foto tinha um motorzinho V8 de 6,3 litros e 325 cavalos. Câmbio por botões no painel…
andredecourt 22.05.04 18:29 …
Ou seja não é uma barca mas sim um iate de príncipe saudita…
Ou seja não é uma barca mas sim um iate de príncipe saudita…
Jason 22.05.04 19:33 …
E faltou dizer: o Imperial da foto do /tuminnelli foi comprado zero quilômetro pelo industrial Alberto Pittigliani, que era casado com a Terezinha Morango, miss Brasil 57.
(O mesmo Pittigliani comprou de segunda mão o Rolls-Royce fechado da presidência, que fazia par com o famoso conversível até hoje em serviço no governo.)
Durante alguns anos, o Imperial 57 rodou pelo Rio com a cobiçadíssima placa número 1 do Distrito Federal – não sei se chegou a ter a 1 da GB.
Aos que não lembram, ou não eram nascidos, as placas antigamente pertenciam aos motoristas (e não ao carro, que mudava o registro quando era vendido). Se vc tinha a placa número 1, por exemplo, ia trocando de carro e mantinha o “tesouro”. É isso aí: placas com numeração baixa (digamos, até 99) valiam uma nota preta. O dono podia vender por cifras que permitiam comprar até outro automóvel!
Em 71, com a chegada das placas alfanuméricas (aquelas de duas letras e quatro números), a brincadeira acabou…
hoje, em tempos de cadastro nacional, a numeração de placa mais baixa expedida no Estado do Rio (fazer o quê…) é KMF-0001. Pertence a um prosaico Monza 94, emplacado em Angra. Há diversos carros com placa Rio de Janeiro – RJ começando com A ou B, por exemplo, mas estes foram emplacados originalmente em outros estados.
O AAA-0001 é de um Escort XR-3, ano 91, do Paraná…
E faltou dizer: o Imperial da foto do /tuminnelli foi comprado zero quilômetro pelo industrial Alberto Pittigliani, que era casado com a Terezinha Morango, miss Brasil 57.
(O mesmo Pittigliani comprou de segunda mão o Rolls-Royce fechado da presidência, que fazia par com o famoso conversível até hoje em serviço no governo.)
Durante alguns anos, o Imperial 57 rodou pelo Rio com a cobiçadíssima placa número 1 do Distrito Federal – não sei se chegou a ter a 1 da GB.
Aos que não lembram, ou não eram nascidos, as placas antigamente pertenciam aos motoristas (e não ao carro, que mudava o registro quando era vendido). Se vc tinha a placa número 1, por exemplo, ia trocando de carro e mantinha o “tesouro”. É isso aí: placas com numeração baixa (digamos, até 99) valiam uma nota preta. O dono podia vender por cifras que permitiam comprar até outro automóvel!
Em 71, com a chegada das placas alfanuméricas (aquelas de duas letras e quatro números), a brincadeira acabou…
hoje, em tempos de cadastro nacional, a numeração de placa mais baixa expedida no Estado do Rio (fazer o quê…) é KMF-0001. Pertence a um prosaico Monza 94, emplacado em Angra. Há diversos carros com placa Rio de Janeiro – RJ começando com A ou B, por exemplo, mas estes foram emplacados originalmente em outros estados.
O AAA-0001 é de um Escort XR-3, ano 91, do Paraná…
/andredecourt 22.05.04 19:50 …
Pô como v/c descobriu a ficha completa do carro ??? trabalha prá CIA, ou a barca sobrevive até hoje na mão de algum colecionador ???
Pô como v/c descobriu a ficha completa do carro ??? trabalha prá CIA, ou a barca sobrevive até hoje na mão de algum colecionador ???
lucioflavio 22.05.04 22:46 …
sem dúvida o flog mais culturalmente correto do fotolog.net!! ótimo trabalho! acho que não existe outro flog com tanto conteúdo…
sem dúvida o flog mais culturalmente correto do fotolog.net!! ótimo trabalho! acho que não existe outro flog com tanto conteúdo…
Jason 23.05.04 00:32 …
Não sei que fim levou o Imperial, camarada. Imagino que já tenha morrido (assim como o Carlos).
Não sei que fim levou o Imperial, camarada. Imagino que já tenha morrido (assim como o Carlos).
suzaninha 23.05.04 00:37 …
Aquela foto, minha avó tirou quando ainda morava (ela nasceu e viveu boa parte da vida dela) em Belém do Pará.
