Vista aérea de Copacabana, início dos anos 50

Nessa aérea de Copacabana, enviada pelo amigo Carlos Ponce de Leon  Paiva, mostramos o bairro em pleno processo predatório pela especulação imobiliária, que deveria ter sido freiado no máximo nessa época, quando os principais problemas do bairro ainda não tinham se vulgarizado, o kitchinette e os edifícios colados nas divisas, tanto laterais como traseiras produzindo cánions sem luz nem ventilação.
A imagem mostra que embora já tivéssemos muitos prédios o número de casas nos quarteirões internos era muito grande, há quarteirões inteiros só de casas.  Os prédios que embora ocupando o terreno até as divisas laterais não tinham ganho a compania de outros também colados, ou seja, o bairro ainda respirava livremente.
A foto também nos mostra a baixíssima devastação provocada pela Favela do Pavãozinho, onde vemos os barracos no meio da encosta por cima das casas da Rua Saint Romain. Hoje a favela fagocitou todo o morro, bem como a ladeira que lhe dá acesso, chegando praticamente ao asfalto, por de trás do Ed. Líbano, que aliás foi praticamente soterrado, no temporal da semana passada, pelo lixo jogado durante anos pela “ordeira e asseada comunidade“, não obstante as reclamações dos pagadores de impostos vizinhos a ela, que não foram ouvidas pelos ouvidos moucos das administrações municipais, mais interessadas na cultura do barraco e do voto fácil.
Se a especulação imobiliária tivesse parado por aí, sendo criada uma legislação que só permitisse prédios de mais de 5 pavimentos descolados das divisas, e com afastamento progressivo. Tendo também a limitação de prédios altos perto de encostas ou em vias estreitas o bairro hoje seria outro, talvez não tão folclórico, mas com um urbanismo mais humano.

6 comentários em “Vista aérea de Copacabana, início dos anos 50”

  1. A imagem que tenho na cabeça dos anos 50 é de centenas de tapumes de obras por toda a nossa vizinhança em Copacabana.
    Todo dia, às 7 horas da manhã, ouviam-se dezenas de batidas de ferro com ferro, o sinal para começar o trabalho nas obras. Aí eram caminhões com areia, pedra e tijolos sendo descarregados, mistura de cimento e água sendo feita na calçada e transportada em carrinhos de mãos, centenas de “paraíbas” com seus “emplastros de sabiá” trabalhando até as 11 horas, parando para almoçar das 11 às 12 e voltando ao batente até as 16/17 horas.
    Nos finais de semana saiam para namorar as empregadas domésticas na Praça Serzedelo Correa ou no Bairro Peixoto.

  2. Restam tão poucas casas em Copacabana! Tenho loucura para as conhecer por dentro, he, he, especialmente uma que fica na Rua Sousa Lima, outra que fica na Xavier da Silveira em frente ao Colégio Mallet Soares, e a famosa Casa de Pedra, na Avenida Atlântica. Ah, tem também uma na Rua Barata Ribeiro, se não me engano, vizinha de um pet-shop chamado Cãopacabana. Quanto tempo resistirão? Alguém sabe se são tombadas? E o Consulado da Áustria, será que vai virar outro arranha-céu? Devo ter visto muitas outras casas darem lugar a prédios, mas quando moleque, não reparava muito nessas coisas. As três lembranças maiores que tenho são (mas sem lembrar do que havia antes no local, no caso do hotel) a construção do Rio Othon Palace, o estado de abandono da casa onde hoje é a Help, e a casa que deu lugar ao Sesc, na Domingos Ferreira.

  3. Vendo a foto aérea de Copa nos 50,me lembrei da antiga e grande “casa de pedras”,que ficava no 2600 da av Atlântica.Era uma das mais bonitas,demolida em 1986,deu lugar ao hotel Marriot.Alguém tem uma foto desta imponente residência?

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