Monumento a Princesa Isabel, anos 60

Com o crescimento não só de Copacabana mas também de toda a região oceânica do Rio de Janeiro os velhos túneis de acesso não davam mais vazão, e como já falamos diversas vezes no site a velha rua Salvador Correia, sofreu um processo de “quadruplicação” como foi feito com o Túnel Novo e a Av. Lauro Sodré em Botafogo.
Dos diversos planos realizados desde os anos 30, possivelmente o que foi realizado foi o mais agressivo aos cofres públicos da cidade, com custosas desapropriações, notadamente em Copacabana já valorizadíssima e verticalizada nos anos 50.
A obra de construção da nova avenida, batizada de Princesa Isabel foi empacando a partir do cruzamento com a Av. Ministro Viveiros de Castro, onde começavam os primeiros prédios de apartamentos e parou de vez no quarteirão entre as avenidas Atlântica e Copacabana, havia 03 prédios, entre eles o famoso Vogue. Somente com o incêndio deste é que se “tomou coragem” para continuar as obras até o mar, mesmo assim com uma demora de mais seis anos da destruição do hotel para a demolição total do último prédio, o Ed. Edmundo Xavier, como vemos neste post ( http://www.rioquepassou.com.br/2009/12/03/ ).
Com a nova avenida concluída foi decidido a construção de um monumento para a homenageada da via, a proclamadora da Lei Áurea. Foi então executado um monumento em estilo modernista bem no entroncamento da praia, de autoria de Miguel Pastor.
O monumento era constituído de um obelisco assentado em uma base quadrada de mármore, que abrigava um pequeno espelho d’água, a Princesa era representada por uma imagem em alto-relevo sustentada por uma estrutura metálica que contornava um dos lados do munumento com uma clara aparência de prisão, possivelmente esta a intensão do autor.
Mas como nós já estamos cansados de saber o Rio é uma cidade onde os monumentos andam, trocam de bairros e até mesmo de regiões. No caso deste ele andou tanto que se perdeu, tendo sido removido (demolido) na reforma que a avenida sofreu no início dos anos 70, e sumiu sem deixar vestígios.
Já no séc XXI, como parte do feioso projeto Rio Cidade de Copacabana foi colocada uma nova estátua da princesa, infelizmente convencional e de gosto duvidoso, sendo apelidada de “Dona Benta”. Aliás a Av. Princesa Isabel é uma avenida que homenageia estórias, pois se temos uma personagem de Monteiro Lobato junto ao mar, temos uma homenagem a um personagem de Bob Kane no seu final, pois a estátua que homenageia Braguinha, é também maldosamente apelidada, de “Coringa”.
Nas duas fotos mostradas vemos a construção do monumento, inserido num ambiente urbano improvisado, com ausência toral de iluminação pública na pista que desce para a praia, o sinal dependurado num poste pré-moldado e a luminária da Av. Atlântica quase solta do solo, por ter sido assentada de qualquer maneira. Ao fundo os quitinetes sobem….

11 comentários em “Monumento a Princesa Isabel, anos 60”

  1. Belo registro, nunca tinha visto essas fotos.
    O monumento antigo era muito mais bonito, sem dúvida.
    Por falar em arranha-céus, o novo projeto de gabarito da Barra vai piorar ainda mais aquela estranha região.

  2. Não me lembrava deste monumento. Lembro sim de um chafariz que ficava na esquina com a Av. N.S. de Copacabana. À esquerda aqueles prédios estranhos que ficam de lado para a Princesa Isabel e que ainda existem.
    Belas fotos e inéditas para mim.

    1. Oswaldo,
      Os prédios à esquerda não foram projetados para parecerem estranhos, o que ocorre é quando foram construídos havia construções a seu lado. Quando da demolição dos mesmos passaram a ficar estranhos.

  3. Como se chamavam mesmo os quarto-sala de Copacabana? era um nome gozado… Escutei uma vez e me esqueci. Muito obrigado.

  4. Obrigado mais uma vez pelo registro. Pobre Princesa Isabel, “desomenageada” com a rua mais feia e desalmada do bairro, verdadeira Presidente Vargas da Zona Sul.

Deixe um comentário para Victor Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

9 + 1 =