Estamos em Janeiro de 1920, segundo anota Malta em sua foto, exatamente a metade da curtíssima Adm. Milcaides Sá Freire, um dos apagados prefeitos distritais do Rio, notadamente por ter em suas mãos uma cidade quebrada graças a intensa e dispendiosa Adm. Paulo de Frontin, que lhe antecedeu.
Mas mesmo sem dinheiro os projetos de urbanização e modernização da cidade eram tocados, mesmo que não executados, e certamente era o que Malta fotografava. Com a demolição do Convento da Ajuda há quase 10 anos era necessário um novo rearranjo do final da Av. Rio Branco, o grande terreno destinado a um enorme hotel da Light deveria ser adequado a nova realidade urbana, abrindo o espaço e eliminando o atravancamento colonial que ainda resistia, mesmo sem o convento. Nisso inciou-se Frontin, rasgando o velho terreno religioso com a Rua Alcindo Guanabara, de onde possivelmente os trilhos do bonde chegavam a linha principal.
Em pouco menos de 2 anos toda a área seria reordenada tal qual conhecemos hoje pelo PA originário do Dec. 1643/21 ( http://www.rioquepassou.com.br/2006/02/03/pa-da-cinelandia/ ), sumindo os últimos vestígios do velho convento e pondo finalmente um destino ao medonho mafuá explorado por Francisco Serrador.
Na foto vemos como o Monroe era totalmente fora do alinhamento velho da Treze de Maio e certamente com o Convento da Ajuda no local devia ser percebido com dificuldade no eixo da Av. Central. Embora estivéssemos em 1920 e num dos trechos mais importantes da cidade quase a totalidade da iluminação pública da região era ainda feita por lampiões a gás, como os vidros transparentes dos lampiões nos indicam, elétricas ainda a arco voltáico apenas as luminárias no entorno do monumento a Floriano.
Além do Monroe identificamos com facilidade os edifícios do STF, Club Militar e o Ed. Lafond, uma primeira parte executada do que seria um grande prédio residencial, nunca concluído de todo.
Infelizmente pela textura do papel de impressão não conseguimos ver o intinerário do bonde.