Nossa foto de hoje mostra as escavações para a construção da então garagem da Praça do Castelo, a primeira da America do Sul destinada ao abrigo de milhares de carros.
A garagem foi planejada quando das mudanças de alinhamento do local, com a violação do Plano Agache, desfazimento dos negócios imobiliários realizados em 1930, onde os terrenos lindeiros a praça foram vendidos a particulares e mudança do gabarito dos prédios, o que causou protestos dos patrocinadores do monumento ao Barão do Rio Branco, que com as mudanças no local em muito perdia vulto pois ficaria descentralizado em relação da Av. Santos Dumont ( hoje Pres. Antônio Carlos) e seria achatada pelo gabarito, que em dois dos lados da praça ficaria com mais de 60 metros de altura, sendo um dos lados ocupado pelo monstruoso Palácio da Justiça, ainda maior que o prédio do Ministério da Fazenda, abrigando todas as cortes da justiça, inclusive o STF, e no outro vértice a sede da Caixa Econômica.
As escavações começaram no início de 1941, quando mais algumas modificações ocorriam, com a prefeitura permutando do terreno do Liceu de Artes e Ofícios com a Caixa, pois onde ficaria o enorme prédio ocupando todo um quarteirão ainda não havia sido edificado.
A nova Praça do Castelo também teria duas passagem subterrâneas, na Av. Almirante Barroso e Nilo Peçanha, possivelmente destinadas a pedestres.
Essa obra causou a demolição do que sobrava de um dos lados da Rua da Misericórdia que seria sepultada até a Igreja de S. José, esta já alinhada com a Av. Santos Dumont.
Possivelmente a Segunda Guerra afetou os planos, pois a garagem foi transformada em abrigo antiaéreo e em muito diminuída, ocupando somente a superfície da praça, muito longe de absorver milhares de carros, possivelmente tendo a capacidade para algumas centenas.
A foto nos mostra da esquerda para direita a Av. Alm. Barroso com seu recém implantado sistema de iluminação e nova segmentação das pistas, distintas da do Plano Agache, vemos que os edifícios Mayapan e Andorinhas ainda subiam, estando nas obras de acabamento, mais a frente temos um pedaço do Palace Hotel e o do Teatro Phoenix.
Na rua Debret os edifícios Santa Isabel, Santa Catarina e Nilo Peçanha também subiam inclusive com a construção das últimas lajes.
D outro lado da Av. Nilo Peçanha o quarteirão ainda não estava pronto, só o edifício da Policlínica, que possibilitaria a demolição da antiga na Calógeras com Santa Luzia estava pronto, os edifícios Sul Americano, Nilo Peçanha, Claridge, Borba Gato e Monte Castelo e Araribóia ainda não existiam. Vemos em destaque a torreta do edifício do da Sociedade Bíblica Americana .
Do outro lado da Av. Erasmo Braga vemos os restos do Morro do Castelo na altura da Ladeira do Castelo e Rua do Cotovelo, que por de trás dos tapumes que vemos na direita da foto ainda teimava em sobreviver.
Ao fundo no eixo da Av. Nilo Peçanha, graças as demolições da Av. Rio Branco e Rua da Ajuda conseguimos ver o Largo da Carioca, o prédio alto não existe mais e ficava na esquina da Rua Gonçalves Dias com o final da Rua da Assembleia, já praticamente no largo.