Rua Euclides da Rocha, altura do número 450

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Nossa imagem volta aos anos 40, mostrando a mais nova praça de guerra de nossa cidade, a região do Vale dos Morros S. João/Cabritos.
Em pouco mais de 40 anos a região se transformou radicalmente, tendo sido as encostas ocupadas criminosamente nos últimos 20 anos com o aval do poder público.
Registros de favela no local datam de pelo menos 1912, onde o jornal O Copacabana relatava agruras de moradores de precários casebres na Rua Villa Rica. Sendo a região no topo dos morros, a mais antiga a ser ocupada em Copacabana por ser um dos únicos caminhos ao areal, habitada  por uma grande variedade de moradores de classe sociais diversas.
De negos libertos, passando por taifeiros e veteranos da Marinha, que tinha lá um grande unidade de saúde, embrião do atual hospital Marcílio Dias, imigrantes portugueses e açorianos, e moradores, na Tabajaras, das classes média e alta. Como o exemplo do grande pintor Eliseu Visconti que morava em uma casa na esquina da Tabajaras com Travessa Santa Margarida.
Porém, a partir dos anos 70 a favela, com outras diversas começou a crescer, mas quase não era vista do asfalto e provocava danos mínimos às matas. Porém do final dos anos 80 e principalmente nos 90 a favela, se transformou num pequeno complexo, dobrando o morro dos Cabritos, ganhando duas ramificações em Botafogo e invadindo espaços que há 8 anos atrás eram mata. Como sempre a velocidade das construções e o tipo, como o prédio de 9 andares na boca do Túnel Velho indicam que há um forte poder econômico que usa da falta de pulso estatal e da mentalidade distorcida dos órgãos de comunicação para investir pesadamente sobre a édige do “coitadinho”.
O que falar então do crime no local, até os anos 80 o tráfico era feito por um morador da área, que não fazia questão de alarde, e mantinha fortes vínculos com toda a região, não se ouvia tiros e podia subir a Tabajaras para soltar pipa ou ver as ruínas do hospital da marinha sem ver nenhum sinal de “movimento”. Instituições de caridade portuguesa inclusive mantinham um grande asilo, hoje fechado em plena Euclides da Rocha. Como também era fortíssima a colônia lusa no topo do morro.
Mas com o socialismo moreno, o antigo revendedor de drogas foi preso pela polícia, comprando carne em um açougue da Rua Barata Ribeiro,  o morro foi entregue a uma das queridas facções do então governador, se transformando a favela, ainda pequena, no principal playground de uma filha.
O resultado está aí, tiros disparados por todos os bairros vizinhos, culminando com uma intensa troca de tiros em plena Rua Santa Clara, uma das mais movimentadas do bairro as 18:40 da tarde, colhendo contribuintes chegando em casa, pegando os filhos nas creches vizinhas ou se dirigindo para outros bairros. Sem contar com as centenas de estrangeiros nos dois hotéis vizinhos e nos inúmeros albergues da região.
O que falar ainda de só os traficantes invasores serem presos e mortos, cadê os ocupantes do morro, não seria hora de impor a eles pesadas baixas ??? Ou será que há um acordo de cavalheiros, já que toda a cúpula do Morro D. Marta, aquele que ganhou wi-fi e é propaganda política do PMDB está refugiada na Tabajaras, compensação por perdas financeiras ????
Com a palavra o governador sorridente e seu bobo da corte que não consegue derrubar um só prédio na Rocinha.

