Av. Brasil, altura da esquina com a Rua Luiz Câmara, Olaria -Anos 50


Nossa foto de hoje mostra um panorama da pujança industrial e de serviços da antiga Variante, na época já nomeada de Av. Brasil.
Galpões se sucedem até perder-se de vista abrigando negócios e empregos e movendo toda uma economia de comércio e serviços nos bairros da Leopoldina fronteiros, restaurantes, varejo, oficinas, comércio de pequenas necessidades, mercados, que além da população residente mais perto da linha do trem também atendiam a demanda dos funcionários e empregados das atividades fabris e industriais a beira da grande avenida.
Vemos que o trecho da imagem já possuía instalada as pistas laterais e forte atividade mercantil, a iluminação pública por luminárias fluorescentes nos afastam de São Cristóvão e Benfica que usavam ainda luminárias incandescentes da finada Avenida Norte, como as da Av. Beira Mar ou park-way ( http://www.rioquepassou.com.br/2005/08/15/av-brasil-1956/ ). Mas os postes padrão Light de barbará como os da Av. Princesa Isabel, Pres. Vargas, e Ponte Velha da Ilha nos indicam que não passamos da Penha no entroncamento com a Rio-Petrópolis, onde a via deixava de ser iluminada no seu segundo ciclo de iluminação pública.
Hoje a Avenida Brasil é uma via em que diversos trechos o cenário se encontra totalmente esvaziado, pela violência e pela tributação injusta praticada por esta cidade e estado em compração com as unidades fronteiras como por exemplo os recentes absurdos do ICMS para as telecomunicações ou a famigerada taxa de iluminação pública vinculada ao gasto da conta de luz e não a capacidade instalada do parque de iluminação perto do imóvel contribuinte. Imóveis abandonados, pixados, arruinados, invadidos e ou simplesmente fagocitados pelas favelas que crescem nessa região desde a época da nossa foto são uma constante trazendo a reboque a decadência das ruas internas e de trechos inteiros de bairros.
Mas por incrível que pareça o trecho fotografado é um dos melhores do subúrbio, um pequeno oasis em tanta decadência, e nessa imagem moderna vemos, certamente surpresos, que pouca coisa mudou ( http://migre.me/58sij ), os galpões em primeiro plano estão até hoje bem conservados, embora com pequenas modificações com o bloqueio total do prédio que segura o letreiro da Antártica, boa conservação que se propaga pela Rua Luiz Câmara adentro a qual se mantem ativa, com todos os imóveis funcionando, limpos, pintados e com grande movimentação de carretas e caminhões de todos os tipos. Os muros altos, ofendículos e guaritas de segurança são um triste indicativo da violência da região certamente na noite, mas a comparação com outros trechos do subúrbio é muito boa.
O curioso que o grande complexo de galpões continua armazenando cervejas, hoje da marca Cintra, de segmento bem popular.