Fonte do Amor à Lira e Festival de Cerveja – Agosto de 1968

Nossas fotos hoje mostram, primeiramente a inauguração, em 17 de Junho de 1968, da Estátua do Amor a Lira na Cinelândia, depois de ter passado uns anos no Reservatório do Cantagalo,  vindo do Reservatório do Pedregulho para onde foi comprada ainda no séc. XIX.

Em mal estado a escultura de autoria de Eugène Louis Lequesne realizada nas fundições de Val D’Osne foi recuperada nas oficinas da FPJ no Caju, e instalada na Cinelândia como parte dos planos de melhoramentos da Praça Floriano, que contava até com uma comissão com comerciantes e autoridades municipais.
Os motivos para a colocação da estátua no local era vejam só “dar água de beber aos pombos” que estudos da época diziam que deveriam permanecer na praça, inclusive havia o “guarda pombos”, que subsistiu, ele e sua carrocinha até pouco tempo atrás ao lado da rampa de descida do Ed. Garagem Menezes Cortes. Nessa foto do Sr. Gyorgy vemos a verdadeira infestação de pombos na Cinelândia, que em muitas épocas do ano fazia a festa de alguns gaviões que montavam seus ninhos nos telhados dos prédios próximos.


Já as segundas três fotos mostram o evento promocional para o V Festival da Cerveja que seria realizado  no Pavilhão de São Cristóvão no final de agosto de 1968, os organizadores imaginavam fazer o chope sair das torneiras da estátua, no primeiro dia a chuva impediu a realização da proeza, mas na semana seguinte conseguiram para alegria dos que lá passavam, munidos ou não (poderiam comprar na hora já para o festival) de canecas e sendo ajudado pelas “fadinhas” moças importadas diretamente de Blumenau.
 

O segredo foi isolar a fonte da rede de água da cidade, limpá-la totalmente, conectar a serpentina na visita junto a uma das torneiras, manter as outras duas fechadas e extrair o chope por apenas uma, deu certo e no início da tarde segundo o JB o chope acabou e já havia vários populares bem alegres no entorno, vemos as belas torneiras do monumento, com os golfinhos símbolos da Guanabara como registros.
 
 

6 comentários em “Fonte do Amor à Lira e Festival de Cerveja – Agosto de 1968”

  1. Bom dia.
    Cheguei a postar a foto do Sr. Gyorgi, em conjunto com outra, mostrando a fonte.
    Soube ontem que o Sr. Gyorgi faleceu em 2016 beirando os cem anos. Seu neto está no Facebook.

  2. Bela iniciativa, denotando extrema sensibilidade. Algo inimaginável no Brasil de hoje. Com a “educação somaliana” da maioria do brasileiro de hoje, certamente destruiriam as fontes para furtar as peças e tentar “beber chopp de graça”. Tanto a Cinelândia como o Campo de São Cristóvão são “habitat” de moradores de rua e crackudos, sendo por isso impróprios para que pessoas civilizadas os frequentem. Mas há quem se arrisque nessas ruas em busca de “algum divertimento” ou mesmo de quinquilharias em mercados de pulgas na rua do Lavradio ou na Feira da Praça XV. Essa rotina pode ser vista no opúsculo de Paulo Barreto “História das Ruas do Rio e se mantém até hoje…

  3. Ainda agora a pouco conversava com uma amiga sobre essa questão dos pombos.
    O animal é comensal do homem. Cada ano que passa, a população na Terra cresce a população de pombos também.
    Quanto a questão da civilidade, com certeza nessa época aí as coisas eram bem diferentes.

      1. É verdade. Canso de passar por ali e nunca tinha notado que era o mesmo, conferi agora no Google Maps.

Deixe um comentário para Augusto Caiado Pinto Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

5 + 2 =