Estamos de volta do período de inatividade, com pelo menos nosso arquivo impresso disponível. Por isso começaremos com fotos enviadas pelo amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva.
O Carlos como aliás todos nós, está explorando à exaustão os maravilhosos arquivos da Life, abertos recentemente, e mandou esses dois literais petardos, aguardando a minha confirmação.
De fato nosso engomadinho visitante está aproveitando momentos de ócio na maravilhosa Casa Martinelli em fotos coloridas que mostram um pouco da opulência arquitetônica de Antônio Virzi, um dos mais fantásticos arquitetos que andaram por essas terras.
A casa construída anos antes seguindo projeto do arquiteto alemão Driendl para o banqueiro Custódio D’Almeida Magalhães, foi reformada a fundo por Virzi a mando do seu novo proprietário o Comendador Martinelli em 1919.
Da casa original pouco sobrou, sendo coberta por uma casca de estuque e fer-forgè que alteraram completamente todo o estilo original da construção, num monumento a volúpia.
Todos os espaços entre o teto e as paredes foram preenchidos com relevos de estuque formando estalactites góticas, além dos tetos completamente ornados, lustres exclusivos, claraboias e janelas e escadas com intensos trabalhos de serralheria que muitas vezes remetiam as gelosias do séc. XVIII.
Na primeira foto nosso engravatado modelo se encontra na varanda frontal, mais à frente a Av. Oswaldo Cruz, reparem na complexidade do estuque acima das colunas, que fecha visualmente o ambiente quanto mais se chega perto do teto.
Já na segunda imagem, o engravatado aparentemente está ou no vestíbulo ou no salão de festas da Casa Martinelli, o ambiente sintetiza o que era Virzi, o teto carregado de ornamentos, colunas totalmente desenhadas e como de costume alguma estranha figura humanoide, como a gárgula que sustenta o teto em primeiro plano.
Infelizmente a Casa Martinelli foi ao chão na segunda metade dos anos 70, como outras construções do arquiteto, com o Elixir Nogueira menos de 3 anos antes, mesmo sob protestos.