O fotógrafo da revista Life, John Phillips, continua praticando seus atos de “espionagem” contra locais de interesse do eixo em 1939.
Além de fotografar a sede do Banco Transatlântico Alemão, que mostramos na sexta passada, agora nosso homem das lentes fotografa em plena Av. Rio Branco a luxuosa loja do Sindicato Condor; que ficava no prédio de outra empresa do Eixo, a Assicurazioni Generali. Instalada em moderníssima sede, inaugurada há menos de um ano no lugar do prédio do Jornal O Paiz, destruído em 1930.
Nas fotos de Phillips se deixava patente ao americano médio, certamente o destino da reportagem, que os interesses econômicos do inimigo da Inglaterra e futuro americano estavam se enraizando mais próximo que eles poderiam imaginar, e o Brasil em pleno totalitarismo do Estado Novo era um país influenciável ao facismo.
Saindo das conjecturas histórico-políticas vamos falar da cidade, vemos como a agência do Sindicato Condor era moderna, com amplas vitrines onde além de posters de destinos e viagens, se dependuravam modelos de hidros e aviões de solo, mostrando a tecnologia da aviação germânica. No letreiro uma inspiração Bauhaus, letras elegantes, que em poucas informações transmitiam o que se negociava na loja.
Com a Guerra os ativos da Generali foram congelados, passando a ser administrados pelo governo brasileiro e o Sindicato Condor encampado e nacionalizado, se transformando na hoje desaparecida Cruzeiro do Sul.
Na paz, as duas empresas voltaram a atuar no Brasil, a Generali em sua sede, onde está até hoje, no mesmo prédio profundamente modernizado e a Lufthansa como a empresa aérea alemã. Que por décadas teve nas suas lojas na Av. Rio Branco demonstração de extrema elegância comercial. Como na última loja, no ed. Avenida Central, bem na esquina com S. José, onde a sofisticada loja, sempre com uma enorme maquete do último jato da empresa chamava a atenção de todas as crianças e de muitos marmanjos. No lugar dela atualmente, corroborando a decadência do endereço, uma drogaria.