Bondes de Santa Teresa o funesto acaso


A declaração do secretário de transporte Júlio Lopes: “Uma perda para o turismo do Rio” resume de forma sintética todo o ocorrido.
Nossas “autoridades” estaduais e também municipais vem encarando o que sobra do sistema de bondes de Santa Teresa como apenas um bibelô turístico, quando é por natureza o meio de transporte ideal para o bairro, mas esse serviço deixam para os seus amigos; a “Máfia Lusa”, que vem enfiando ônibus enormes nas estreitas e íngremes ruas destruindo o pavimento e causando inúmeros acidentes, além da poluição e do barulho.
Parece que a idéia é bem parecida com o metrô, que impedido de ser bibelô turístico vem sendo inviabilizado por “trapalhadas dolosas” deste mesmo secretário que solta essa pérola em forma de declaração, além de criar VLTs transformados em bondes que não funcionam e engatilhar os velhos carris do meio do séc.XX com arames e outras “avançadas técnicas”, sucateando a frota e privando o sistema de qualquer manutenção.
Talvez o secretário até entenda de colégios, mas de transportes temos certeza que não, absolutamente não! Já temos pelo menos 5 vítimas fatais em sua conta, e tenho certeza que um provável acidente no metrô que cada dia chega mais próximo aumentará em muito a contagem do secretário.
Vemos pela velha foto, possivelmente dos anos 50, da coleção de Allen Morison, que acidentes de bondes aconteceram, mas se pensarmos num transporte que tinha mais de 400 km de linhas distribuídas pelo Rio, ligando da Gávea até a Praça Seca, isso nos anos 40, que era até proporcional. Mas nos últimos 02 anos o modesto, ou o melhor que sobra, do sistema de de bondes de Santa Tresa, já produziu inúmeras fatalidades, todas causadas pelo descaso estatal.

24 comentários em “Bondes de Santa Teresa o funesto acaso”

  1. André,
    Com esses caras ai na Secretaria de Transportes e apitando do jeito que estão, não duvide se a coisa piorar e chegar ao metrô.
    Trens das linhas 1 e 2 dividindo a linha, superlotados, o “Y” na Central, não faltam exemplos.
    O Júlio Lopes deve entender bem de transporte…



    … de transporte escolar !

  2. A história se repete. Falta competencia vergonha e sobra um
    ódio irracional para com os bondinhos do bairro, como bem disse o Andre, o transporte ideal para o local. Assim como es-
    tá pe melhor acabar logo com ele. Infelizmente.

  3. Impressionante o descaso com os bondinhos e, mais ainda, com a população de Santa Tereza que não só os tem como meio importante de transporte mas também como parte da imagem turística do bairro. Meu Deus! até quando vão continuar matando e ferindo pessoas? Vergonha pura!

  4. Caro André,
    situação muito bem pinçada pelo titular deste espaço! O acidente com um dos bondes do sistema de Sta. Teresa aqui retratado ajuda a mostrar que estes veículos de um único truque eram deficientes nos anos 50 como são agora.
    É sempre bom ressaltar o sistema de Sta. Teresa nunca teve nenhuma ligação operacional com os Bondes da LIGHT que eram melhores e mais bem conservados pelo menos até o fim dos anos 50 (qdo. ficou claro que Brasília iria ser inaugurada e a LIGHT entregaria a concessão), e carregavam milhões de passageiros sendo a espinha dorsal do transporte na cidade por décadas.
    Mas o fato é que o bonde de Sta. Teresa acabou símbolo de um bairro! Bairro tão interessante é curioso que o seu meio de transporte em uma cidade que tem (ou teve) outros meios muito mais importantes como, p. ex., o Bonde da Light, o trem da Central, o Metrô, os ônibus elétricos, acabe por entronizar uma curiosidade.
    Um sistema que possui 5 (cinco) veículos, que passe com espaço de 1 hora num ponto não quer ser sério. A empresa que o administra, absolutamente caótica, ainda por cima leva o nome ‘Central’…
    Se me fosse dado sugerir e a questão dos recursos fosse equacionada eu gostaria que fosse feito um sistema moderno de bondes em Sta. Teresa para o TRANSPORTE DE PASSAGEIROS, e que fosse operada uma linha turística com o que se pudesse juntar destes últimos carros, trilhos, rede aérea existente. Saudações.

