Muitos sabem dos planos para a ligação Leme- Praia Vermelha, surgida junto com as obras de alargamento da Av. Atlântica, onde diversas variantes chegaram a ser estudadas, como túneis duplos sob a Pedra do Leme, a construção de pistas elevadas rentes a encostas que a contornassem e por fim um túnel completamente enterrado do Leme até a Av. Pasteur, a fim de evitar transtornos com as instalações militares na Praia Vermelha e Praça Gal. Tibúrcio.
Porém muitos desconhecem o desdobramento desses primeiros projetos, que seria o complexo viário entre o Leme e o Morro da Viúva, cuja finalidade seria completar um sistema viário com a execução ( na época já tardia) do túnel Botafogo-Lagoa que deveria ter sido executado junto com a duplicação da Av. Atlântica mas a construção da duplicação juntamente com o Interceptor Oceânico e Emissário Submarino drenaram as verbas necessárias, para essa verba viária. O problema dos esgotos sanitários chegaram a um nível alarmante, e a obra de saneamento foi considerada prioritária face a viária
Esse complexo faria nova modificação na ligação Leme-Praia Vermelha, o tráfego não mais sairia na Av. Pasteur e nem passaria por cima ou por baixo da Praça Gal. Tibúrcio, mas sim por cima da água, no extremo da pequena enseada que forma a Praia Vermelha, rumo ao Morro da Urca, onde continuaria até a Praia da Urca, que seria aterrada e transformada em um mini-aterro, junto com toda a orla do bairro. O estudo desse aterro já tinha sido encaminhado ao Laboratório Oceanográfico de Lisboa, que inclusive contemplava um modelo de renovação artificial das águas da enseada de Botafogo, ideia essa já imaginada por Agache quando do seu plano para a Cidade Universitária.
O sistema era complexo e ambicioso e se executado teria mudado totalmente a dinâmica do tráfego na Z. Sul, o complexo Botafogo-Lagoa, se ligaria ao túnel subterrâneo, pela Av. Carlos Peixoto, descendo em rampa por de trás do Solar da Fossa, galgando o plano pela a área na época ainda desocupada onde estão a Rua Marechal Ramom de Castilha e a Praça Gal. Leandro, margeando os terrenos da UFRJ, passando por viaduto sobre a Av. Pasteur, por entre o Instituto Benjamin Constant e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, possivelmente onde hoje está a Praça da Medalha Milagrosa e entrando no novo Aterrado da Urca, onde na parte mais larga se encontraria com o túnel vindo do Leme, num trevo, e também com o túnel submarino.
Esse grande túnel teria 3 galerias independentes com 2 faixas cada, a central seria reversível diante da demanda para o centro e para os bairros e cruzaria a enseada por um trecho submerso de 854 metros de comprimento, e sairia onde está o restaurante Rio’s, na época uma área não urbanizada do Aterro e que serviria inclusive para a fábrica de tubulões do Emissário Submarino. Possivelmente com a fusão logo após a conclusão do Emissário essa obra nunca mais saiu no papel, bem como o túnel Lagoa-Botafogo. Tais obras nunca executadas deixaram algumas marcas na cidade, como o trevo incompleto na Lagoa, a área não edificante entre a Rua Santa Clara e a Rua Euclides da Rocha que facilitou a favelização da região em 1983, a urbanização tardia da regiã od Restaurante Rios e dos fundos da Rua Lauro Muller.
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