Rua Humaitá – trecho da garganta – anos 50


Nossa foto de hoje mostra o trecho da Garganta da Rua do Humaitá nos anos 50. A foto mostra o antigo traçado da via antes da duplicação, que galgava a forte inclinação do trecho com uma curva, onde ela saia da atual pista sentido J. Botânico, ia para a atual sentido Botafogo e ao descer rumo a Lagoa voltava a se alinhar com a pista que vai para o J. Botânico, hoje com a duplicação das pistas essa particularidade desapareceu.
O pavimento asfáltico deste trecho foi objeto de polêmica durante a Adm. Hildebrando de Góis, pois vários especialistas julgavam que o asfato seria inviável ali pela forte inclinação e se opuseram ao prefeito quando ele resolveu asfaltar este trecho dizendo que o asfalto não ira se manter ali e “escorregar”, o que não aconteceu.
Chama a atenção na esquerda da imagem não só algumas construções da Favela da Macedo Sobrinho, como o grande sobradão, hoje desaparecido como também restos das amuradas do Forte da Piaçaba, engolidas nos anos 60 pela favela que praticamente desceu até a rua, reaparecendo nos anos 70 após a remoção da favela e destruídas criminosamente para a construção do CIEP que está lá no local.
Dominando a paisagem o gigantesco Ed. Primavera construído em 1941 de apartamentos de 2 quartos compactos e dotado de todas as comodidades da época, inclusive abrigo anti-aéreo e o Ed. Graça de 1945.

16 comentários em “Rua Humaitá – trecho da garganta – anos 50”

  1. A rua foi alargada em ambos os lados. Fora da foto e à esquerda está o posto de gasolina. Conheci o prédio no final dos anos 70 quando tive um “affair” com uma moça que morava nele. É um prédio incrivelmente sólido e bem acabado. No passado, a favela Macedo Sobrinho era tranquila, apesar de miserável. Quando morei em Botafogo nos idos de 1965, meu pai tinha o hábito de caminhar da Voluntários da Pátria ao Parque Lage, sempre me “arrastando pela mão”, e passava invariavelmente em frente ao prédio.

  2. O motivo para o traçado original da Rua Humaitá fazer estas curvas, era para contornar o morro do Martelo, que localiza-se à direita de quem desce, no sentido Jardim Botânico?
    Atualmente neste logradouro, do lado oposto e um pouco abaixo, há uma entrada para uma pequena favela, que cresce a cada dia.

    1. Possivelmente havia alguma elevação das fraldas do Martelo por ali, mas o morro em sí não chegava como pedreira ali. Tanto havia elevação que nesse ponto havia as arcadas do Forte da Piaçaba, mas acredito ser de barro, e não de pedra esse estreitamento.

  3. Abrigo antiaéreo? Interessante.
    Aliás André, você sabe me dizer se essas construções oriundas do tempo da guerra, se ainda há várias pelo RJ com esses chamados abrigos antiaéreo, como esse aí da foto e também aquele que tem lá perto do Foro?
    Mais uma vez prova de que remoção de favelas deveria há muito ter sido política de Estado.

    1. Copacabana está cheia delas, inclusive de prédios que ficaram prontos depois da Guerra, acredito que a lei ficou em vigor um tempo depois, hoje esses espaços foram transformados, quando não eram a própria garagem, viraram quartos para empregados, depósitos etc..

    1. Esse problema também acontece em Niterói.Existem muitos prédios sem garagem, inclusive o meu. Mas ainda assim não troco de cidade.

  4. Hoje em dia adquirir um imóvel em um desses prédios é temerário, já que sua valorização pode ficar comprometida pela falta de vagas. Com quase 80 anos, seu encanamento de cobre deve necessitar de reparos, e os elevadores precisam ser trocados. A solidez da construção é admirável e compensa em parte suas deficiências. Outro ponto positivo é a existência de “dependências de empregada “. Embora ninguém mais as tenha, o local serve de depósito.

    1. Sim o nome é Mediterraneo, e não Primavera. Moro no Studio Lagoa que fica hoje onde existe o terreno ao lado com o muro e o sobrado da foto.

  5. Essa foto foi feita quase na entrada da rua Miguel Pereira. Em frente à Miguel Pereira havia um edifício em pó de pedra com 3 andares (12 apartamentos) e uma escadaria semicircular na entrada. Ficava num recuo (onde nós jogávamos bola) Era o Edifício Humaitá, nº 187 que foi derrubado para o alargamento da via e posteriormente a construção do CIEP. Eram os anos finais dos 40’s, toda a década de 50 e os primeiros anos dos 60.

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