Igreja de São Cristóvão – 1916


Hoje somos brindados com mais uma das fotos que vem aparecendo pelos grupos de apaixonados pelo Rio Antigo no Facebook.
Vemos a igreja de São Cristóvão em uma foto de 1916, que ilustrou a capa da Revista Fom-Fom de 05 de Fevereiro daquele ano. A foto em média resolução e levemente manipulada pelas técnicas da época, uma tênue colorizada e a manipulação da ampliação por grafite e aerógrafo, como já vimos na coleção de postais do Sr. Carlos Cattoi, aqui no site desde 2004.
A foto mostra um ângulo já conhecido do que foi a fúria de aterros em nossa cidade no séc. XX, vemos o cais e o mar em uma pequena reentrância que havia nesse ponto da antiga orla que ia do Santo Cristo até a Ponta do Caju, composta de pequenas enseadas, praias e pequenos afloramentos rochosos, um paraíso certamente até o séc. XVIII, quando paulatinamente as atividades portuárias foram sendo empurradas da região da Alfândega e Prainha mais para o fundo da baia, mas degradação mesmo a partir do séc. XIX, mas muito longe, certamente da poluição de derivados de petróleo e altíssima carga de esgoto.
Mas além dos detalhes já conhecidos em outras fotos da igreja de períodos de tempo próximos, a nossa imagem, mesmo em média resolução nos permite ver alguns detalhes interessantes, como o adro da igreja, na época ainda existente, a clara presenla de dois cais coexistindo nessa janela temporal, o mais moderno que abriga o pier, possivelmente da era Passos, e outro, mais antigo, com blocos de pedra e escadaria rumo ao mar, possivelmente do séc. XIX ou anterior.
Vemos o sistema de iluminação público ainda misto, com postes padrão Light com lâmpadas de arco voltaíco e antigos postes em estilo francês com combustores a gás, vemos também postes que sustentavam a rede de bondes em grandes vão livres e outros com a rede de média e baixa tensão, inclusive transformadore
O local, está relativamente bem preservado nos dias de hoje, algo muito comum nas regiões que ficaram decadentes mas não foram fagocitadas por favelas em nossa cidade, pois a decadência afastou o movimento predatório da especulação imobiliária. Vemos nessa imagem do google que muitos imóveis estão no mesmo lugar até hoje, e salvo a linha do mar afastada centenas de metros a frente o cenário ainda é semelhante:  http://goo.gl/maps/Py1cU