Nossa foto de hoje mostra o cruzamento das Ruas B. de Mesquita e São Francisco Xavier na região do Maracanã, nos aos 50.
O caos no transito é flagrante, pois aparentemente a movimentada esquina não tinha sinal de transito e todos iam se aproximando meio que na “marra” ganhando nesse caso claro o bonde, o velho Chevrolet e o pequeno e amassado Preffect aproveitam a passagem do bonde para cruzar em sentido contrário, enquanto o outro Chevy ( ou seria um Ford) aguarda.
No mobiliário urbano temos em destaque o grosso poste em barbará, usado quando tinha que suportar em grandes vãos os cabos da rede de bondes normalmente em esquinas largas onde vários cabos de aço saiam para rede poder fazer a curva de acompanhamento dos trilhos, e muitas vezes tambem sustentavam peças da iluminação pública e sinais de transito, tudo esticado nos cabos. Estes postes normalmente eram grossos mas não muito altos e ainda existem alguns perdidos pela cidade. Vemos o renque de oitis e uma luminária padrão Light no meio da rua, arranjo típico pós anos 40 nas vias que recebiam bondes.
A vegetação, bem como o muro ao fundo são do Colégio Militar, é uma pena o Google Street View não abranger esse local hoje para uma comparação direta.
O carro parado no sinal é um Standard Vanguard, modelo muitíssimo comum aqui no Rio, fabricado na Inglaterra pela Standard Motor Company, entre 1947 e 1963. O nome Vanguard foi uma homenagem à belonave HMS Vanguard, a última fabricada pela Inglaterra na época da guerra, lançada ao mar em 1944 em meio a muita propaganda. O uso do nome Vanguard exigiu muita negociação com a Marinha Real. Informações obtidas em http://en.wikipedia.org/wiki/Standard_Vanguard
Quanto ao bonde, trata-se do 1750, provavelmente fazendo a linha 70 – Andarahy x Leopoldo. Também, com menor probabilidade, poderia estar fazendo a linha 62 – Praça Malvino Reis.
Se for no final dos anos 50 é bem capaz de eu estar aí dentro desse bonde, se for o 70.
Minha mãe era viciada em ir no SAARA (afinal morou lá) e me carregar junto.
Pegávamos o 70 no “rodo” no final da Rua Leopoldo, quando ele entrava na Barão de Mesquita passava raspando pela porta de uma loja de artigos religiosos e utilidades domésticas chamada “Dragão do Andarahy”, quem estivesse passando na calçada tinha que se espremer…
Uma das minhas tias morava na rua Andaraí, número 45. Eu morava na rua Dona Delfina, uma paralela à rua Uruguai. Quando íamos passar uns dias com ela, andávamos a pé até a Barão de Mesquita e pegávamos o bonde 70. Saltávamos no rodo da rua Leopoldo, percorríamos a travessa Caminha e subíamos a rua Andaraí até o edifício em que ela morava.
Na época, não havia perigo de andar naquela área.
Helio,
Fui muitas vezes ouvir “partido alto” no Morro do Andaraí, onde pisei do “Largo do Cruzeiro” indo até o alto, naquelas vielas, a convite para festas de aniversário, etc… tudo na maior tranquilidade.
Outros tempos…
Incrível, “O Dragão” ainda existe, e é dito a maior rede de artigos religiosos do Rio, já a observação de ser um lugar perigoso, discordo. O Andaraí é um lugar meio esquecido pelo Rio, quase sem história documentada, é bom saber sobre esses fatos.
Antoine: vc está correto na sua obs acerca de textos sobre o Andaraí. Vc pode encontrá-los em blogs muito interessantes na internet. Creio que no último trimestre de 2020, foi lançado “Pequenos escritos de um Andarahy Grande”, de autoria do professor Fabio Carvalho. Há um blog sobre ele. A venda, segundo esse blog, na Rua Barão de Mesquita, salvo engano no “926”. Ainda não li o livro, mas vou adquiri-lo. Por oportuno, também estou compilando um texto, despretencioso, que terá o título “Andarahy, o bairro onde nasci e me criei”. Saudações,
De Luca, Vicente Roberto (cria do bairro).
Muito boa a foto que traz muitas lembranças , por esse caminho tambem passava o 67 (P.da Bandeira Alto da Boa Vista).
Amigo do Rio que passou…..
QUAL FOI A ESTRADA MAIS MARCANTE DO BRASIL QUE VOCÊ JÀ DIRIGIU?
O site seguroauto.org está criando um artigo inédito sobre as mais belas estradas do Brasil e convidando os principais blogueiros de carro do país a relatar em pouquíssimas linhas (3-4) sobre a experiência pessoal do lugar marcante que você já visitou.
Iremos publicar a opinião dos blogueiros e sortear no final de novembro entre eles um tanque cheio de combustível para incentivar novas viagens e descobertas.
Conto com o seu apoio.
Um abraço,
Com certeza passei muito por aí nos meus tempos de Colégio Militar, onde estudei desde 1953.
