Como já falamos e comentamos algumas vezes desde os tempos do fotolog a arquitetura da cidade do Rio logo após a II Guerra Mundial com raríssimas exeções deixa muito a desejar, e vem piorando nos últimos anos com a maximização de obras públicas, ou ligadas ao Estado, que tentam pelo gigantismo chamar a atenção para sí, na maioria das vezes sem a mínima qualidade arquitetônica ou dialogando mal e predando a paisagem natural em volta. O exemplo mais recente nas horrorosas estruturas do engodo Lina 1-A do metrô. Que chama a atenção para sí, talvez para esconder a mediocridade da solução encontrada ou a falta de substância dos homens públicos envolvidos.
Além disso temos a “panela de um homem só” que vem criando prédios repetitivos calcados em um estilo que, por mais brilhante à época já se desgastou, executados sem concurso público. Solução essa que nos anos 30, 40 e 50 revolucionou a arquitetura, e que vem colocando à margem do conhecimento e de uma maior divulgação uma centena de ótimos arquitetos formados há menos de 30 anos, uma geração que se dará como perdida.
Na construção civil particular, desde a massificação dos “projetos de desenhistas” que exauriu bairros inteiros com prédios mediocres e apartamentos idem, repetindo a fórmula “dois caximbos e um quarto no meio”, nada de qualidade aparece. Nos anos 70 tentou-se uma reação e alguns projetos realmente tinham qualidade, mas as construtoras de hoje, como a Corcovado de outrora, preferem especular, valorizando um bairro, muitas vezes artificialmente, fazendeo negócios milhonários com os proprietários dos imóveis que serão demolidos e economizando no que se construirá, normalmente no projeto. Vimos isso nos anos 50 e vemos isso hoje, nos horrendos e bodosos prédios que sobem espremidos por aonde dá na Zona Sul aos rizíveis empreendimentos na Zona Oeste. Tudo muito diferente dos prédios dos anos 30 e 40 onde as construtoras vinculavam seu nome a um arquiteto de prestígio, criando verdadeiros marcos da cidade, que eclipsam até hoje seus vizinhos de quadra.
Como podemos ver nas manipulações do O Globo de domingo o Rio sem sua natureza, que é violentada pelo câncer favela, é arquitetonicamente tão mediocre quanto nossa estranha vizinha mais ao sul, um amontoado de prédios sem sal que se amontoam, sem gabarito pré definido, sem PAs rígidos, sem boas fachadas, sem ventilação e sem personalidade. Estranha cidade da qual estamos importando modelos de construções como o forçado neo-neo clássico, o vidro azul com granito, as zilhões de entradas de garagem, que inviabilizam o plantio de árvores na frente das novas construções e o pior a tal da ponte estraiada, feia, ostentatória, jeca e egocentrica. Algo que combina muito bem com a outra ponta da Via Dutra.
O Rio sempre lutou contra a mediocridade de seus prédios, talvez uma herança colonial, dos desproporcionais sobrados executados por mestres de obras vindo do Porto, tão joçosamente comentados por Luiz Edmundo, passando pelos prédios de desenhistas e hoje chegando a espetaculorização da mediocridade.
Na foto de hoje um cenário sem belezas naturais, apenas com classe e equilíbrio arquitetônico.
André você disse tudo.Vejamos essa foto: Como é linda, como
a avenida era bonita. Hoje nada mais resta a não ser a medíocridade , e como você disse com o relato de O Globo,
tentando iludir os leitores. E ainda temos de assistir porque não
há escapatória esteve vinculado a todos os noticiarios, o passeio de skate do prefeitinho no viaduto da Barra. Lamentável
Sem a natureza o Rio não existiria, quanta bobagem.Natureza
essa que foi paulatinamente destruída pelas as administrações
da prefeitura e do governo estadual.Como diz a canção: Nada será como antes amãnhã pelo menos aqui no Rio.
André, a que ponte estaiada vc se refere? A que está sendo construído na ilha do Fundão ou a que está sendo projetada para a saída do metrô na Barra? Essas pontes tendem a ser mais esbeltas, apesar da necessidade do pilar ter uma grande altura. A ponte que está sendo construída na ilha do Fundão vai se integrar bem com a paisagem devido a ausência de marcos naturais na região, já a ponte que está sendo projetada para a saída da Barra vai ser mais um espigão de concreto se opondo a beleza natural da região.