    1. Não há como conjugar dois sistemas num só, poderia no máximo haver veículos mais modernos trafegando na mesma rede e trilhos do bonde antigo, e fazendo os antigos trabalharem em conjunto com a sinalização do moderno por GPS ou sensores óticos.
      O sistema foi criado por uma empresa ainda no séc. XIX, mas foi sim operado pela Light, dividindo inclusive a energia da sub-estação da glória e descendo via R. Francisco Muratoria até a Gomes Freire onde fazia a integração com os outrso bondes da Light, de bitolas distintas.
      Há imagens no site que mostram eles inclusive transportando reboques o que mostra que tinham capacidade de transporte, e nos anos 50 a frota ultrapassava 30 carris, chegando até o Silvestre onde era feita uma integração com o trem do Corcovado.
      A bitola estreita e o truque pequeno são o ideais para um bairro sinuoso e com taxas elevadas de inclinação.
      Bastava apenas se bem cuidado e modernizado suficientemente, aumentando-se a frota e retirando os ônibus, só isso !

  5. Os bondes são simpáticos, bucólicos, mas ultrapassados. Somado a isto o sucateamento da rede e a máfia dos ônibus.
    Só por utopia, mas lá vai, seria interessnat ter bondes modernos nos moldes dos bondes europeus.
    Só mesmo em São Francisco existe a manutenção de bondes antigos.
    O LisarB é uma piada!

  6. Tá na cara que ia acontecer, esses bondes são sucatas e quem conhece Santa Teresa sabe as ladeiras que tem, descem lotados mas ninguém está ligando, nem usuários e autoridades, ninguém faz manifestação, nada, o Brasil está anestesiado, só queremos a copa e a olimpíada.
    Se fosse na Europa ou EUA todos que estivessem envolvidos estariam na cadeia ou fora dos cargos. Brasil país de tolos, fingimos que governamos, fingimos que somos governados.

  7. Eu acho que depois dessa os bondes não voltam mais a circular, e se voltarem, serão apenas em trajetos turísticos nos fins de semana.
    O acidente é o que faltava pra acabarem de vez com o serviço. Lembrou-me o trem Barrinha em Japeri.

    1. As empresas de ônibus pelo visto conseguiram mai uma, falta agora inviabilizar o metrô e deixar os trens na lama…..já asa barcas de propriedade de uma empresa de ônibus vão afundando lentamente !

  8. Sou fá dos Bondes – porém como o servico está não há condicoes – porque na Europa funciona …
    A populacao deve se manifestar para ter um transporte eficiente sem comprometer a imagem turistica do bairro – os onibus também não se prestam como transporte no bairro!!!

  9. O “governador” mandou parar os bondes e sabe-se lá quando e se voltam…
    O que mais me espanta é a cara do “não tenho nada com isso” que todos eles fazem, inclusive o Julio Lopes, quando aparecem na tv.
    Isso tá me cheirando a ter o mesmo final dos bondes do Alto da Boa Vista

  10. O que mais me surpreende não é a incapacidade de gestão daqueles que detém o poder, mas sim a passividade da população em não exigir o que temos direito. Fazemos passeatas para as coisas mais fúteis, mas não fazemos passeatas para a preservação de um bem público, tombado, patrimônio histórico e turístico da cidade. Não me refiro apenas ao bondinho, mas também a vários prédios históricos de beleza arquitetônica que fazem parte de uma época de nossa cidade e encontram-se em estado lastimável de conservação. Poderia aqui citar vários desses prédios que se restaurados dariam excelentes centros culturais de pesquisa com salas para cursos, ou museus.
    Essa semana, na quinta-feira, o bondinho completará 115 anos de existência, e o presente do governo é a paralização do sistema pela precariedade que ele próprio deixou acontecer. É claro que o melhor meio de transporte para o bairro é o bondinho, o problema é a malservação das verbas públicas e como consequência a manutenção inadequada aos veículos.
    O governador Sergio Cabral, ausente do Estado que governa, suscitou à época do acidente que matou a professora Andrea, acidente este na rua Paschoal Carlos Magno próximo ao Largo do Guimarães, uma possível municipalização dos bondes. Mas na verdade o único propósito naquele momento foi desviar o foco à raiz do problema, depois disso nenhuma palavra foi mencionada sobre o assunto nos últimos dois anos.
    O secretário Júlio Lopes, incompetente e dissimulado, é o principal responsável por não ter usado a verba pública na recuperação dos 14 heróicos bondinhos sobreviventes. A verba foi usada num desastrado e fracassado empreendimento da Empresa TRANS, que acabou na criação de uma anomalia mutante com aparência de bonde mas cheio de problemas de projeto que apenas resultou em um ridículo gasto de dinheiro público e até hoje sem solução.

