Hoje com uma foto do colaborador Alberto Bhenning já postada nos tempos do fotolog em 2004 fazemos um post duplo com o Carioca da Gema ( http://fotolog.terra.com.br/carioca_da_gema_2:234 )
A foto mostra o Alberto ainda criança numa praia de Ipanema muito diferente do que é hoje, reparem nas construções, na tranqüilidade e no urbanismo…
Do lado esquerdo do Alberto vemos a estátua do seu xará o Rei Alberto da Bélgica, cuja esta estátua é personagem de uma história muito interessante.
Originalmente, como vemos nas fotos do Carioca da Gema ele foi colocado alinhado com o canteiro central da Av. Atlântica de 1919, local este onde permaneceu, juntamente com o obelisco comemorativo da duplicação da avenida, um pouco mais a frente, até 1936 quando o canteiro central da Av. Atlântica foi removido.
Ele foi então transferido para o largo formado no encontro das ruas Rainha Elizabeth da Bélgica e Conselheiro Lafayette , ficando bem no meio do cruzamento, mas com aumento do tráfego no final dos anos 40 ele foi retirado e levado para orla de Ipanema onde ficou intinerante ao longo dos anos por pelo menos dois lugares no canteiro central, primeiramente foi para este ponto, perto do entroncameto com a Rua Francisco Otaviano, pouco depois com algumas mudanças viárias ele foi levado um pouco mais para o Leblon, na esquina com a Rua Teixeira de Mello. Com a reforma da orla nos anos 70, e a criação das dunas gramadas para evitar o parqueamento de carros fora das áreas delimitadas o pedestal foi quase todo encoberto pela terra, pois o monumento não foi elevado acompanhando a nova quota do solo, e assim ficou, até ser trasferido navamente, desta vez para próximo da Rua Joaquim Nabuco, por pouco tempo.
Carlos Drummond de Andrade nunca se conformou e aceitou a separação do Rei de sua Rainha, e sempre defendia em poemas, contos e matérias para jornais à volta da estátua para o largo, que inclusive o poeta chamava de seu, pois era ao lado de sua casa na Conselheiro Lafayette, inclusive tendo esse largo ganho dentre os boêmios e intelectuais de Ipanema o nome de “largo do Drummond”, como uma gozação afetiva com o poeta .
Após a morte do poeta a prefeitura resolveu oficializar o nome do largo passando a se chamar do Poeta e foi reurbanizado, acabando com o mar de asfalto e carros estacionados e ganhando jardins, árvores, calçadas com poemas de Drummond e o mais importante a volta do Rei para a sua Rainha .
Foto tirada pelo pai do Alberto, entre 1956 e 1958
Ipanema em seus anos gloriosos!
A história de Drumond é ótima.
Os vendedores de pipas e bolas, típicos deste canteiro de Ipanema, desapareceram faz tempo.
As construções da direita são inacreditáveis. Parecem casinhas suburbanas (bem, na verdade Ipanema é ou era subúrbio).
Adoro esta foto desde o tempo que foi publicada no fotolog.
As pipas e os brinquedos infláveis fazem parte da minha memória mais afetuosa.
Praticamente sumiu esse tipo de pipas da orla.
Só falta esclarecer como é que o Rei Alberto está a veranear aquí por essas bandas.
O trecho mostrado fica entre a Francisco Otaviano e Joaquim Nabuco?
Que lástima que quase tudo isso se foi e o pior, nada foi feito para evitar uma transformação muito rápida e agressiva nessa paisagem e na tranquilidade que ela nos propiciava.
Exato, esse é o trecho. As construções baixas na direita da foto eram do Colégio São Paulo, já a torre quadrada que está na direita da cabeça do Alberto era a do Castelinho, tão famoso.
É a primeira vez que vejo uma estátua que anda…
Contradição total.
O trecho entre Copa e Leblon nesta época devia aquilo que mais poderíamos chamar ser o paraíso na terra…
Bons tempos, outra época, outras pessoas, outro modo de viver
e conviver, família, amigos sinceros, poesia, respeito ,boa música etc etc…
Caro Andre: Há pessoas que não conseguem viver em harmonia, não conseguem debater assuntos tratados nesse excelente blog sem faltar com respeito e a ética. Portanto, simplesmente ignore-as .
Cumprimentos , Marco Antonio.
Derani, o Manequinho e o Pequeno Jornaleiro são exemplos de estátuas que “andaram” pelo Rio…
Não lembrava desta foto!!
Ótima postagem dupla. Confesso que acho que o busto do Rei Alberto deveria ter sido mantido na Atlantica pelos motivos que citei na minha postagem.
🙂
Hoje o busto estaria completamente perdido na Atlântica.