Esse post coincide com a reportagem de ontem em o globo que, tirando as belezas naturais da cidade, a arquitetura é mediocre…
Acho que a reportagem exagerou um pouco, mas…
Sds.
André Mendonça
Não acho justo as comparações com São Paulo. A capital paulista é uma cidade que padece mais do excesso de população do que de problemas urbanísticos. É mais bem resolvida que o Rio, tem bairros de casas na área central, os prédios costumam ser afastados, a cidade é cortada por avenidas e não tem favelas no meio.
A matéria do Globo trazia uma frase interessante, cunhada nos anos 50: “O Rio não é uma cidade maravilhosa, é uma paisagem maravilhosa para uma cidade”. De fato parece que a beleza natural acaba sendo um mal para o Rio, fazendo com que não se dê importância à cidade, que acaba sendo tratada de forma irresponsável. O oposto de cidades que não têm beleza natural e por isso possuem mais preocupação com a urbe, tais como Curitiba, São Paulo e Buenos Aires.
Estou de acordo com o Rafa.
Uma coisa curiosa no Rio é que as montanhas dão o contorno paisagístico, mas foram, ao mesmo tempo, um dos principais entraves para o desenvolvimento expontâneo da cidade.
Observem que a cidade, que tem uma forma aproximada de um retângulo, possui uma cordilheira que vai do Corcovado à Grota Funda, compondo uma espinha dorsal que separou a cidade em dois lóbulos: o do norte e o do sul. O do sul, mais rico e desenvolvido, canalizou todas as atenções e investimentos durante muitas décadas; a reboque, os especuladores imobiliários, que impuseram o seu gosto duvidoso.
Ontem quando vi a reportagem do O Globo, só concordei em parte. Será que se os prédios possuissem arquitetura de gosto mais apurado, ou mais arrojados, tornaria a paisagem mais bonita, ou este detalhe iria tornar o cenário mais “poluído” visualmente?
Acho que visão da cidade é justamente bonita em função de a magnitude da natureza constrastar e exceder as construções medíocres.
Acho que todos deverão concordar num aspecto: O que fizeram
em Copacabana e o que estaõ fazendo em Ipanema e Leblon,
com edificios sem qualquer gabarito especifico , com cada administração fazendo o que bem entende, realmente fica dificil
conciliar natureza com arquitetura. Acontece a mesma coisa com o plano de habitação da Barra, que já está totalmente descaracterizado a começar pelas duas torres horrosas construidas nos anos 70 e pelo que eu sei inacabadas até hoje.
Não há beleza natural que resista à qualquer bagunça e mau-gosto urbanístico. Tudo tem um limite e o do Rio já está chegando.
Alguem acha que o prefeitinho o governador os vereadores e deputados estão preocupados com o nosso estado e cidade ,
eles querem é copa e olimpíada para todos juntos com as empreiteiras que são sempre as mesmas a ganharem as concorrencias, faturem alto. Tudo como dantes no quartel de
abrantes. ( ditado popular).
Paralela à reportagem de ontem no jornal, houve um protesto de moradores do Jardim Botânico contra a construção de um prédio comercial de 9 andares em frente ao Hospital da Lagoa.
No século passado, usaram um “Photoshop” radical nos morros do Senado, do Castelo e de Santo Antônio em nome da especulação imobiliária.
Sobre a foto de hoje, só sobrou o obelisco, que está quase totalmente oculto pelas árvores do canteiro central.
São Paulo, com todo o respeito que merece seu povo, é uma imensa porcaria arquitetonica. Cidade mais bem resolvida que o Rio? Não tem favelas por dentro por que não tem morros, e no seu entorno é pura favelização.
A tal da ponte é de um mal gosto que combina perfeitamente com o desequilíbrio urbano total daquela cidade.
Trazer este mastodonte para a Barra, é uma dessas babaquices faraonicas que os politicos se agarram para se sentirem eternizados.
O Rio está triste, sofrendo e doente . O mobiliário urbano é um caos, em cada lugar é de um jeito. Os pontos de onibus da Zona Sul, não se repetem na zona norte, que aliás nem tem pontos decentes tem.
Apesar disso, a mídia global insiste que o astral da cidade é único, ser carioca é ser do bem, e outras besteiras prá ingles ver.
É só comparar o Rio da “belle époque” com o Rio de hoje para se ver como caminhamos para trás.
