Nossa foto de hoje mostra muito mais ao fundo, do que em primeiro plano.
O que a primeira vista mostra-se um abastecimento de um pequeno avião com a gasolina Energina da Shell, na realidade nos revela um detalhe muito interessante.
No fundo vemos os restos do Pavilhão das Grandes Indústrias da Expo de 1922 que antes das reformas neo-coloniais de 1922 era o velho Forte do Calabouço um dos fortins primais na defesa da velha cidade colonial.
Podemos observar, nas ruínas da velha amurada que cai que, ao contrário do que muitos pintam em suas cabeças que a ponta do calabouço fosse apenas um bico de terras e pedras junto ao mar no mesmo nível da várzea da Piaçaba, onde se construiu um outeiro de artilharia rente ao mar e que depois foi fortificado vemos que pela quantidade de terra, que surge com o desmonte dos velhos muros que a Ponta do Calabouço na realidade era um apêndice do Morro do Castelo, separado por um pequeno trecho de areia, por onde se traçou a saída do Largo da Misericórdia para a Rua de Santa Luzia, vias iniciais, junto com o Beco do Guindaste e a Rua da Misericórdia, esses dois desaparecidos, da parte plana da cidade.
Portanto a posição era muito mais privilegiada que se poderia imaginar, pois dessa pequena ponta elevada poderia se bombardear as praias da Piaçaba e de Santa Luzia, primeiros portos da cidade, algo que o forte de São Sebastião no topo do morro não teria como fazê-lo, pela proximidade das encostas do morro com a antiga orla.
Sensacional detalhe.
Por fim ainda vemos a cúpula do Ministério da Agricultura, antigo Pavilhão dos Estados, o resto da Casa do Trem, hoje Museu Histórico Nacional, ainda com a fachada neo-colonial e na esquerda um dos portões, em estilo art-déco da Feira de Amostras.