O fotógrafo da Life, no topo do mirante do Zig-Zag mostra o bairro do Leblon, já bem ocupado a época nas quadras perto da orla.
A imagem nos mostra um bairro bem horizontal, com casas e prédios baixos, embora nessa época, como também em Ipanema já havia a diretriz de prédios de 8 andares em vias principais, no caso do leblon da Bartolomeu Mitre e Ataulfo de Paiva. Em Ipanema venos várias dessas construções nos eixos da Prudente de Morais e Visconde de Pirajá.
Ao contrário de hoje, eram bairros mais baratos de se morar que os outros da Z. Sul litorânea, e muito tranquilos, atraindo moradores que saiam das regiões do grande Meier, imigrantes de classe média recém chegados, brasileiros que migravam para o Rio e também jovens casais oriundos de outros bairros da Z. Sul e Centro que achavam grande oferta de apartamentos, de todos os tipos e metragens em prédios simples, sem elevador, para alugar ou comprar. Normalmente construídos pelos proprietários dos terrenos por intermédio pequenas construtoras, que se especializavam nesse tipo de construção, como a Penna&Franca.
As pistas recém refeitas da orla do Leblon, destruídas no início dos anos 30 por violenta ressaca, e reconstruídas com muralha e quebra mar junto a areia e com as pistas revestidas com a nova tecnologia para estradas de rolagem, as placas de concreto. Técnica que foi muito usada nos anos 40 e 50 pelo DER-DF, chamam a atenção, para os que não sabem esse concreto ainda está debaixo do asfalto em grande parte da pista rumo a Ipanema e em toda no sentido Niemeyer.
Chamam a atenção pequenos detalhes, como a presença do Cinema Miramar, abrigo do guarda de transito, na frente do Hotel Leblon e no fundo da imagem a verticalização de Copacabana que já preenche o horizonte com prédios de 10 e 12 pavimentos.
Caramba, já estava ocupado assim nos anos 30? Lembro de uma foto dos anos 40 que mostrava a região da Dias Ferreira onde havia a Escola Americana, que parecia uma área rural.
Nessa época o Bairro Peixoto ainda era uma chácara em plena Copacabana, e a Gal. Glicério abrigava uma tecelagem.
André,
Me chamou atenção a presença do Cinema Miramar. Ele foi inaugurado em 1951, o que mostra que a foto, na realidade foi feita nos anos 50.
Vc está certo, aliás os postes que eu pensava ainda serem de barbará, já são os de concreto, por algum efeito da foto ficaram pretos
Já corrigi a data
Ok! ok!
Sou surbubano e não conheço muito a zona sul!
Onde fica o topo do mirante do Zig-Zag?
Ainda existe ou está cercado pelos barracos?
abraços
Não está cercado por barracos, mas há a favela da Chácara do Céu que está chegando lá. A estrada de acesso ao mirante é uma entrada desta famigerada favela que, de vez em quando, atinge o Leblon com balas perdidas.
Se quiser arriscar, pegue a Avenida Visconde de Albuquerque, e entre à direita na última rua perpendicular antes da praia. Boa sorte!
O Zig Zag faz parte hoje do Parque Penhasco Dois Irmãos e teve sua estrada construída, ao meu ver, para a construção e um loteamento como Jardim Pernambuco, Joá, Iposeira etc… Por muito sorte não se favelizou porque toda a área foi comprado por um único empresário que queria fazer um hotel.
Hoje sofre pressão da Favela da Chácara do Céu que tenta se expandir rumo ao leblon.
O Vidigal era muito parecido, construído também para ser um loteamento, mas foi invadido e a ação possessória durou décadas até que o caudilho de termo de posse a parte da favela.
Menos Ricardo, Menos…..
Eu estava achando também que fosse por essa época.
Os prédios de 4 ou 5 andares na orla e os outros, mais altos no interior do bairro, demostram isto.
A distância do Centro e a dificuldade de transporte eram os principais motivos para que, na época, o custo do solo no Leblon ser mais baixo que os dos outros bairros da orla do Rio de Janeiro. Outro fator de desvalorização era a presença de favelas ocupando aproximadamente 20% de sua área, o que tornavam seus arredores perigosos, para os padrões da época.
Isso era o fim do mundo.
Ainda peguei muito deste aspecto no Leblon. Era uma maravilha ir no Miramar e voltar andando a pé para Ipanema. Perigo = zero!
Estudei de 1954 a 1964 no Colégio S.Agostinho no Leblon. Morava na Lagoa, próximo à igreja S.Margarida e,no começo, ia de ônibus escolar, depois passei a ir de bonde, com um grupo de colegas e era a maior farra. Por fim ia de 157.
O bonde fazia a volta no Bar 20.Ia e voltava pela Ataulfo de Paiva.Todos os prédios eram de 2 andares parecidos com aqueles que ainda existem próximo ao cinema Leblon.Bons tempos!
Valeu pelos comentários!
André,
como essa foto foi no dia de Tiradentes. vc não tem uma foto antiga da praça Tiradentes para colocar?
abraços