A Avenida Central/Avenida Rio Branco, a orla do Flamengo e de Botafogo, as casas da Avenida Atlântica, se comparados com nossos dias dá vontade de sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho.
Falta planejamento, falta vergonha na cara.
Pelo contrário Luiz, planejamento houve até demais. Toda a destruição da cidade foi criteriosamente planejada, e muito do que restou só sobrevive justamente porque os planos não foram levados adiante. A Saara é um bom exemplo disso.
Parodiando a canção do Paulinho da Viola: ¨Foi um Rio que
passou em nossas vidas e nossos corações se deixaram levar¨
Lamentável o descaso com o nosso Rio em todas as esferas de governo; e o maior exemplo a Cinelandia em que permitiram construções que desfiguraram a harmonia arquitetonica original. Demolir o Monroe foi um crime contra a cidade. Pelo menos o Aterro compensou em parte estes absurdos. Enfim, só resta lamentar e agradecer a DEUS pela nossa beleza natural que supera todos os desmandos cometidos pelo homem.
O Monroe, foi uma dessas bestialidades que a Ditadura poderosa nos deixou de presente. Para passar o Metro, tinham que tirar o Monroe. E depois virou um estacionamento explorado por empresa privada. Ficou lindo não é? E o que foi feito de todo aquele material? Vitrais, candelabros, escadarias e corrimões , portais, etc? Garanto que tem muitos herdeiros de generais e outros menos, com seus apartamentos e casinhas na serra bem decoradinhos com os salvados.
Luis, o Monroe não fei demolido por causa do metrô, há farto material no site e nos links a respeito disso
Legal ver seu comentário por aqui amigo Miranda.
Esse site é muito bom e vale a pena tê-lo em “Meus Favoritos”
Consulte-o sem moderação e, se possível, diariamente.
Vale a pena a visita nos links sugeridos do lado direito da home.
Abs.
André
Sinceramente, muito amadoras e infantis essas críticas a São Paulo que, apesar de sua imagem caótica, possui muita arquitetura de qualidade. Aliás, ultimamente, muito mais do que o Rio de Janeiro, que tem se mostrado engessada e pouco inovadora. É em São Paulo que escritórios de arquitetura de propostas inovadoras estão surgindo, como a Idea!Zarvos, sem falar de uma infinidade de edifícios comerciais muito bem projetados. Foi em SP que a arquitetura modernista deu seus primeiros passos, com Gregori Warchavchik, que se criou a ótima escola do brutalismo paulista, além de uma grande gama de edifícios modernistas de qualidade excepcional. E, ao contrário do que diz o senso comum, há ainda muito patrimônio histórico por lá, alguns sem paralelo na América Latina, como o edifício Martinell, a Estação da Luz e o Museu do Ipiranga.
Enfim, essas críticas à nossa vizinha mais me parecem uma birra por o Rio ter perdido o posto de cidade “líder” do país para ela. Eu como carioca, filha de mãe paulista e pai fluminense, me sinto ofendida.
Flávia, o que adianta ter surgido o modernismo em São Paulo se a jequisse reinante lá o execrou, só fazendo sucesso quando foi executado no Rio: http://www.rioquepassou.com.br/2008/10/21/casa-nordchild-rua-tonelero/
Não adianta ter dinheiro e ser “lider” se você gosta gosta de Masaropi
Só nos incomodamos com o que é igual ou superior. São Paulo tem muitas qualidades urbanístico-arquitetônicas, sim. O modernismo brasileiro surgiu lá e sim, foi aceito, tanto que há mais obras modernistas em SP do que no Rio.
No mais, jeca é ser bairrista e achar que sua cidade é a melhor que existe. E se SP é jeca, o Rio não é diferente.
Não vou discutir jequisse com quem tem Barretos dentro de seu território..
ahahahaha. Desculpem, mas essa foi muito boa.
É complicado bater boca com o André.
Elegante mesmo são as favelas nos morros…
Realmente, tão elegantes que São Paulo já copiou, estamos enchendo a Zona Leste de tão belas moradas.
Pois é, mas não fosse os “jecas” terem descoberto ouro nas Minas Gerais, o RJ nunca teria sido capital…Carioca é um povo ingrato, se crê o centro do país mesmo depois de perder o posto para Brasília e SP.
