Há alguns anos mostramos fotos da Variante do Índio, alternativa criada pelo EGB durante as obras do Aterro para ajudar a desafogar o fluxo da Zona Sul em direção ao Centro.
A primeira variante foi feita do Calabouço até o Russel, usando uma pista praticamente rente ao litoral aterrado, que não existe mais nos dias de hoje.
Conforme o aterro ia evoluindo novas pistas iam sendo abertas, primeiro primeiro retificou-se o trecho Calabouço-Russel abrindo uma entrada na Av. Rio Branco depois se esticou a pista única até a altura da Machado de Assis, que operava e sistema reversível.
Logo após no trecho da Glória uma das pistas com o traçado de hoje começou a funcionar a pista externa foi desativada.
Nossa foto mostra a última variante, feita já quando a terra removida do Morro de Santo Antônio já tinha se esgotado e o contorno do Morro da Viúva e sua junção com a Park Way deveria ser feita com aterro hidráulico com areia bombeada da enseada para dentro do arrocamento.
Primeiramente, se desativou a entrada da Machado de Assis e se abriu a mureta perto da Praça do Índio, funcionando de maneira reversível, o traçado é praticamente o mesmo da atual pista sentido Botafogo, mantendo todo o urbanismo do entorno.
Mas quando possivelmente se percebeu que a contratação da draga e o início do aterro demorariam tentou-se criar um trevo, que pelo que vemos causou mais confusão que acertos.
A Praça do Índio ainda com seu formato dos anos 20 ganhou meio fios externos e o formato de uma gota, na tentativa de disciplinar o fluxo, mas do jeito que foi feita se confrontava com a operação das Avenidas Ruy Barbosa e Oswaldo Cruz. Primeiro manteve-se a avenida Oswaldo Cruz com mão dupla, que poderia funcionar bem antes dessa variante, ainda mais porque havia a comunicação da Park Way com ela nos dois sentidos, e a Ruy Barbosa permaneceu em sentido único, tal como é hoje, criando uma pororoca bem na praça, onde junto com a curva os acidentes começaram a acontecer.
Possivelmente o correto era deixar a Av. Ruy Barbosa reversível e não haver essa variante na praça.
Essas fotos são da primeira metade dos anos 60 e curiosamente, apesar de que em 1965 eu ia diariamente da Voluntários da Pátria até o Instituto de Educação na Praça da Bandeira, pouco me lembro desses detalhes. Descíamos até a Avenida Presidente Antonio Carlos, Primeiro de Março, Presidente Vargas, e Praça da Bandeira, mas esses detalhes minuciosos escapavam da percepção de um garoto de sete anos. Mas lembro da instalação dos postes do Aterro, que foram apelidados de “Negrão” em alusão ao governador eleito em 1965. Era um tempo de mudanças.
Bem, apesar de tudo, isso aí ficou muito bonito e, se não fosse da poluição da Baía de Guanabara, a falta de educação do rústico habitante dessa terra e desse país, e, principalmente, da mendicância e da bandidagem, seria, talvez, do lugar mais bonito do RJ. Quem é frequentador do Parque do Flamengo feito eu, sabe do que estou dizendo. A imagem é sensacional, vendo de todo o movimentar de embarcações na Baía de Guanabara, do Pão de Açúcar, e tudo o mais.
Penso de que a segunda foto seja da década de 50, porém, posso estar completamente errado, já de que não sou bom para esse tipo de coisa.
Já e mais para o meio da de 60, olha ali o poste curvo sendo instalado, eles ficaram de iluminação provisória do Aterro.