Aquela foto, minha avó tirou quando ainda morava (ela nasceu e viveu boa parte da vida dela) em Belém do Pará.
jornalistabr 23.05.04 19:32 …
Esta parte da cidade é linda, pena que está abandonada pelos governos… seria muito legal revitalizar a parte antiga do centro!!!!!
Esta parte da cidade é linda, pena que está abandonada pelos governos… seria muito legal revitalizar a parte antiga do centro!!!!!
Antolog 24.05.04 11:52 …
Além de fatos do Rio Antigo, aqui se aborda todos os assuntos… parabéns!!!
Além de fatos do Rio Antigo, aqui se aborda todos os assuntos… parabéns!!!
andreleblon 27.05.04 02:50 …
Uau!Que foto é essa!
Esses jardins parecem até serem Os Jardins Suspensos do Rio de Janeiro. Essa foto eu realmente nunca tinha visto e nao sabia que as estatuas do Cais da Imperatriz se esncontram no Museu da Cidade.Alias eu nem sabia que las ainda existiam.Eu passava nessa rua varias vezes e sempre que olhava pra aquele morro ficava tentando imaginar o que teria havido ali, jamais pude imaginar que existiu esse maravilhoso jardim. Sobre o choro do Imperador que na epoca so tinha 17 anos ao ver a Imperatriz Tereza Cristina, ele se agarrou a sua Dandama e disse:
_Dadama eles me trairam! Por causa da feiura dela e pelo fato dela mancar.Mas era uma nobre senhora que viveu o resto de sua vida ao lado de seu amado Imperador.
Sobre os “Imperiais”, assim eram chamados os onibus de Paris na epoca em que D. Pedro II fazia uma de suas visitas a cidade. Tenho uma foto de uma charge em um jornal parisiense sobre o Imperador tao avido por cultura correndo com os livros atras de um desses tais onibus. Mais uma vez parabens pelo seu fotolog que é sensacional.
Abraços a todos
André
Uau!Que foto é essa!
Esses jardins parecem até serem Os Jardins Suspensos do Rio de Janeiro. Essa foto eu realmente nunca tinha visto e nao sabia que as estatuas do Cais da Imperatriz se esncontram no Museu da Cidade.Alias eu nem sabia que las ainda existiam.Eu passava nessa rua varias vezes e sempre que olhava pra aquele morro ficava tentando imaginar o que teria havido ali, jamais pude imaginar que existiu esse maravilhoso jardim. Sobre o choro do Imperador que na epoca so tinha 17 anos ao ver a Imperatriz Tereza Cristina, ele se agarrou a sua Dandama e disse:
_Dadama eles me trairam! Por causa da feiura dela e pelo fato dela mancar.Mas era uma nobre senhora que viveu o resto de sua vida ao lado de seu amado Imperador.
Sobre os “Imperiais”, assim eram chamados os onibus de Paris na epoca em que D. Pedro II fazia uma de suas visitas a cidade. Tenho uma foto de uma charge em um jornal parisiense sobre o Imperador tao avido por cultura correndo com os livros atras de um desses tais onibus. Mais uma vez parabens pelo seu fotolog que é sensacional.
Abraços a todos
André
sergiomarujo 12.10.04 01:53 …
Achei interessante a história!!
Achei interessante a história!!
Nasci e cresci nestas redondezas. Nasci na Senador Pompeu, 51 num grande cortiço e me criei descalço pela ladeira Pedro Antonio, Camerino e Sacadura Cabral. Passei a pé ao lado desse muro e desse jardim centenas de vezes…parece que foi ontem !
Uma pena… Bem que num ato de tentar “recivilizar” o Rio o atual prefeito poderia revitaliza-lo. Ficamos na esperança.
Prezado,
Parabéns pelo site!!! Simplesmente maravilhoso!!!
Sou arquiteta e estou fazendo uma pesquisa sobre o local (Jardins do Valongo). Gostaria de saber onde você encontrou essa foto da antiga Casa da Guarda?
Obrigada!
Simone
Foto de Malta, do acervo do AGCRJ publicada numa edição da Revista Municipal de Engenharia de 1993, edição 1/4.
Abraços
Finalmente, as autoridades, estão acordando, revitalizando toda aquela região,até o prédio do Moinho Fluminense está sendo reformado.Passo todos os dias em frente a esta maravilhosa obra, e não me canso de aprecia-la,principalmente aquela casa em destaque na foto.