Disney no Rio

Fazemos companhia ao enigmático AD mostrando uma das fotos da série produzida pela Revista Life sobre a visita de Walt Disney ao Rio de Janeiro, em 1941 como parte da Política de Boa Vizinhança implementada pelo governo Roosevelt, onde tentava voltar a fechar laços com os vizinhos americanos. Laços estes afrouxados no período pós crash, onde os EUA praticaram uma política isolacionista, de costas para o resto do mundo.
Essa imagem é uma das minhas preferidas, apesar de Disney não estar na imagem vemos alguns membros de sua equipe aproveitando a praia de Copacabana, prtaticamente na frente do Copa e dos restos do Morro do Inhangá, já bastante desbastado para abrir espaço para o bairro que crescia, mas sem os outdoors que a esconderiam poucos anos para a frente.
Vemos que o hotel Windsor ainda não havia sido construído estando a pedra presente da esquina da Rua Fernando Mendes até a piscina do Copa.
Por de trás vemos o homogêneo conjunto déco do lado impar  da Fernando Mendes, vemos em destaque os edifícios Labourdette bem na esquina da praia e logo após o Ed. Brasil e um pedacinho do Ed. Amazonas. Todos com suas varandas abertas e a volumetria original das fachadas projetadas por gente muito boa como Robert Prentice.
Junto a barraca vemos uma das saídas de galerias pluviais, projetadas em 1919 nos anos 50 pontilharam a praia de linguas negras, muitas vezes apenas com a poluição moderna, que os engenheiros dos anos não imaginavam existir. Esse problema só foi resolvido, quanto as águas pluviais, no governo Lacerda, onde foi construída uma galeria de cintura para todos os bueiros de Copacabana. Galeria esta que funciona até hoje conectada ao interceptor oceânico. Mas que não foi projetada para outra moderna poluição a ocupação irregular dos morros do bairro. Quando o volume de chuva é muito forte comportas com a função de protejer o bombeamento do interceptor se fecham e em pelo menos três pontos da orla, junto a favelas as linguas negras voltam com força.

8 comentários em “Disney no Rio”

  1. A integração deles com a cidade foi total! Coisa impensável hoje em dia. Decourt, as saídas de galerias pluviais eram chamadas à época de “boca do esgoto” mesmo e a língua negra de “esgoto”. O que saía por ali era, também, o que entrava pelos vasos sanitários.

  2. As línguas negras, na verdade, eram amareladas e quentes. Quando se caminhava pela beira da praia e não dava para pular, devido à largura, era uma sensação ruim.
    A faixa de areia aí na foto devia estar bem estreita pois as barracas estão armadas quase junto à calçada.
    A pedra do Inhangá ainda ficava quase à beira-mar e não escondida por prédios.
    Boa foto.

  3. Belas pernas, a da mulher deitada sob o guarda-sol, apesar do maiô ultra-bem-comportado…
    Que era usado, também, pelas duas mulheres em pé, na areia, uma das quais, de óculos escuros e de frente, parece jogar algo para o ar. Frescobol não era, pois lhe faltava a raquete! Será peteca, mais condizente com a época? Puxa… peteca… caiu mesmo no esquecimento…
    Que carro será aquele, próximo ao poste de luz?
    Será um Buick?

  4. Quase setenta anos dépois e ainda tenho a sensação de que podemos encontrar estas pessoas na próxima ida à praia ou em alguma esquina do Rio. Impresionante a qualidade das fotos.
    E parece que os problemas são sempre os mesmos, só que vão crescendo junto com a cidade.

  5. Prezado Luiz,
    Não vamos deixar a peteca cair…
    Mas eu não consegui vê-la, perto da moça de branco, junto ao poste…
    Esforcei-me, mesmo, mas não vi…
    Você sabe que carro é aquele?
    Lembro de vários, em minha infância, muitos dirigidos por motoristas de praça, geralmente portugueses, com camisa cáqui e gravata preta (era assim o uniforme…).
    Naquela época, os táxis eram todos pintados de preto.
    Recordo dos maravilhosos Cadillacs, dos Mercurys, dos Packards, dos Hudsons, dos Oldsmobiles, até dos Citröens…
    Será que, aquele ali, é um Buick?
    Creio que sim… Mas não tenho certeza…

  6. Muito legal o site! Parabéns a todos pela dedicação à memória do bairro mais famoso do Brasil.
    Paleo visto o fato da marca da revista LIFE estar invertida não encomodou os colegas, visto os comentários da posição dos predios.
    Será que eles publicaram ela invertida?

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