Casa Garson – Inauguração do Music Hall da filial de Copacabana outubro de 1971



Nossas duas fotos de hoje mostram uma moda que começou no início dos anos 70, a de salas ou seções especializadas para a venda de equipamentos de som nos grande magazines ou lojas generalistas de eletrodomésticos.
Com o início da alta fidelidade nos anos 50, com os primordiais equipamentos ingleses e americanos das marcas Quad, JBL, Wharfedale, Thorens etc. lojas especializadas começaram a surgir no mundo todo e logicamente no Rio, mas das válvulas, evoluídas durante a Segunda Guerra os equipamentos foram logo afetados pela revolução dos transistores, ainda tímidos de de pouca qualidade sonora no início dos anos 60, a partir do meio da década houve uma grande evolução desses componentes acompanhado com o surgimento de  dezenas de marcas japonesas produzindo equipamentos quase tão bons como os da velha guarda por um preço muito menor, marcas como Sansui, Akai, Luxman, Technics, Kenwood, Sony surgiram aproximando o equipamento de média e alta fidelidade do consumidor final, não tão abonado nem tão audiófilo.
As grandes lojas, inicialmente vendendo os equipamentos hi-fi misturados junto a lavadoras, geladeiras, eletrolas, ventiladores e torradeiras perceberam que o público era mais sofisticado e “queria ouvir” com cuidado o que levaria para casa, pois apesar dos preços estarem mais acessíveis o investimento num equipamento completo (pré, amplificador, turner, toca-discos e par de caixas) de boa qualidade mas dos mais baratos equivaliam a um Jeep de 8 anos de idade e os mais caros e com mais equipamentos com os toca-fitas de rolo o equivalente a um Ford Corcel Luxo 0km, valores logicamente muita acima da melhor geladeira.
As lojas começaram a investir em salas especiais, para concorrer de igual para igual com as lojas especializadas como a saudosa Veiga Som, que atuava no nicho desde os anos 50, no início da alta fidelidade.
Das grandes lojas a investirem em setores dedicados ao “som” a Casa Garson foi a pioneira, inaugurando na sua matriz em 1970, seu primeiro “Music Hall” em uma sala isolada e onde todos os equipamentos podiam ser comutados, para que o cliente pudesse fazer sua escolha, em pouco tempo as filiais mais importantes foram ganhando seus “music hall” alguns mais simples, outros tão sofisticados como o da matriz. Na foto vemos a inauguração da seção na filial de Copacabana que ficava na Rua Raimundo Correia logo depois da esquina com a Av. Copacabana, endereço nobre, ao lado da Nuance e em diagonal com a Sloper.
Outras lojas como a Barbosa Freitas, Sears, Mesbla e  Ponto Frio seguiram a moda, e no final da década ainda com mercado aberto e o surgimento de marcas nacionais como a Spectrun, Gradiente e a Lando o setor viu seu auge. Porém os anos 80, com sua selvagem reserva de mercado e os seguidos planos econômicos o setor definhou só se animando com o Plano Real, mas a desvalorização do real e logo depois o surgimento do enganoso MP3  o streaming o setor praticamente desapareceu, equipamentos de qualidade e  com bom preço, só como nos anos 80, muambados no Mercado Livre…