28 comentários em “Rua Euclides da Rocha, altura do número 450”

  1. André,
    realmente é uma grande tristeza!
    tudo é feito pensando nas eleições futuras!
    dão total aval para criação de currais eleitorais, é assim que funciona o pensamentos dos políticos!
    tenho umas 4 fotos antigas que gostaria de mandar para vc, mas nao tenho scanner!
    mais vou dar um jeito!
    abraços

    1. Oi ricardo como vai?
      meu nome é Junior sou morador da comunidade Morro dos Cabritos, sou estudante de história e gostaria de saber se você me mandaria tb essas fotos, Por gentileza.
      Att: Junior obrigado.
      – Email [email protected] facebook: simonides almeida junior

  2. É isso aí. Muito ainda há que ser feito para podermos começar a levar isso à sério. Por enquanto é ver para crer. Também é verdade que é impossível lutar em todas as frentes ao mesmo tempo. A zona é muito grande e os interesses políticos e financeiros são enormes.

  3. Uma coisa que eu não entendo é como a favela, que a rigor é minoria na cidade, consegue tanto poder junto ao governo. Afinal, o poder do voto da cidade organizada não é maior que o do crime? Também não existiriam “forças ocultas” que teriam interesse no fim das favelas? Por exemplo, a sopa de letrinhas não adoraria fazer condomínios de luxo nas encostas da Euclides da Rocha e do Cantagalo?

  4. Mais uma zona de guerra na cidade, com os “coitadinhos”, passantes e classe média encurralada no meio do fogo cruzado, para a alegria dos noticiários que “denunciam” mas não cobram providências, tendo assim um estoque bom de material pra não dar trabalho de cavar notícia e os políticos oportunidade de aparecer na mídia.
    E assim “la nave va”…

  5. Ontem fiquei bloqueado na Toneleros, ouvindo os tiros, por volta do horário citado pelo Andre, quando a batalha perto da Rua Lacerda Coutinho e da Rua Santa Clara fecharam o trânsito.
    Tive que ir pela contra-mão da Anita Garibaldi para escapar – um absurdo – mas era um “salve-se quem e como puder”.
    Concordo com a observação acima: e por que não invadir o morro e prender também os traficantes locais? Não é possível que não haja logística para isso.
    Mas, por outro lado, onde os consumidores de droga vão se abastecer?
    Onde os que achacam os vendedores de droga vão conseguir seu dinheiro?
    Onde os políticos vão conseguir seus votos?

  6. André,
    Esse trecho que aparece na foto seria parelelo à rua S.Clara?
    Também parece não ter casas de bom padrão.

      1. Não seria ao contrário? O carro está na Tabajaras e ao fundo a Euclides da Rocha? Digo isso porque a rua ao fundo não parece estar subindo, e há também uma escadaria ou algo parecido (na altura da cabeça do sujeito) que poderia ser aquela que sai no larguinho do alto da Santa Clara.

        1. A Tabajaras também sobe, e há pequenas escadas que descem entre os prédios da região da praça Vereador Rocha Leão, se fosse ao inverso teríamos duas ruas, pois a Euclides da Rocha na altura da escada se desmembra na via principal e numa pequena travessa, além disso o morro ali é muito baixo, do lado oposto onde hoje a favela dá a volta para a lagoa é bem alto

  7. Não votei no “bobo da corte” como alguns sabem, mas usar os fatos desta semana como revanchismo é um pouco demais. Quando os tiroteios são na ZN ou ZO, cadê as reações de horror da “sociedade”? Vamos parar com hipocrisia pois o problema é da cidade toda! Se o “bobo da corte” não consegue derrubar um prédio na Rocinha, é por causa de juízas de plantão ou desembargadores que dão liminares na madrugada, escritas de próprio punho. Agora, um advogado incitar desobediência a uma ordem da Justiça, para mim é novidade. A OAB recriminou o confronto que resultou em 5 “supostos” traficantes mortos. Será que é medo da clientela diminuir?

