Praça Mauá – Clássica


Nosso post de hoje foi retirado de uma foto postada pela comunidade Rio Antigo do Facebook, que conta com inúmeros apaixonados pelo Rio de ontem e quem publicando ótimas fotos, como esta, da Praça Mauá na metade dos anos 50, possivelmente no seu período de maior fama graças a Rádio Nacional que ficava ( e fica) no topo do Ed. A Noite.
Essa era a praça das histéricas filas das Macacas de Auditório, dos marinheiros em busca de algo que não tinham nos navios, dos bares e inferninhos, do Zica que além dos bares como o Flórida comandava uma ramificada quadrilha de contrabando, das reportagens polêmicas de O Cruzeiro sobre o consumo de Maconha, das batidas policiais … mas tudo até pueril comparado aos dias de hoje.
O urbanismo da praça mantem seu arranjo básico feito no final dos anos 40, onde a grande área arborizada do período Passos foi retalhada em várias ilhas para facilitar o tráfego de veículos, sendo  o maior marco dessas alterações a ida da estátua de Mauá da embocadura da Av. Rio Branco para o resto de uma das ilhas do início do século.
No início da década  de 50 as ilhas que ficavam perto do Casa Mauá e do A Noite  foram estreitadas e algumas eliminadas, ficando os postes especiais de grande tamanho isolados no meio do mar de asfalto. Tais postes conviviam com os antigos postes a gás de 3 combustores, convertidos para luz elétrica da era Passos e até mesmo um modelo do DF com lâmpadas fluorescentes.
A foto nos dá uma ótima idéia do mal que o Rio Branco fez a ambiência do local ao esconder totalmente o Morro de São Bento

22 comentários em “Praça Mauá – Clássica”

  1. Foto sensacional.
    Ou os carros passavam bem rápido ou o ônibus ficou parado um bom tempo na pracinha.
    A foto foi tirada dos arredores do atual MAR.

  2. Que linda a foto, André! Me parece tirada mesmo de cima do edifício que agora abriga o acervo do MAR. E o pobre do Mauá aí no meio do caos, uma ironia com o arauto do progresso!
    Sabe dizer se essa é a estátua que vi outro dia sendo colocada na frente do Palácio do Comércio, na Candelária? Achei que era, mas não entendi o sentido de tirarem o Mauá de sua própria praça…

  3. Muito boa a foto!
    O principal prédio da Praça Mauá é o Edifício A Noite. Pelas suas qualidades construtivas e o seu ineditismo ‘A Noite’ é bem mais importante que todas as outras edificações dessa área.
    Os burocratas de plantão acionados pelos empreendedores imobiliários, que estão na administração carioca, encomendaram então “alguma coisa” para tentar apagar ‘A Noite’ (prédio que já pensaram em demolir). ‘Bolaram’ então a “cobertura fluída”.
    Como de praxe o povo foi afastado dos prédios da tal “cobertura”, com a extinção dos pontos de ônibus da antiga rodoviária.
    Aguardem. Os planejadores imobiliários continuam solapando o Centro e a Z. Sul em favor da Barra e arredores. Pobre Rio!

    1. Paulo, afinal o migo do Dudu o tal do Carvalho H. tem que desencalhar suas leguas de terra que comprou de outras construtoras falidas na área de Curicica e Gardênia Azul, para dar uma força a outros amigos do Dudu está colocando corredores de ônibus a diesel ao invés de VLTs ou metrô.

      1. Maneiro saber que não sou só eu que acha meio nada a ver aquela ondinha em cima de dois prédios no MAR. E concordo: não deveriam querer concorrer com o A Noite. Claro que eu desejava a reforma do palacete, mas aquela cobertura foi uma ânsia idiota de deixar arca registrada.

  4. Qual era o nome daquele bar que ficava na saída do cais à esquerda com Av Rio Branco.
    À noite era um pedaço do paraiso.Que beleza de Brasilidade, tudo era família naquele ambiente de magia. Gringo que entrava lá custava para saír. Muitas vezes o Navio “apitava” dando sinal para o pessoal (trabalhador) voltar mas o gringo não queria deixar o paraíso e acabava por ficar no Brasil. Nos países deles não tinha essa caldeira de calor humano e fantasia.Eu me lembro, era
    por volta de 1962. Nunca mais se apagou essa deliciosa visão de minha memória. Brasil maravilhoso desse tempo… que pena que se foi. Me sinto privilegiado ter vivido esses momentos.

