Nossa foto de hoje mostra um pequeno trecho da Praia do Flamengo, certamente um dos mais marcantes pela presença do “Castelinho”, uma das construções ainda originais da orla surgida com a retificação da precária via que acompanhava um também precário arrocamento e ocupada pelos fundos dos imóveis das ruas Sen. Vergueiro e Catete, que após retificada se transformou numa das mais belas promenades de seu tempo.
O urbanismo de Passos ainda não havia sido modificado, nem no seu mobiliário urbano e se mostrava totalmente consolidado com árvores crescidas e jardins densos, vemos que os jardins ocupavam todo o canteiro entre a velha via da praia e as novas pistas abertas, nas fotos já do final dos anos 20 esse jardim havia sido suprimido.
Além do Castelinho, um delírio eclético com elementos art-noveu, neo-gótico e fiorentino, projetado pelo arquiteto Gino Copede a mando de Joaquim Silva Cardoso, negociante imobiliário, como o prédio foi levantado em 1918 imaginamos que nessa foto ele estava recém construído. Infelizmente os anos de abandono a partir dos anos 70, a ocupação fracionada, os seguidos incêndios e a penúria após sua desapropriação inicialmente para uma obra viária, fizeram muitos elementos, notadamente os de estuque do primeiro andar se perder, mas no geral o prédio mantém alguns vitrôs e pisos originais, bem como os trabalhos de serralheria e ornamento externos.
O fotógrafo estava na esquina da praia com a Rua Buarque de Macedo onde mais um castelinho eclético, de vida curtíssima, pois seria demolido já nos anos 30 para a construção de um dos prédios déco na região ( http://www.rioquepassou.com.br/2009/02/17/pegadinha-5/ ), se mostrava em sua curiosa arquitetura, no outro vértice da esquina o gradil demonstra que ali possivelmente existia um palacete, também de vida breve, pois seria destruído no final dos anos 40 para a construção do classudo edifício que está lá hoje, um de uma pequena série de edifícios com a mesma tipologia que se espalham pelo bairro do Flamengo.
No mobiliário urbano além da rede de bondes vemos os postes em estilo francês com os combustores a gás e no canteiro central um lampião dos postes mistos ( 2 combustores a gás e uma luminária de arco-voltáico) do tipo que foi usado em praticamente toda a Beira Mar chegando até a Av. Pasteur.
Mais uma vez agradecemos ao Carlos Ponce de Leon de Paiva pela imagem de hoje.
Uma beleza de imagem vista em tamanho maior!
🙂
Desculpe a pergunta, André, e nem é minha pretensão receber uma aula de arquitetura, mas o que é “estilo déco”? E a palavra “déco” é abreviação de que? De “décorative” ou algo semelhante?
Quando esse estilo predominou aqui no Rio? Porque volta e meia leio nos fotologs referências a esse estilo.
Hélio, o déco é um estilo notadamente industrial, uma evolução mais prática e em escala de produção que o primeiro estilo industrial o Art-Noveu. O Art- Déco é uma curruptela de Arts Décoratifs et Industriels Modernes.
Acho que sem se alongar em blá-blá acadêmico responde bem sua pergunta e elmina ( por enquanto) sua curiosidade.
Engraçado que o quarteirão entre Dois de Dezembro e Buarque de Macedo (e talvez o seguinte) era mais recuado que o restante. Os prédios existentes hoje meio que reproduzem isso mas a calçada faz o realinhamento.
O Castelinho foi desapropriado para uma obra viária? Que obra seria essa?
Tivemos outras casas no Rio com história parecida de abandono e restauração. De cabeça lembro do Vilino Silveira ali perto no Russell, a mansão Figner na Marquês de Abrantes, e uma casa na Conde de Bonfim após a Uruguai.
Retificação do PA da 2 de Dezembro que seria bem recuado, foi determinado quando do projeto da Humaitá-Glória, há vários prédios nesse recuo, que é do lado do Castelinho, ele, um prédio de uns 3 andares em estilo eclético, um sobrado do séc. XIX e a Casa de Machinas e Central Telephonica da antiga Light são as únicas construções, pelo que me lembre, que ficariam dentro da caixa de rua do alargamento planejado.
Pelo estado do prédio e do sobrado acredito que eles devam estar também desapropriados ou com restrições no RGI
Concordo com o Luiz , o bairro era muito bonito e a nossa
cidade nessa época era realmente maravilhosa. Foto fantástica
Que beleza de foto! O bairro, junto ao mar, era belíssimo.
Uma foto deliciosa de se ver ampliada…
Maravilha.
Lembro que esse castelinho da Dois de Dezembro, no final dos anos 70, estava em estado lastimável. Totalmente abandonado e sendo destruído aos poucos. Posteriormente, acredito que na década de 90, foi restaurado pelo Município, tornando-se o Centro Cultural que temos até hoje. Entre a Dois de Dezembro e Buarque de Macedo, onde hoje temos o fino restaurante Alcaparras, funcionou por muito tempo o restaurante Praia Bar que era de um grupo de espanhóis, sem a sofisticação do restaurante atual.
A casa da Conde de Bonfim foi restaurada pela administração
Cezar Maia , fica se não me engano na esquina da rua Garibal-di.
O prédio está atualmente completamente “emparedado” pelos vizinhos,.apesar de ser de esquina.
Mais uma ineditíssima!
Que maravilha!
Bons tempos, no Flamengo, que as ruas eram desertas, tranquilas e calmas; que as casas eram afáveis, belíssimas e elegantes.
Ah, como eu queria ter vivido nesse tempo! Sinceramente, as vezes fico triste por isso.
Um paraíso!
Muito obrigado por nos proporcionar essa emoção! Eu admiro e gosto muito do Flamengo do início do século XX.
estava buscando fotos da rua buarque de macedo no início do século xx, pois nesta rua meu avô construiu o segundo prédio,O primeiro prédio da rua foi o que abriga hoje o restaurante alcaparra.o segundo foi o prédio construído pelo meu avô e o terceiro é justamente onde estava esse muro com cerca de ferro bem na esquina da rua buarque de macedo.O prédio construído por meu avô era, anteriormente, residência do Sr Ewbank da Câmara que era violinista da orquestra de D,Pedro II. Essa foto desta página é linda e também sou apaixonada pelo rio antigo.Muito lindo, mesmo!
é para pintar ???????????????