Jecas de portugal não ?? Usando mão de obra escrava e índia… Caro Heinz se atente nos períodos históricos e nos movimentos populacionais que formaram o país para não falar sandices…
SP tem 613 favelas cercando a Paulicéia. O PCC manda na cidade. Acorda São Paulo!!
SP tem 612 favelas cercando a Paulicéia. O PCC manda na cidade. Acorda SP!!!
As construtoras estão acabando com o Rio….. Agora so querem saber de construir apertamentos com imensas áreas de lazer….. isso em todas a cidade…. inclusive na zona norte e este……..negando toda a cidade que está em volta…..
Nos folhetos de venda nem mostram mais a planta do imovel….. em vez disso vemos imagens da brinquedoteca, salão gourmet, espaço fitiness, etc, etc, etc…. Espaços que nem ficarão como mostrado nas imagens e que muitas vezes nem serão usados…. e que so servem pra aumentar o valor do condominio…..
Quanto erro de português, hein?
“milhonários”, “rizíveis”, “ponte estraiada”…
É mesmo, parabéns, quer ser meu revisor ?
E isso aí, xará!
É que jeca não sabe escrever.
Engraçado foi o livro fotográfico “Rio nas alturas” sobre o arco da linha 1A: dizia que o arco simbolizava a expansão do metrô… Eu prefiro uma expansão real por baixo da terra mesmo. Pela Cruz Vermelha no caso.
Mas é triste não ter uma avenida que dê para passear apreciando a arquitetura. Dessa foto, hoje ainda dá para girar a vista e ter o conjunto, mas essa visada faz muita falta…
Eu acho que a Rio Branco seria maravilhosa se fosse como nessa foto.
O curioso é que o mesmo jornal O Globo fez campanha para demolir o palácio Monroe, havendo hoje uma praça feia no mesmo local.
Porra, falar que os bandeirantes eram portugueses é que é um absurdo. Até existiu um ou outro lusitano, mas a maioria deles era mestiça de índio com português, e paulista. Os paulistas é que descobriram ouro em Minas Gerais, qualquer historiador sabe disso. Aliás, se fosse diferente, não teria existido a Guerra dos Emboabas, onde paulistas lutaram contra portugueses.
Enfim, deve ser triste admitir, mas o RJ só se tornou capital por causa de SP.
Tem gente que é megalômana até no passado mais insignificante de determinados lugares, cuidado o estado de São Paulo pode ser engolido por um buraco negro, já que é o centro do universo….
Engraçado que paulista que é jeca, mas nunca vi uma coisa tão tosca EM TODO O BRASIL quanto a Estátua da Liberdade do New York City (nome nada jeca) e demais “atrações temáticas” da sofisticada Barra da Tijuca.
Aliás, falando em jequice, foi em São Paulo que ficaram “babando ovo” do Obama sem parar, né? 😉
Gabriel meu querido,
Percebo que vc não entende muito de Rio e de política, vamos por partes:
A Barra não é bem Rio de Janeiro, é algo meio misturado entre Brasília, Miami e São Paulo, mas Rio só o geograficamente.
Já Obama meu filho, o cara é o governante de Roma, sacou…
Adorei o site . Falando agora sobre o contexto da “conversa”, quando vi a reportagem no O Globo sobre a arquitetura medíocre mascarada pela beleza natural, pensei que fosse o único ou um dos poucos moradores do Rio que se importou. Realmente é uma revolta muito grande você ver essas fotos das decádas mais antigas e ver que a cidade só regrediu. Quanto aos paulistas de plantão, a cidade de São Paulo só na está infestada de favelas inseridas em meio ao espaço urbano por conta da própria geografia natural da cidade, e não por mérito dos governantes paulistas ou do próprio povo paulista, por trás dos luxuosos prédios e bairros do centro da cidade, está lá bem longe na periferia uma interminavél orda de miseraveis vivendo em moradias de papelão e aluminio .
Pessoal, adoro esse fotolog, mas vamos acordar. Rio teve sua boa época mas nunca foi Paris, e só agora o Brasil está virando um lugar decente. Só porque a cidade era mais bonita nessa época não quer dizer que tenha sido um lugar melhor pra viver, exceto se vc fazia parte dos 1% que realmente podiam curtir isso. O que temos hoje, de favelização, desordem, violência etc. também foi fruto exatamente desta época em que essa foto foi tirada, quando tínhamos instabilidade política, corrupção (certamente ainda maior), oligarquias, etc.