Nossas 3 imagens de hoje mostram o pequeno tumulto causado pela mudança da localização da feira livre, antes realizada na Rua Constante Ramos e que passava para a Rua Domingos Ferreira, infelizmente as imagens são de baixa resolução, mas mostram uma pequena amostra do cotidiano e o mais impressionante a limpeza física da cidade, espelhada em prédios, postes, calçadas etc….
A primeira imagem mostra um grupo de feirantes bem na esquina das ruas Constante Ramos e Domingos Ferreira conversando com um fiscal de posturas ou repórter. Ao fundo vemos a parte de trás do Cinema Rian em grande destaque, bem como o prédio de varandas abauladas que atravessa o quarteirão vindo da Av. Atlântica e que em sua loja abriga do Crack dos Galetos, a bela town house fazia parte da primeira geração de residências multifamiliares do bairro e foi demolida pouco depois, dando lugar a um impessoal edifício, do outro lado temos a Confeitaria Rian, até hoje no mesmo local. Reparamos que no meio da Rua Domingos Ferreira há uma obra da PDF, possivelmente na rede de drenagem.
Já nossa segunda imagem mostra uma aglomeração, vemos feirantes e agentes da PDF discutindo certamente as alterações, e logicamente não concordando, eles estão da frente do prédio de número 30 da Constante Ramos que possui uma forte influência art-déco em sua fachada e embasamento de granito negro e com as lojas de vitrines abauladas. Observamos que mesmo os feirantes se vestiam relativamente bem, e há um clima de respeito mútuo, não notamos nenhum sinal de enfrentamento, o que certamente ocorreria hoje.
Na nossa última imagem temos uma panorâmica da Constante Ramos, em direção a Av. Copacabana, a loja que aparece parcialmente na direita da imagem, com a bicicleta encostada, era a Casa Beatrice, comandada pela eslava Dona Anna que por muitos anos (desde meus bisavós) nos forneceu frios, pães integrais, mel, carnes para datas festivas como peru no Natal e Rosbife e Lombinho no Ano Novo, bem como saladas, salsichões etc… Um de seus funcionários, o Seu Pedro, até hoje atende os remanescentes da família no loja Empório do Trigo na Rua Anita Garibaldi. Vemos que a Constante Ramos era fartamente arborizada nesse trecho com algodoeiros de praia ou patas de vaca, retirados dos dois lados nos anos 60 para a criação de parqueamento a 90 graus dos dois lados da via. Chama a atenção a organização da feira, com os pertences dos feirantes guardados em caixas e os taboleiros desmontados por cima, vemos que as coisas andaram para trás nesse ponto. As calçadas não eram de pedras portuguesas mas sim de placas de cimento.