Aérea Copacabana circa 1928/29


Nessa fantástica foto de Holland vemos Copacabana em um angulo pouco usual, pois normalmente as fotos aéreas dessa época eram paralelas as praias, nessa o avião está em voo praticamente perpendicular a linha d’água.
Estamos numa manhã pela posição do sol, possivelmente de inverno, pelas sombras projetadas. A imagem mostra o bairro que se urbanizava rapidamente e já engatinhava no seu inexorável processo de verticalização. Dos novos prédios temos apenas dois exemplos o Ed. Atalaia ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/02/11/1462/ ), aparentemente já concluído, e o Ed. Itaóca ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/11/26/ed-itaoca-inicio-dos-anos-30/ ), na esquina com a Rua Duvivier, ainda em construção, como podemos observar por sua fachada. Dos outros prédios emblemáticos desse período do bairro como o Guarujá, nem sinal, rumo ao posto VI a construção mais alta que vemos é o Hotel Londres ( http://www.rioquepassou.com.br/2011/06/20/av-atlantica-ressaca-de-21/ ). Possivelmente as obras para a construção do pioneiro edifício já tivessem começado, mas não conseguimos notar nada.
A foto ainda nos mostra a Praça Santa Leocádia, inurbanizada, e assim ela sumiria do bairro, vendida pela PDF para construção de edifícios, entre eles o Roxy. Em direção ao vale entre os Morros São João e Cabritos, vemos a região, tomada por pastagens e plantações onde pouco menso de 20 anos depois seria loteado o Bairro Peixoto, vemos o conjunto de construções rente a rua Tonelero, que englobava prédios públicos como o distrito de Limpeza Urbana ( ,http://www.rioquepassou.com.br/2005/07/07/distrito-de-limpeza-de-copacabana-1928/ ) as pequenas residências de colonos e portugueses da vila que se tornaria a hoje desparecida Rua Tenreiro Aranha ( ,http://www.rioquepassou.com.br/2009/06/27/rua-tenreiro-aranha-e-a-farsa-da-venda-dos-terrenos-do-metro-parte-i/ ) os Estábulos para a venda de Leite e Capim da chácara de Felizberto Peixoto, e ainda como trilhas o que seriam menos de 10 anos depois os prolongamentos das Ruas Santa Clara e Anita Garibaldi. Junto as encostas do Morro dos Cabritos, a Rua Cinco de Julho ainda era  uma paisagem agreste, com os terrenos sendo limpos para a construção das belas casas, demolidas quase todas juntas no final dos anos 60.
Junto a Praça Serzedelo Correia vemos as siluetas da Estação de Bondes e da torre da igreja, bem como um pouco mais a frente a lateral do prédio do Cinema  Atlântico depois renomeado para Ritz em 1938, um dos pioneiros do bairro e na época seu melhor cinema, junto com o Americano, demolido nos anos 60.
Ao fundo vemos enormes trechos de Ipanema vazios, entregues ao areal e as dunas principalmente na região hoje ocupada por ruas como a Redentor, Nascimento Silva e Barão de Jaguaribe. Embora loteadas desde o finalzinho do séc. XIX elas ainda permaneciam totalmente inurbanizadas, principalmente pelas condições da Lagoa, situação essa que a Adm. Pública vinha tentando resolver.
Mas é junto ao Inhangá que a foto tem seu melhor momento. Vemos como as rochas dos três penedos bloqueavam trechos inteiros do bairro, como a Av. Copacabana ( http://www.rioquepassou.com.br/2011/01/03/av-copacabana-metade-dos-aos-30/ ), a Rua Fernando Mendes e a Rua Rodolfo Dantas, podemos observar bem as partes recortadas para a retificação da Av. Atlântica ainda nos anos 10 e as pedras que ainda permaneciam na areia e na linha d’água. Outro detalhe interessante, é o pavimento da Rua Barata Ribeiro, que muda do paralelepípedo, para o macadame assim que as linhas de bonde rumam para a Rua Inhangá.