    1. Augusto, nesse espaço aqui sempre se protestou contra o abandono dos subúrbios, a favelização de bairros outrora prósperos como Ramos e Bonsucesso e o escalabro que é o Alemão.
      O bobo da corte que aliás como o governador está viajando, derrubou com ação judicial em curso uma varanda de um bar relativamente perto da Rocinha, com grande estardalhaço e prisões. Medidas iguais para todos

      1. André, não é meu interesse começar uma discussão ideológica, mas me dá raiva ver pessoas alienadas da Zona Sul (você sabe que elas existem) começarem a pregar calote no IPTU por causa de um tiroteio. Eu sei que a esculhambação começou com a saída da capital federal para aquela “Ilha da Fantasia” no meio do cerrado, onde foram enterrados bilhões de dólares na década de 50, foi piorada com o (des)governo do engenheiro, que proibia a Polícia de subir os morros para não prejudicar os vícios da filha. Quando começou a demolição do Minhocão da Rocinha, a claque começou a aplaudir ironicamente os funcionários da prefeitura e a gritar “Gabeira, Gabeira”. Eu sou completamente contra essa palhaçada de campanha Rio 2016, que só serve a interesses globais e de políticos que não têm vergonha na cara.

  8. Caro Amigo, sr. André, tenho motivos para acreditar que o sujeito ao lado de um carro antigo, na rua Euclides da Rocha é meu pai. Infelizmente, não consegui copiar a foto do blog (sovre o Morro dos Cabritos) de meu irmão Renato. Será que o sr não pode enviá-la para meu email? Agradeço qualquer resposta” NATO AZEVEDO (Ananinndeua, Pará)

  9. Rapaz, li com prazer (?!) os xomentários todos, creio que meu irmão não os lleu, pois rasga elogios ao Brizola, salvo engano escrachado aqui nno seu site. Mas vivi – se se pode chammar de vida a sobrevivência nos Morros — até dezembro de 1983 no Morro dos Cabritos e posso conntar algumas coisas desse tempo.
    A expressãoo “coitadinhos” é extremamente innjusta com os favelados, que têm uma vida infernal, vivendo a maior parte do dia em casas de madame confortáveis e comm tudo e voltanndo depois para baracos miseráveis, cheioos de goteiras e poeira. Sobreviver nesse impasse sem enlouquecer é um ato de heroísmo… o discurso de “coitadinhos” serve aos políticos, essa raça de parasitas insensíveis. ACABAR COM OS BANDIDOS dos mmorros é o sonho de qualquer favelado, apenas a garotada metida com o tráfico apoia a bandiodagem. (Talvez, nos últimos anos, essa visão tenha mudado.) Também tenho fotos antigas do Morro, boa parte está no blog de meu irmão MORRO DOS CABRITOS.blogspot.com e posso lhe enviar,, caso interesse. Mas, não tenho a menor dúvida… o motorista do carro é mesmo meu pai, que adorava um óculos rayban, está vivo, com 95 anos, lépido e faceiro e mmora no Catete, num prédio antigo, númmero 226 ou 236, quinto andar, eu acho. Chama–se João Palmas Azevedo…. quem sabe êle não tenha outras fotos, adorava fotografae, tinha uma LEICA eu acho, aquelas com 2 lentes sobrepostas e fimes 6 x 6.

  10. Oi Nato Azevedo
    meu nome é Junior sou morador do Morro dos Cabritos e estudante de história.
    Gostaria de saber se você poderia me fornecer algumas fotos antigas da comunidade e sobre seu pai ele está bem, você sabe se ele possui imagens antigas tb . Ele deve conhecer muitas histórias sobre a comunidade?
    Se tiver como me for esse material as fotos. Gostaria muito de conhecer seu pai e saber sobre as histórias.
    Obrigado att Junior.

  11. Desculpe mas, a foto é mesmo da rua Euclides da rocha e por incrível que pareça o carro está descendo pois como é uma rua sem saída para veículos, é necessário fazer manobra pra retornar a Botafogo ou Copacabana. A rua faz uma parábola horizontal. Por ser muito antiga o que aparece no fundo é uma mata que existia no final da rua Santa Clara, e o morro São João que na época era pouco habitado. O senhor da foto chamasse Sr. Armando, dono desse carro da marca Volvo .

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