Temos hoje um tardio post duplo com o Saudades do Rio – O Clone, que postou na última sexta feira, um recorte de publicação, reportando a inauguração do primeiro trecho da nova Avenida Radial Oeste: http://fotolog.terra.com.br/sdorio:1532
A foto postada por AD, é chocante e esclarecedora, pois mostra a novíssima avenida, com só uma pista cruzando a enorme Favela do Esqueleto, uma das maiores da cidade à época.
Muitos pensam que a avenida é projeto recente, mas ela é tão velha quanto ao Túnel Santa Bárbara, remontando ao anos 20 e ao Plano Agache. Na realidade a Radial-Oeste faz parte de um sistema viário, incompleto até hoje, e com poucas chances de ser realizado, de uma grande avenida ligando a velha Alfândega até o Meier, margenado as linhas da Central e com uma grande estação na Praça da Bandeira, unindo todas as ferrovias da cidade e retirando do Centro, pátios de manobra e trilhos, abrindo assim mais terrenos para urbanização.
Mas dessa grande e imaginada avenida o único trecho pronto, como mais ou menos imaginado foi a Pres. Vargas.
Mas como ocorrido com a Av. Brasil, a cidade precisava de uma via e caráter análogo, de penetração rápida aos subúrbios da Central, como ela foi aos subúrbios da Leopoldina.
Nos anos 50, as desapropriações para a abertura da nova via começaram, mas as dificuladades orçamentárias da enfraquecida PDF, faziam a obra se arrastar. Na administração Dulcídio Cardoso, inclusive foi criado um órgão especial para comandar as obras, o STEARO ( Serviço Técnico da Av. Radial Oeste), que começou somente em 1955 a abrir o primeiro trecho, junto ao Maracanã, com demoradas demolições, construindo um trecho desconectado do resto do sistema viário da cidade.
Mas, só com a criação da SURSAN, a super autarquia, criada por Negrão de Lima, ainda no DF que a obra começou a andar de fato, com complexas obras de engenharia, como a retificação da calha do Rio Maracanã.
Mas foi com o Governo Lacerda que as obras realmente progrediram, como mostra o post de AD, a ligação Praça da Bandeira-São Francisco Xavier foi finalmente estabelecida e a SURSAN pretendia continuar as obras, retificando vias criando um largo corredor paralelo a Av. 24 de Maio. Que podemos perceber no primeiro trecho da Av. Marechal Rondon, além de conjunto de viadutos, que começaram a ser executados, novamente com custosas desapropriações no governo seguinte, de Negrão de Lima.
Mas as custosas desapropriações numa ainda valorizada região suburbana paralizou a abertura desta nova avenida às portas do Meier, já nos anos 70, sendo o resto do trajeto feito com simples alargamentos e abertura de algumas comunicações entre vias. Mas longe de um traçado retilíneo como era pretendido.
Nossa foto de hoje mostra o alargamento do primeiro trecho da Av. Radial Oeste, da Praça da Bandeira até São Francisco Xavier, feito na última administração da Guanabara, de Chagas Freitas, que terminava também, os dois sistemas de viadutos desta parte da via de penetração . O Tijuca- São Cristóvão, hoje tendo o principal viaduto o Oduvaldo Cozzi, que complementa o velho viaduto de São Cristóvão. E o sistema Vila Isabel- Benfica, com o viaduto da Mangueira, que viria auxiliar o Viaduto Anna Neri.
Estamos curiosamente na altura da primeira parte aberta da avenida, junto a Maracanã, um pouco mais à frente a velha passarela que servia a estação Derby Club, bem modificada quando a construção da Linha 2 do Metrô, vemos os postes curvos de 9 metros já com luminárias de mercúrio, no lugar das fluorescentes da época da inauguração da via, no governo Lacerda
De lá para cá, nada foi feito, apenas a eliminação de uma travessia de pedestres.
A foto por ser de má qualidade não permitiu a ampliação em máxima resolução.