Já andei bastante por aí. Atualmente, salvo engano, o trecho da Barão de Mesquita é mão única, dirigindo-se à São Francisco Xavier.
De interessante, vi uma tela fazendo parede “fechando” o bonde (que não dispõe de estribos). E parte do atual muro do colégio militar, na imagem ampliada pareceu-me grade.
Observando agora os cabos que cortam os cruzamentos, caminhões altos deviam ter graves problemas. Hoje em dia, na rua de casa em Ramos, com cabos de força bem mais altos volta e meia um caminhão arrebenta algum deles…
Gabriel, nos primórdios dos bondes da Light no Rio, ambos os lados deles possuíam estribos e todos os bondes eram bidirecionais. Com o passar dos anos, essa bidirecionalidade deixou de ser necessária na imensa maioria das linhas, porque foram construídos rodos ou outras maneiras de o bonde retornar sem ser pelos mesmos trilhos da ida. Mas os bondes continuaram a ter estribos em ambos os lados. A partir da década de 1940, eles passaram a ter a lateral esquerda fechada com uma tela de arame. Alguns anos mais tarde, o modo de fazer esse fechamento também podia ser feito por uma chapa inteiriça de metal ou por um arranjo meio-a-meio: a metade de baixo com chapa e a metade de cima com tela.
No caso da foto mostrada, o bonde 1750, nela retratado, tinha a lateral fechada com tela. Aliás, esse era o caso mais comum.
Ainda assim, mesmo no final do serviço de bondes havia alguns que tinham estribos em ambos os lados, embora circulassem em linhas que não exigiam bidirecionalidade.
Quando os museus norte-americanos vieram aqui comprar 12 bondes, preferiram esses com estribos em ambos os lados.
Olá,
Meu bisavô, Felix Fonseca, morava em um casarão muito bonito e suntuoso situado nesta rua S. Francisco Xavier n. 124, nos anos 40.
Saberiam me informar se existe uma foto deste casarão em algum arquivo público ou privado em que eu possa encontrar?
Grata,
Andrea da Fonseca Nogueira
Olá !! Andréa
Sou neto de Orozimbo Cezar Fonseca (irmão de Felix Fonseca falecido em1961)De 1960 a 1965 morei neste casarão juntamente com tias Julia e Mariquinhas suas irmãs.Posteriormente mudamos p/ Rua Alm. Cókrane 240 ap.201 devido venda casa p/ uma escola e atualmente deve ser um predio de condomínio.Agora moro em Cach. de Itpemrim-ES. Com o falecimento da tia júlia o AP ficou p/ uma sobrinha de Geraldo Fonseca(filho de Randolpho Fonseca).Pode ser que eles tenham alguma foto do casarão. Se conseguir .. mande alguma para mim .Um Abração [email protected]
Amigos. Vários dos posts me retornaram à infância. Quem é da década de 50/60/70, sabe que o Andaraí tem muita história. Sou filho da D. Joana e do Sr. Giovanni, que foi proprietário da loja de móveis da Rua Leopoldo, no 126 e depois no 156 (atualmente, uma loja de roupas, da Nádia, e a padaria, do Robson). Nasci nessa rua, em 1951, na casa dos Amorelli (Seu Giovanni – alfaiate – e D. Tereza), onde existia uma alfaiataria. Fui criado na Gastão Penalva, no nº 106, onde hoje existe um prédio, construído pelos meus pais. Desejo relembrar, neste espaço, a maravilhosa obra do Padre Olivério Kraemer, que resultou na Igreja de São Cosme e São Damião; na evolução do Hospital do Andaraí, desde a Casa de Saúde, mantida pela família Kraemer, até o Hospital dos Marítimos; na festa anual dos Santos Gêmeos, com as corridas pelos doces; no Dragão do Andaray, loja de artigos de umbanda, na Leopoldo, que deve ter pra lá de 60 anos; no campo do Santo Agostinho na rua Maxwell e no estadinho do Confiança, onde hj é a quadra do Salgueiro; nas festas juninas da rua Araripe Júnior; no armazém do Seu Alcino, na esquina de Leopoldo com Gastão Penalva, e na loja de doces do Seu Baiano, também nesse local; no primeiro mercado – o Disco – na Barão de Mesquita, em frente a Leopoldo; e no segundo, o Gaio Marti, tb na Barão; na “competição” entre as Igrejas de São Cosme e a de São José; enfim, são muitas as lembranças, das quais termino com a maior de todas, o Bonde 70 – Andaray-Leopoldo, que me levava diariamente até o Colégio Pedro II, na Tijuca.
Amigos do Andaraí, transcrevam as suas lembranças neste espaço. Vamos manter viva a lembrança do Andaraí, bairro do lendário Dodô, que, segundo diziam, era um “cracasso”. Abraço a todos.
Pessoal. Estou compilando fatos, histórias e lembranças acerca do Andaraí. Quem lembrar de um fato marcante ou uma história de sua infância, por gentileza, remeta para Vicente Roberto De Luca, endereço [email protected].
Muito obrigado, Vicente Roberto De Luca.