Semana passada foi noticiado nos jornais que finalmente o TJ-RJ ganhou a queda de braço que fazia com determinados setores da prefeitura e finalmente conseguirá construir mais prédios modernos no entorno da abandonada Praça dos Espedicionários, marco de onde ficava o “Castelo” do Morro do Descanso e nas margens do bairro mais antigo da cidade, hoje praticamente desaparecido.
Alguns frequentadores do site pediram que fosse dado um repeteco, já que estamos ainda nas reprises, sobre uma série feita em 2006 sobre o bairro, com mapas e fotos aéreas. Estou então colocando a série e em seguida começaremos com o material inédito novamente.
Na foto de hoje, embora com péssima nitidez, vemos o início das transformações no Largo do Moura.
O prédio escuro que vemos à esquerda da foto é o Regimento do Moura, que já começa a ficar destacado em relação ao espaço conquistado pelas demolições, ao seu lado aparentemente um pedaço do quarteirão entre o Largo do Moura, as ruas de D. Manuel e Clapp (antiga Fresca) e o Beco do Guindaste já havia desaparecido, mas pelos mapas isso não deveria acontecer, mas é bem possível esse expediente ter sido usado para aumentar a área do Largo, que certamente ficaria muito pequena com o enorme mercado.
Infelizmente as minhas outras fotos são pouco elucidativas, lembrando que em menos de 15 anos a região próxima ao mercado seria totalmente modificada com a construção de pavilhões da Expo de 1922.
A foto ainda nos mostra o casario que acompanhava a subida da Ladeira do Cotovelo, a subida menos íngrime para o topo do Castelo, além de nos dar uma idéia do adensamento das construções na região do Bairro da Misericórdia.
A foto de hoje, apesar de seus quase 100 anos já mostra modificações palpáveis na região.
Logo podemos perceber a inserção do Mercado em um antigo tecido, a construção que vemos é um dos prédios do Arsenal de Guerra que ficou literalmente colado no mercado. Grande parte do terreno e da doca do arsenal foi ocupado pelo Mercado, nos mapas podemos ter uma idéia de quanto da área da unidade militar foi usada. Nessa época certamente já estava em curso a construção no novo arsenal no Bairro do Cajú, onde está até hoje.
A torre que vemos é a que abrigava o portão número 2 do mercado, deveríamos ver bem próximo a ela também o prédio do Regimento do Moura, mas ao contrário tempos uma esplanada com o solo bem irregular e no fundo os sobrados da Rua da Misericórdia colados nas fraldas do Morro do Castelo, ou seja nessa época o Regimento do Moura já tinha sido transferido e seu prédio demolido para se ganhar espaço.
No topo do Castelo, podemos ver os sobrados que acompanhavam a Ladeira da Misericórdia, e junto a ladeira além dos sobrados varais e varais de roupas secando e quarando ao sol. No topo vemos o velho conjunto dos jesuítas, nessa época ocupado pelo hospital São Zacharias, por cima dos telhados do hospital ainda vemos as torres do Observatório, que usava a grande igreja dos jesuítas nunca terminada e que compunha um cenário muito interessante, uma velha e enorme igreja no estilo neo-clássico inacabada, com pedaços em ruínas, sustentando equipamentos de última tecnologia.
Com a construção do Mercado realmente ficou tudo “apertado” demais, uma descontinuidade da malha urbana. A dimensão dele exigia um bom espaço em volta.
Como eu disse na época, a imagem atual correspondente à segunda foto poderia ser tirada da Perimetral junto ao Museu Histórico.
Dois posts por dia Andre? Assim atrapalha a navegação pelo histórico do site.
Quero voltar com as inéditas na quarta Rafa
E o Marcado também foi ao chão….