  11. Na década de 80, ainda com a CTC, houve um grave acidente com vítimas neste exato local da foto. Não sei se é o mesmo acidente, pois até aonde sei o bondinho funcionou por mais de 80 anos sem nenhum registro de acidente grave.

  12. Há em Lisboa um sistema de elétricos (como chamam por lá)
    muito eficiente , misturando os bondes antigos com modernos
    como disse Andre usando a mesma bitola. Podería ser implan-
    tado em Santa Tereza sem dúvida nehuma o que falta é von-
    tade política e vergonha. Andei nos dois sistemas em Lisboa
    sem problemas.

    1. De facto, em Lisboa existem três tipos de eléctricos. Os modernos operam em apenas uma linha (15-Algés), são longos, articulados e não sobem ladeiras. Dos antigos, existem os das linhas normais (amarelos) e os turísticos (vermelhos), que fazem um “city-tour” guiado.
      Uma curiosidade do sistema de eléctricos de Lisboa é que operam com dois tipos de alimentação, por pantógrafo (como os trens da Supervia) e por lança (como os bondes de Santa Teresa), dependendo da região da cidade, e os carros dispõem dos dois tipos, podendo trocar durante o percurso.

  13. Exato Rafael. Em Milão tambem temos os bondes antigos convivendo com os modernos. Solução há, mas modernizar
    bondes não elege políticos.

  14. A manobra é clara. Deixar estragar para depois dizer que não há condições do serviço funcionar. Simples assim.

  15. Concordo que o transporte do rio está deficiente (em geral: metrô , ônibus, trens …) porém as autoridades políticas deviam olhar mais para o transporte, já que pagamos caro pelas passagens e não temos um retorno em segurança, e nem conforto nos transportes. Autoridades, olhem mais por nós ao invés de só focar o “esporte”.
    Eu com professora parei de lecionar, pois está muito difícil de acreditar na educação, seja ela pública ou privada; o esporte é importante, mas a educação é primordial! Pense nisso: não vivemos só de esportes!!!

  16. ate 1960 os bondes de santa teresa era da carris
    ai o governador carlos lacerda ,acabou com lotações ,bondes
    e os de santa teresa passou para o estado [C.T.C.]
    quando ele deixou o cargo em 1965 ,de la pra ca foi virando bagunça pois os governadores não se interesarão falirão a C.T.C. o brizola reativou ,quando saiu virou bagunça de novo
    ai faliu de novo a C.T.C, os bondes de santa teresa ate mas ao menos 1966 ,tinha reboque ,carregava em media mas ao menos 100 pasagero nos 2 vagoes ,tinha linhas
    frança,,lagoinha,,silvestre,,dois irmãos,,paula matos
    e um que ia ate a rua riachuelo , bem neste acidente
    se esiste culpado o culpado e o governo que deixou tudo abandonado , a saude,,a educação o transporte,,segurança
    habitação ,ate hoja nunca vi o k e do governo funcionar correto ,,o MOTORNEIRO ,e vitima e nunca sera culpado
    pelo contrario foi um HEROI ,que ficou tentando para o bonde ate o final ,,eu sou sincero se fosse eu teria pulado fora
    eu fui motorista de onibus de 1959 ate 1992 hoje sou aposentado ,senpre dirigi onibus ,urbano e rodoviario
    sou indignado com tudo querer culpar quem ja morreu

  17. Faz tempo que eles se esquecem que aqui no Rio moram pessoas, que vivem ou deveriam viver da forma mais digna possível.
    Quando ele pensa em perda para o turismo só consigo querer que se dane o turismo. Turismo tem que dar dinheiro e melhorar a vida de quem vive aqui. Se o turismo piorar a cidade, como quando o utilizam de pretexto para fazer um metrô Frankestein Tabajara, o turismo não serve. Ou quando o mesmo babaca que fala que o elevado da Perimetral é feio, mas quer fazer da Estrada do Engenho da Pedra e da Edgar Romero, dois casos semelhantes ao da Rua Bela, o turismo está contra as pessoas.
    Mas esse caso é estarrecedor! Além de ser só mais um exemplo entre tantos de falta de sensibilidade com VIDAS, nem do turismo cuidaram. Nesse caso, fica evidente que tem algum interessado por fora. Ou em operar bonde só turístico sem uso para transporte com alguém explorando ou do modal geral ser o ônibus. Nenhum caso seria melhor do que ter os bondes bem cuidados.

  18. Realmente este é um dos spams mais idiotas e desconectados com o tema da página onde ele foi inserido…..
    Não vou nem apagar, vou deixar aqui como um monumento a insensibilidade de alguns nerds mercantilistas que vendem jabá pela internet !!!

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