Av. Copacabana (lado impar) esq. com Santa Clara

Nossas duas fotos de hoje mostram dois ícones de Copacabana hoje desaparecidos.

Nessa foto vemos a Barbosa Freitas, com sua clássica fachada. O magazine embora fundado na Cidade teve em Copacabana sua grande loja, em prédio próprio erguido nos anos 50. A loja ocupava  3 andares, mais sub-solo fora os andares administrativos prédio acima. Quem conheceu tem na memória o”cheiro” da loja, tal como a Sears, bem como os metais dos corrimãos, espelhos de interruptores, montantes das vitrines e letreiros imaculadamente polidos, como aliás é flagrado na foto, onde as letras do letreiro foram removidas para serem polidas, expondo os tubos de neon que acendiam na cor verde.
Chama a atenção o horário da loja, aberta até as 22:00 hs. tudo muito diferente da escura e abandonada Av. Copacabana de hoje, onde as 20:oo hs temos um deserto escuro e sujo.
A Barbosa Freitas vendia marcas de alto gabarito como Gerlain, Chanel, Mary Quant, Revlon, isso só no setor de perfumaria a maquiagem, a seção de brinquedos e de áudio ( no sub-solo) enchiam os olhos das crianças de todas as idades.
Por dentro o ar-condicionado glacial, o mármore travertino, as grossas colunas redondas abrigando no topo sancas luminosas, lambris de madeira clara e o mármore carrara no chão e nos degraus da escala em curva que ligava os pavimentos de lojas.
Na rua vemos as calçadas de pedras portuguesas em estilo dêco hoje desaparecidas, o velho poste telegráfico certamente nessa época já abandonado, o segmentador de pedestres e o pirulito com o anúncio do Arosa, outra grande casa de Copacabana, também desparecida e grande rival nos anos 60, 70, 80 e início dos 90 do …….
 

Cirandinha, uma instituição de Copacabana, assassinada pela ganância do Grupo Windsor, dono da loja e do fundo de comércio. Fechado com muita maldade, prestes a completar 60 anos e depois de ter sido declarada propriedade imaterial da cidade. Tudo para alugar o imóvel para um supermercado de quinta categoria, vindo de Niterói.
Nessa época o Cirandinha possivelmente estava na sua terceira decoração, o grande aquário já não mais separava o balcão da lanchonete do salão de chá e restaurante, indo para os fundos da loja, onde lá ficou até o final dos anos 70, quando explodiu sozinho numa manhã.
Casa tradicional, parada obrigatória por décadas na saída dos cinemas próximos e nos almoços de fins de semana com a farta feijoada dos sábados ainda servia em pelo séc. XXI  milk shakes e sundays como nos anos 50, as tortas ( que por décadas abasteceram os hotéis da Rede Windsor) também eram pura nostalgia como a Saint Honorè, de caramelo vitrificado que era a alegria dos dentistas.
Fica ao ver essa foto a lembrança do Itamar que atendeu por mais de 40 anos a quatro gerações da família, das minhas tias-avós até a Anita e raiva, pela destruição que Copacabana vem sofrendo de modo sistemático desde o início do governo do Dudu, quando foi entregue de vez para os interesses da ABIH, se transformando numa brega turist trap.
 
Nossos posts agora serão as terças e as sextas, para melhor equilíbrio no intervalo entre as duas postagens semanais.

13 comentários em “Av. Copacabana (lado impar) esq. com Santa Clara”

  1. Prato cheio para os copacabanólogos. Me chamou a atenção o jovem posando para o fotógrafo no meio da rua. Deboche puro…
    Na primeira foto temos o carrinho da Kibon e a barreira na esquina, também vista nas fotos do Sr. Szendrodi da Rio Branco.

  2. Bom dia.
    Interessante ambas as fotos.
    Como o mundo mudou!
    Na primeira, só uma pessoa com a maldita sandália Hawaiana no pé.
    O PM trabalhando no trânsito, é risível hoje quando os profissionais da corporação é obrigado a andar paramentado para a guerra.
    O da foto só está com um 38 na cintura e talvez uma cassetete do lado esquerdo.
    Mas o hábito de fumar nessa época, com toda a certeza era muito mais do que de hoje em dia.
    Vê-se o hábito do cigarro nos dedos da mão esquerda do próprio policial, além de um transeunte estar com um em sua boca.
    Na segunda foto, o jovem parece até que fez pose para tirar foto.

  3. As fotos podem ser de 1968 ou 69 mas não além de 1970. A indumentária não engana. O rapaz fazendo pode tem “aparência suspeita”, mas dá para ver os “cílios postiços”…rsrs. Quanto à aparência, é notória a decadência da Princesinha do mar por diversos motivos, mas o principal é a falta de educação da população. O resto é consequência. Nota-se a ausência de vagabundos e desocupados nas fotos, artigos que “sobram” nas ruas. E por que será? Outro detalhe que chama a atenção é a ausência de “caucasianos” nas fotos, bem diferem dos dias atuais…

  4. Andre!! Tenta resgatar alguma coisa da MASSA SUPREMA ou da Casa Mattos. Esses dois lugares eram parada obrigatória nos dias de IBEU q fazia à tarde!!

    1. Tem alguma outra loja que vende pastelzinho? Sempre comprava 100g depois de sair da aula de yoga no IBEU.
      Eu tambem tenho muita saudade da torta de chocolate (carissima) do Messer (tambem vendida no Luculus). Sera que torta ainda existe?

  5. Os textos breves, mas atentos aos detalhes, dão vida às belas imagens do Rio de Janeiro. Parabéns pelo site!

  6. Copacabana era bem diferente de Niterói e não posso comparar e apenas passei aqui para felicitar pelo sucesso do site.É o único que me permite comentar por eu ser de Niterói. Já ultrapassou o “outro” em número de comentários. Parabéns!

  7. E na outra esquina de um lado a Joalheira Krause e o Bazar 606. Quanta saudade desta Copacabana. A Casa Mattos do Zé Salinas e o IBEU também fizeram histórias. Alguém lembra das festas em alguns sábados no IBEU? Uma, da época do twist (bota tempo nisso), foi famosa.

  8. Que beleza!
    Barbosa Freitas e Cirandinha.
    Ali depois do Cirandinha havia uma agência bancária bem me lembro disso. E, que sorte, um caminhão Ford de dinheiro (desses usados pelos bancos) me informa que minha memória não está tão ruim assim.
    O ônibus 558 (Horto – Lido) faixas azuis da Transportes Acre e o outro parece ser da Viação Real.
    Tudo o mais já foi citado incluindo o carrinho da KIBON (versão 2).
    Mas assinalo que a loja da Barbosa Freitas me impressionava porque o prédio tinha aquela marquise alta e o prédio parecia construído para a finalidade. Bem diferente do que me parecia (na época) a Sloper e a Confeitaria Colombo.
    Saudações

  9. Tem alguma outra loja que vende pastelzinho? Sempre comprava 100g depois de sair da aula de yoga no IBEU.
    Eu tambem tenho muita saudade da torta de chocolate (carissima) do Messer (tambem vendida no Luculus). Sera que torta ainda existe?

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