    1. Alguns bares da região: Hanseática (no térreo do ed. A Noite – onde sempre tinha briga entre marinheiros), o Flórida (muito frequentado por conta das “meninas”), o Odalisca (quartel general do Zica), onde ia sempre com meu pai – Walter José Pereira do DNPVN (Deptº Portos) na Praça Mauá, 10 – lanchar à tarde (empada de camarão, coalhada ou café com leite), o Salada Carioca (mais voltado para almoço) na Av. Rio Branco, quase na esquina da Rua São Bento

  5. O Facebook tem realmente fornecido grandes fotos. Há tesouros à espera de descoberta.
    Pena que, algumas vezes, o texto lá seja superficial e não deem os créditos de fotos e textos.
    O número de interessados pelo Rio Antigo cada vez aumenta mais.

  6. Estive ontem no MAR e achei a vista um pouco prejudicada. O “A Noite” envelopado está estranho. Subiu mais um caixote de vidro nas redondezas.
    A “onda” do MAR foi forçação de barra…

    1. O problema é a relação acidental entre nome e elemento arquitetônico. O elemento arquitetônico foi pensado para combinar com o nome (que nada tem a ver com mar propriamente dito) e não com o contexto urbano. É essa a mentalidade em voga…

  7. Concordo com o Augusto que as ondinhas foram “forçação de barra”, mas não acho que ficou fora do contexto. A solução é plasticamente simples (só uma laje) e valorizou os dois edifícios, criando um espaço bem bonito entre eles. E tem várias aberturas interessantes no terraço e na passarela, que emolduram os outros edifícios da praça.
    O que eu achei muito estranho, e o que me preocupa, é o que vai surgir NO MEIO da praça, porque o buraco que estão fazendo lá não tem fundo! E é enorme!

  8. A Noite é mesmo um prédio histórico, moderno para a época, era o maior arranha ceu da America Latina na inauguração em 1929/30. Vale lembrar que o arquiteto, o francês Joseph Gire, foi também autor do Copacabana Palace, do Hotel Gloria, do complexo arquitetônico da ilha de Brocoió, e do Ed. Sul América.

  9. Vamos à polemica.
    Esta foto bem mostra que o A Noite, embora definitivamente um marco no Rio de Janeiro, já nasceu errado. Um paredão entre a cidade e o mar. Talvez ficasse bem lá pelo por perto da praça Mas não ali.
    o RB 1, neste sentido não é pior que o A Noite.
    Independente de gostar ou não, achei que a cobertura do MAR cumpre seu papel de unir os dois prédios do museu. Além disso cria esta discussão que, sem causar danos, atrai atenção para o lugar.
    O mais triste é o estado que se encontra o A Noite desde finais do século passado, pelo menos. Apenas para referencia aqui vai um dos posts sobre o assunto: http://cariocadorio.wordpress.com/2011/05/22/praca-maua-o-caos-continua/
    A situação do beco segue igual e a tela e os andaimes em volta não se renovaram. Ainda vai acontecer de alguém se machucar serio ali.

  10. Bom dia.
    Ontem, dia 17-3-2014 o alcaide carioca informou a todos que sua “ideia de retirar da Zona Portuária instalações de árbitros e parte da mídia dos Jogos de 2016” se deve ao fato que “o projeto do Porto Maravilha já está se consolidando”.
    Alguém está surpreso que os investimentos na ZP sejam transferidos para a área (Barra e Baixada de Jacarepaguá) que prioritariamente os especuladores imobiliários se dedicam?
    Sugiro que aqueles que apreciam o Porto Maravilha se dediquem, e eventualmente, invistam o seu rico dinheiro em contratos de potencial adicional de construção.
    Os títulos emitidos pelo alcaide carioca ajudarão a financiar aquela ‘cobertura’ sobre dois prédios na Praça Mauá. Haverá sempre o consolo de saber que a instituição do tal ‘mar’ (sob aquela onda) obriga centenas de pessoas a embarcar e desembarcar em ônibus, ao ar livre, na av. Venezuela e ruas próximas sob péssimas condições.
    Saudações cariocas.

  11. Belíssima foto.
    O que é o prédio – com estilo meio gótico – que ficava no que hoje é o RB1?
    Aliás, dá para ver o prédio onde eu trabalho =) O Avenida 25.

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